Rui Nabeiro deve ser "um exemplo para todos quantos podem devolver à sociedade um pouco daquilo que esta lhes deu” - Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que Rui Nabeiro “foi um precursor” e que a sua “preocupação social e participação cívica” devem “ser um exemplo e uma inspiração” para os que podem devolver à sociedade.

“O Presidente da República lamenta a morte do empresário Rui Nabeiro e apresenta à família as mais sentidas condolências. Ainda ontem [sábado], ao fim da tarde, o Presidente da República teve a oportunidade de o visitar no hospital”, refere uma nota no sítio oficial da Presidência da República.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “num tempo económica e socialmente desafiante, o exemplo de Rui Nabeiro, na sua preocupação social e participação cívica, com a comunidade e com o país, devem ser um exemplo e uma inspiração para todos quantos podem devolver à sociedade um pouco daquilo que esta lhes deu”.

“Rui Nabeiro foi um precursor, construiu uma marca global, como há poucas no nosso país, mantendo sempre a sede e o coração da sua atividade em Campo Maior, terra onde nasceu e onde deixa um generoso legado”, elogia.

“O legado do Comendador Rui Nabeiro ultrapassa largamente o papel de empresário exemplar, dentro e fora do país" - António Costa, Primeiro-Ministro

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu que o legado de Rui Nabeiro, que morreu hoje, “ultrapassa largamente o papel de empresário exemplar, dentro e fora do país”, elogiando o “percurso inspirador” e o exemplo de cidadania, humildade e responsabilidade social.

“O legado do Comendador Rui Nabeiro ultrapassa largamente o papel de empresário exemplar, dentro e fora do país. O seu percurso foi inspirador, pela força, energia e sempre o sonho de fazer acontecer”, enalteceu António Costa, numa publicação na rede social Twitter acompanhada de três fotografias, a preto e branco, nas quis o primeiro-ministro aparece com Rui Nabeiro.

António Costa destacou o “exemplo de cidadania e humildade”, mas também de “responsabilidade social e de paixão pela sua terra”, considerando que o empresário, que hoje morreu aos 91 anos, teve “uma vida em prol da comunidade”.

“Os meus sentimentos à família, amigos e a todos os campomaiorenses”, afirmou.

“Rui Nabeiro distinguiu-se pelo amor a Portugal e à sua terra de sempre, Campo Maior" - Augusto Santos Silva, Presidente da Assembleia da República

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, considerou hoje que Rui Nabeiro foi “um dos maiores e melhores empresários portugueses” e “muito atento aos direitos dos seus trabalhadores”, recordando o “amor a Portugal e à sua terra”.

“Rui Nabeiro distinguiu-se pelo amor a Portugal e à sua terra de sempre, Campo Maior, que serviu como autarca e cidadão”, referiu Santos Silva numa publicação na rede social Twitter em reação à morte do empresário Rui Nabeiro.

Para o presidente da Assembleia da República, o fundador do Grupo Nabeiro - Delta Cafés “foi um dos maiores e melhores empresários portugueses, muito atento aos direitos dos seus trabalhadores”. “Permanecerá na memória de todos”, enfatizou.

Luís Montenegro: “Rui Nabeiro foi um homem bom, um exemplo de capacidade empreendedora e responsabilidade social”

O presidente do PSD, Luís Montenegro, recordou hoje Rui Nabeiro como “um homem bom, um exemplo de capacidade empreendedora e responsabilidade social”, considerando que o empresário mostrou ser “possível criar riqueza com trabalho e inovação”.

“Rui Nabeiro foi um homem bom, um exemplo de capacidade empreendedora e responsabilidade social”, enalteceu Luís Montenegro, através de uma mensagem na rede social Twitter na qual apresentou “sentidos pêsames” à família do empresário que hoje morreu aos 91 anos.

Para o líder do PSD, Rui Nabeiro “mostrou que é possível criar riqueza com trabalho e inovação e que, a partir daí, se gera emprego e qualidade salarial”.

