Em conferência de imprensa, nas instalações da Polícia Judiciária (PJ) de Faro, o comandante da Base Aérea número 11, Carlos Lourenço, adiantou que a operação, em que foram detidos seis suspeitos, decorreu num “contexto quase inopinado”.
“Rapidamente e num contexto quase inopinado conseguimos desenvolver uma ação que teve resultados finais”, afirmou aquele responsável, sublinhando que a aeronave, usada no patrulhamento marítimo, “deteta tudo o que está à superfície” da água.
Depois de detetada a situação pela Força Aérea foram contactadas as autoridades marítimas, que fizeram a abordagem à embarcação suspeita, e a PJ, numa ação que foi designada como “Operação Boa Nova”.
A aproximação foi feita “em situação de mar adverso, com ondulação forte e visibilidade reduzida”, mas decorreu de forma “pacífica”, sem resistência ou incidentes, segundo o comandante da Zona Marítima do Sul, Fernando Rocha Pacheco.
A operação decorreu na noite de quarta-feira, a 53 milhas náuticas (cerca de 98 quilómetros) a sul de Faro, sendo a embarcação tripulada por seis elementos que “não são europeus”, referiu António Madureira, diretor da PJ de Faro
Escusando-se a revelar as nacionalidades dos detidos, aquele responsável disse apenas que são jovens e que “estão identificados”, sublinhando que a rota que a embarcação seguia é uma “rota conhecida” das autoridades.
“Ainda é muito cedo para estarmos a prestar essa informação, ainda há uma fase de muita recolha e análise de informação, que se seguirá agora. Ainda vamos tentar perceber todos os contornos que envolveram este transporte, a logística da organização”, disse António Madureira.
Questionado pela Lusa sobre o valor aproximado no mercado da droga apreendida, o diretor da PJ de Faro observou que é “sempre muito difícil” falar em valores, já que o haxixe tem “valores diferenciados conforme a etapa do mercado onde se encontra”, aumentando à medida que se afasta da zona de produção.
“Nas ruas poderá chegar a três ou quatro milhões [de euros]. Seguramente quando a droga sai de Marrocos não tem esse valor, quando chega à Europa terá outro e nas ruas terá outro, portanto, é sempre muito difícil falarmos em valores concretos”, concluiu.
A operação conjunta que permitiu apreender um total aproximado de 1.600 quilos de haxixe, acondicionados em 44 fardos, foi realizada pela Polícia Judiciária, a Autoridade Marítima Nacional, a Marinha Portuguesa e Força Aérea Portuguesa.
Os seis detidos serão presentes à Autoridade Judiciária competente e a investigação prossegue a cargo da Polícia Judiciária.
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