Os dados hoje divulgados, na véspera do Dia Europeu de Apoio à Vítima, que se assinala no sábado, mostram que a APAV registou 105.747 atendimentos nos vários serviços de proximidade - um aumento de quase 60% nos últimos quatro anos - num total de 31.242 crimes, mais 6% do que em 2023.

Entre todos os crimes e outras situações de violência que chegaram ao conhecimento dos vários serviços de proximidade da APAV, o crime de violência doméstica continua a ser o que mais prevalece, representando 76% do total (23.742), seguindo-se dos crimes sexuais contra crianças e jovens (1.990 - 6,4%) e os de ofensas à integridade física (836 - 2,7%).

A APAV registou ainda 751 crimes de ameaça e coação, 634 de difamação e injúria 534 crimes sexuais contra pessoas adultas, 364 burlas, 307 de incitamento ao ódio e violência e 191 de perseguição (stalking).

Durante o ano passado, a APAV atendeu, por semana, uma média de 177 mulheres, 66 crianças e jovens, 36 homens e 33 pessoas idosas.

Se é vítima de violência doméstica ou conhece alguém que seja, as seguintes linhas de apoio podem ajudar

APAV | Associação Portuguesa de Apoio à Vítima

tel. 116 006 (telefonema gratuito, das 08h00 às 2h00)

Guarda Nacional Republicana (GNR)

A Plataforma SMS Segurança foi desenvolvida para dar resposta quer a pessoas surdas ou portadoras de deficiência auditiva como para situações de urgência em que o tradicional canal de voz não seja o mais adequado:  tel. 961 010 200

Centro de Saúde ou Hospital da zona de Residência (Portal da Saúde)

SNS 24 (808 24 24 24), disponível todos os dias, 24 horas por dia

Número Nacional de Socorro (112)

Linha Nacional de Emergência Social (tel. 144, disponível todos os dias, 24 horas por dia)

Linha da Segurança Social (tel. 300 502 502)

A maioria das vítimas são mulheres (76,3%) e o perfil geral aponta para uma média de idades de 37 anos. Em 14,6% o agressor foi o cônjuge, em 12,4% o pai/mãe e em 9,5% o/a companheiro/a.

Os dados da APAV indicam que, em 2024, a organização atendeu, por semana, uma média de 177 mulheres, 66 crianças e jovens, 36 homens e 33 pessoas idosas.

Quanto às vítimas crianças e jovens (3,434), a maioria eram raparigas (58,9%) e em 42,3% dos casos o agressor foi o pai ou a mãe.

Nas pessoas idosas vítimas de crime (1.730), a maioria também foram as mulheres (76.2%), com uma média etária de 76 anos, e em mais de um em cada três casos (34,5%) o agressor foi o/a filho/a. Em 21,2% agressor foi o cônjuge.

Nos homens vítimas de crime (1.888) a média etária é de 47 anos e em 12,3% o agressor era cônjuge, em 9,2% o/a filho/a e em 8,7% o/a ex-companheiro/a.

A maioria das vítimas (51,5%) contactou a APAV por telefone, 22,4% por e-mail e em 17,75 dos casos o contacto foi presencial.

O local do crime foi a residência comum em quase metade dos casos registados (49,4%) , em 14,4% a residência da vítima e em 9,7% dos caso o crime foi cometido na via pública.

Quanto à referenciação para a APAV, em 49,4% dos casos as vítimas contactaram a organização por iniciativa própria, houve 12,6% de casos em que o envio foi feito pelos órgãos de polícia criminal e em 12,6% pelo Ministério Público e pelos tribunais.

A APAV tem 24 gabinetes de apoio, cinco equipas móveis e 35 pólos de atendimento, além da Linha de apoio à Vítima (116 006) e da Linha Internet Segura (800 21 90 90).