"Hoje é um dia muito triste para Portugal" - António Costa Silva, ministro da Economia

O ministro da Economia considerou que o desaparecimento de Rui Nabeiro, que morreu hoje, marca uma "enorme perda", destacando a visão estratégia do empresário e a importância que deu à responsabilidade social muito antes de esta entrar no debate.

"Hoje é um dia muito triste para Portugal. O desaparecimento de Rui Nabeiro marca uma perda enorme para o país. É um exemplo de um empresário que desenvolveu uma visão estratégica, que foi capaz de criar riqueza, de disseminar a sua empresa pelos quatro cantos do mundo", disse à Lusa o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.

O governante destacou ainda que Rui Nabeiro "teve a assunção da responsabilidade social", muito antes de esta se tornar um "mantra dos debates atuais", com a ligação "profunda não só aos colaboradores, mas também a toda a comunidade envolvente".

Classificando a trajetória do empresário de "extraordinária", Costa Silva afirmou que se o país tivesse mais homens como Rui Nabeiro, "talvez a economia portuguesa hoje fosse diferente e mais avançada".

O ministro deixou ainda os seus pêsames à família, defendendo que todos devem lutar para que o "legado extraordinário continue a desenvolver e a prosperar" e manifestando-se convicto de que "nas mãos da sua família isso vai acontecer".

“Uma vida longa de grandes iniciativas empresariais, de criar emprego, riqueza para Portugal, para as comunidades onde a Delta estava instalada” - José Ramos-Horta, Presidente da República de Timor

O Presidente da República timorense lamentou hoje a morte de Rui Nabeiro, um “homem bom e generoso”, recordando os esforços do empresário português para promover o café timorense no exterior.

“Uma vida longa de grandes iniciativas empresariais, de criar emprego, riqueza para Portugal, para as comunidades onde a Delta estava instalada”, disse José Ramos-Horta, em declarações à Lusa em Díli.

“Fez algumas tentativas de comprar café de Timor no início, mas o mercado na altura já era bastante orientado para outros países como os Estados Unidos. Ainda assim a sua passagem por Timor foi sentida”, recordou.

O chefe de Estado timorense disse que Nabeiro acabou por não poder voltar a Timor-Leste, apesar de a Delta continuar a promover café de Timor-Leste, e recorda uma viagem que fez com o empresário a um evento internacional em Nova Iorque.

“Falámos muito, falámos muito da Delta e do café de Timor. Tenho grata recordação dele. Uma pessoa boa, generosa para os trabalhadores e as suas famílias”, lembrou Ramos-Horta, que falava à margem da inauguração de um novo espaço multiúsos do grupo de media GMN, em Díli.

O lote “Timor” é hoje um dos que integra a coleção da Delta, descrito com “um blend harmonioso, exótico e de deliciosa plenitude”, com café da região de Ermera, a sul de Díli, e que se distingue segundo a empresa pelo seu “sabor cheio, acidez suave e traços doces de chocolate”, segundo a empresa.

No inicio de 2000 as autoridades transitórias timorenses chegaram a anunciar que Rui Nabeiro e a Delta Cafés pretendiam comprar todo o café do país então armazenado, com um programa de pretendia colaborar com o desenvolvimento do setor que emprega cerca de 70 mil famílias.

O apoio da Delta era essencial para travar o que era, na opinião das autoridades timorenses, o monopólio norte-americano que até então controlava quase toda a exportação de café de Timor-Leste.

O empresário português visitou Timor-Leste em março de 2000.

"Perdeu-se alguém muito especial" - escritor José Luís Peixoto

O escritor José Luís Peixoto considerou hoje que, com a morte do empresário Rui Nabeiro, "perdeu-se alguém muito especial" não só do ponto de vista empresarial, mas também humano, que teve as pessoas como a sua "principal preocupação".

José Luís Peixoto, autor do romance "Almoço de Domingo", inspirado na vida do empresário, referiu à agência Lusa que Rui Nabeiro era "alguém muito especial a vários níveis", que, além de ter feito "uma carreira extraordinária" no mundo empresarial, sobressaiu do ponto de vista humano "naquilo que diz respeito ao seu desenvolvimento, tendo marcado Campo Maior, o Alentejo e até mesmo o país".

