Na sua homilia dominical na igreja de Santa Maria, conhecida como pró-catedral de Santa Maria, em Dublin, Martin disse que “as estruturas que permitiram ou facilitaram os abusos devem ser eliminadas para sempre”.
“Não é suficiente dizer apenas ´sinto muito´. As estruturas que permitiram ou facilitaram os abusos devem ser analisadas e destruídas para sempre”, sublinhou.
O papa Francisco estará na Irlanda nos dias 25 e 26, no final de uma semana em que se celebra em Dublin o X Encontro Mundial das Famílias, 39 anos depois da visita de João Paulo II ao país, a primeira e única de um papa até hoje.
“Vai ser uma visita curta e intensa. Uma visita que, por um lado, cria muitas expectativas, alegria e entusiasmo, mas que por outro é marcada pela nossa preocupação sobre a nossa Igreja Católica e o seu futuro”, afirmou Diarmuid Martin.
O arcebispo irlandês reconheceu que a Igreja tem demonstrado “arrogância” nos últimos anos perante a escalada de revelações sobre casos de abuso de menores, tanto na Irlanda como em todo o mundo.
“A ira do povo não é só por causa dos abusos, mas também porque a Igreja foi autoritária, despótica e autoprotetora, e os escândalos dos abusos causaram um enorme ressentimento entre os crentes”, afirmou na homilia.
A visita do papa acontece quando surge um novo escândalo de abusos de menores por parte de sacerdotes na Pensilvânia, Estados Unidos.
Na Irlanda, a Igreja Católica também perdeu influência e prestígio, depois de se conhecerem, nos últimos anos, a existência de milhares de casos de abusos de menores cometidos durante décadas por padres, com a proteção das autoridades eclesiásticas e estatais.
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