Em declarações à agência Lusa, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade adiantou que esta é a “primeira vez que o governo português se associa e promove uma campanha contra a discriminação nas comunidades ciganas”, algo que considera simbólico.
“Temos consciência de que as comunidades ciganas são as que sofrem mais discriminação em Portugal, entendemos que é preciso a mensagem clara de que independentemente da nossa etnia todas as pessoas têm o direito de ser aquilo que querem, a ter um projeto de vida e um futuro”, defendeu Catarina Marcelino.
A campanha, feita em associação com a Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN), consiste para já em dois vídeos, disponíveis na plataforma 'youtube', que mostra várias crianças ciganas a revelarem quais são os seus sonhos para o futuro e que profissão gostavam de ter quando forem adultos.
De acordo com a secretária de Estado, a mensagem é muito clara: “As crianças ciganas, tal como todas as outras, têm um sonho e têm o direito de tornar esse sonho realidade”.
Catarina Marcelino apontou, por isso, que todas devem ter as mesmas oportunidades para alcançar os seus sonhos, algo que, denunciou, ainda não acontece.
“O que acontece, e o que sabemos, é que o facto de se ser pessoa cigana condiciona aquilo que pode ser o seu projeto de vida e aquilo que pode ser a sua realização no futuro e isso não está certo. Nós todos temos direito a ser aquilo que queremos ser porque somos todos portugueses e portuguesas com direitos e deveres iguais”, sustentou.
A secretária de Estado admitiu que não será certamente só com esta campanha que a realidade entre a comunidade cigana, e sobretudo entre as crianças, vai mudar, mas adiantou que a iniciativa insere-se num plano mais vasto e mais global, já que está a ser revista a Estratégia Nacional para as Comunidades Ciganas.
Catarina Marcelino salientou que a área da educação é uma das mais importantes, onde está a ser feito trabalho relativamente ao abandono e absentismo escolar das crianças ciganas ou incentivo de prolongamento dos estudos ao ensino secundário e superior.
“Estamos a fazer uma grande aposta nesta área da educação para que estas crianças de facto possam ser o que quiserem e para que esta mensagem desta campanha se torne real e possível”, revelou.
Acrescentou que para isso é também necessário que a sociedade olhe para a comunidade cigana de uma forma integradora e que as comunidades ciganas se aproximem da comunidade maioritária.
Os dois vídeos da campanha vão passar nas televisões a 24 de junho, Dia Nacional dos Ciganos, o mesmo dia em que a mensagem da campanha está disponível na rede multibanco. Na próxima semana vai estar nos autocarros de Lisboa, Porto e Braga e também nos cinemas.
Além destes formatos, vai haver cartazes preferencialmente disponíveis nas localidades onde há mais comunidades ciganas.
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