"Na minha perspetiva, é esta dimensão que verdadeiramente o distingue e também foi este o centro do seu propósito. Rui Nabeiro foi um empresário que teve como principal preocupação as pessoas, nomeadamente as que lhe eram mais próximas e acredito que será por isso que continuará a ser recordado por muitos anos", disse José Luís Peixoto.

A nível pessoal e de amizade, o escritor realçou a "grande generosidade de Rui Nabeiro", sublinhando que "essa partulha o marcou muito", apesar da grande diferença de idades. Lembrou a propósito a forma e "à vontade com que Rui Nabeiro partilhou a sua experiência de vida em múltiplas dimensões".

A história do romance de José Luís Peixoto baseada na vida de Rui Nabeiro começou em 2019, quando o empresário assistiu a umas entrevistas de José Luís Peixoto, que ainda não conhecia pessoalmente, e lhe propôs a escrita da sua biografia. O livro abarca episódios ligados com aspetos históricos, como Marcello Caetano, Mário Soares, a guerra civil espanhola, a inauguração da Ponte 25 de Abril, porque Nabeiro "esteve presente em muitos momentos da História”.

"O Comendador Rui Nabeiro era um homem com um raro espírito empreendedor, com uma ética e uma visão empresarial fora de série" - Luís Miguel Ribeiro, Presidente da AEP

O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, destacou a "visão empresarial fora de série" de Rui Nabeiro, que morreu hoje, acentuando que o empresário colocou Portugal e Campo Maior no mapa.

"O Comendador Rui Nabeiro era um homem com um raro espírito empreendedor, com uma ética e uma visão empresarial fora de série", disse Luís Miguel Ribeiro, lembrando que o empresário foi membro do Conselho Geral da AEP e sócio honorário.

Acentuando a tristeza com que a morte de Rui Nabeiro foi recebida pela classe empresarial, o presidente da AEP destaca que os valores humanistas, o legado, a honestidade e o respeito pelo próximo "marcaram o percurso deste grande empresário português".

O presidente da AEP lembra ainda, num comentário por escrito enviado à Lusa, o Grupo Delta Cafés que Nabeiro criou e construiu e que se tornou líder do mercado em Portugal, sublinhando os seus mais de 3.500 colaboradores atuais, partidos por 23 empresas que operam em setores como indústria, serviços, comércio, hotelaria, imobiliário, agricultura e vitivinicultura e distribuição.

"Rui Nabeiro era possuidor de uma intuição notável, de um sentido de inovação inesgotável" - Confederação do Comércio e Serviços de Portugal

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) lamentou hoje a morte de Rui Nabeiro, considerado "consensualmente" um dos maiores empresários portugueses de sempre, notando que este é um dia triste e destacando a sua preocupação social.

Numa nota de pesar sobre a morte hoje do presidente e fundador do Grupo Dela Cafés, a CCP destaca o "espírito distintivo" e a "preocupação social permanentemente expressa" no dia-a-dia pelo empresário.

"Rui Nabeiro era possuidor de uma intuição notável, de um sentido de inovação inesgotável e de estratégia e visão empresarial que, ao longo de décadas, transformaram o Grupo Delta no exemplo não apenas nacional mas inclusive mundial que é atualmente", refere-se na mesma nota de pesar.

Citado na nota, o presidente da CCP, João Vieira Lopes, considera o desaparecimento de Rui Nabeiro "um momento extremamente triste para o país" e lembra que para o empresário "o negócio sempre foi muito mais do que apenas números", o que justifica que tenha "marcado de forma tão significativa e diferenciadora a vida empresarial do país”.

"Uma das principais caraterísticas de Rui Nabeiro era mesmo a de saber ouvir, um sentimento inato de que era preciso compreender o que os outros pensavam", destaca Vieira Lopes, precisando que tal "foi fundamental na forma como encarou o seu negócio, compreendendo as necessidades dos trabalhadores, parceiros e consumidores".

