No julgamento, que entrou hoje na quarta semana, Claude Muhayimana, de 60 anos, considera que as testemunhas “foram treinadas para acusar!”.

Trata-se do terceiro julgamento relacionado com os massacres de 1994 e Claude Muhayimana está a ser julgado por “cumplicidade” no genocídio e crimes contra a Humanidade durante o genocídio contra a minoria tutsi, orquestrado pelo regime extremista hutu, e do qual resultaram mais de 800.000 mortos entre abril e julho de 1994.

O arguido, de origem hutu, pai de duas filhas nascidas do casamento com uma mulher tutsi – da qual está separado -, é cantoneiro em Rouen, noroeste da França.

O veredicto deverá ser anunciado na quinta-feira e Claude Muhayimana arrisca uma pena de prisão perpétua.

A defesa vai pedir a absolvição.

Relativamente aos factos de que é acusado, Claude Muhayimana terá, enquanto motorista de uma pousada em Kibuye, oeste do Ruanda, “ajudado conscientemente”, entre abril e julho, soldados e milicianos, garantindo o transporte destes para locais onde ocorreram massacres, designadamente nas regiões de Kibuye e Bisesero.

Como sinal do desconforto em que se encontra, o acusado, que fala bem francês, optou principalmente por se expressar em kinyarwanda.