Foi Trump que, quando era presidente, chegou a um acordo em 2020 com os talibãs para que os Estados Unidos se retirassem do país. O seu sucessor, o democrata Joe Biden, adiou a retirada em alguns meses, mas finalmente realizou-a em 2021.
Num discurso na Associação da Guarda Nacional dos Estados Unidos em Detroit, o ex-presidente republicano de 78 anos disse que a "humilhação" da retirada destruiu a credibilidade dos Estados Unidos e foi "causada por Kamala Harris [e] Joe Biden".
"Agora, os eleitores vão mandar embora Kamala e Joe a 5 de novembro, é isso que esperamos", disse, referindo-se às eleições presidenciais nas quais enfrentará a candidata democrata.
"Quando eu assumir o cargo [...] farei com que as renúncias de cada um dos altos funcionários que tiveram alguma relação com a calamidade do Afeganistão estejam na minha mesa ao meio-dia do dia da posse", acrescentou.
Os talibãs tomaram Cabul em 15 de agosto de 2021, dias depois da queda do governo apoiado pelos Estados Unidos, cujos líderes fugiram para o exílio.
Um atentado suicida matou 13 soldados americanos e 170 afegãos a 26 de agosto no abarrotado perímetro do aeroporto internacional de Cabul, onde uma operação militar de transporte aéreo retirou do país mais de 120 mil pessoas numa questão de dias.
Antes que as tropas americanas pudessem garantir a segurança de todo o aeroporto, o mundo testemunhou cenas de civis afegãos em pânico.
A equipa de campanha de Trump lembrou, antes do seu discurso, que Kamala tinha dito há algum tempo que foi ela a última pessoa na sala antes de Biden tomar a decisão da retirada do Afeganistão. "Segundo a própria reconheceu, Kamala Harris foi chave na retirada desastrosa", afirmou a equipa de Trump em nota.
Em abril, a Casa Branca publicou um relatório sobre a retirada no qual reconhece falhas de inteligência, mas culpa Trump por ter criado as condições que levaram a essa derrota.
A vice-presidente lembrou esta segunda-feira, em nota, os "13 patriotas devotos" e os entes queridos que deixaram para trás.
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