"Foi um embaixador de excelência de Portugal e do seu Alentejo. O legado que nos deixa deve ser um exemplo para todos os empresários portugueses”, precisa o presidente da CCP.

“O país perde um grande homem, um grande empresário e uma personalidade ímpar e consensual da nossa sociedade e da nossa história" - Álvaro Beleza, Presidente da SEDES

A Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) manifestou hoje "profundo pesar e consternação" pela morte do empresário e comendador Rui Nabeiro, apontando-o como "um exemplo para o país".

“O país perde um grande homem, um grande empresário e uma personalidade ímpar e consensual da nossa sociedade e da nossa história. Deixa-nos um humanista, um homem de valores e convicções, com um enorme sentido de responsabilidade social. A sua obra e a sua vida são o seu maior legado. O Comendador Rui Nabeiro é um exemplo para o país.”, salientou Álvaro Beleza, presidente da SEDES, em nota enviada à Lusa.

A SEDES recorda que, como empreendedor e empresário, Rui Nabeiro foi fundador do Grupo Nabeiro - Delta Cafés, um grupo empresarial que hoje lidera o mercado dos cafés em Portugal. No passado, foi ainda, por duas vezes, nomeado presidente da Câmara Municipal de Campo Maior (em 1962 e 1972).

"Voltaria a exercer o cargo em 1977, sendo reeleito duas vezes, até 1986. Mário Soares, então Presidente da República, atribuiu-lhe o grau de comendador da Ordem Civil do Mérito Agrícola, Industrial e Comercial Classe Industrial e Jorge Sampaio distinguiu-o como comendador da Ordem do Infante D. Henrique", menciona ainda a SEDES.

“É um exemplo extraordinário para os portugueses", André Ventura, presidente do Chega

O presidente do Chega, André Ventura, destacou hoje a “importância incontornável” do empresário Rui Nabeiro na história e na economia portuguesa, sendo um “exemplo extraordinário para os portugueses” e a personificação da “alma lusitana”.

Num vídeo enviado às redações, André Ventura deixou as condolências e partilha o "sentimento de dor à família de Rui Nabeiro”, considerando que “a sua importância é incontornável na história e na economia portuguesa”.

“É um exemplo extraordinário para os portugueses, um exemplo extraordinário de ambição num momento em que Portugal, a economia portuguesa, tanto precisa dessa ambição”, enfatizou.

Para o líder do Chega, o comendador “é também um exemplo de homem português porque ser português e ser solidário é parte desta mesma alma lusitana” que “Rui Nabeiro personificava tão bem”.

“Mais do que um nome, Rui Nabeiro representa uma marca de força, de ambição e de olhar para o lado, de olhar para o outro”, elogia, prometendo não esquecer “o homem que, vindo do nada, construiu um império, lidera o mercado em Portugal e é hoje uma das marcas enormes em expansão no mercado internacional”.

“Empreendedor notável e exemplar teve sucesso à escala mundial graças a uma singular visão empresarial" - Presidente do CDS-PP, Nuno Melo

O líder do CDS-PP, Nuno Melo, através de um comunicado enviado às redações, assinalou a “rara consciência social” de Rui Nabeiro, considerando que com o desaparecimento do Comendador “Portugal fica mais pobre”.

“Empreendedor notável e exemplar teve sucesso à escala mundial graças a uma singular visão empresarial e impressionante capacidade de trabalho, criando uma marca de referência internacional”, elogia o líder centrista.

Nuno Melo realçou “uma rara consciência social” e lembrou a distribuição de “parte substancial da riqueza que criou entre os mais desfavorecidos, sem nunca esquecer a região que o viu nascer”, apresentando as condolências à família.

“A sua visão e determinação foram cruciais para transformar a Delta Cafés numa marca líder em Portugal e uma referência internacional no setor do café" - Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa

A Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) enalteceu hoje o “extraordinário exemplo de empreendedorismo, resiliência e inovação” de Rui Nabeiro, manifestando “grande pesar” pela morte do empresário, aos 91 anos.

“Rui Nabeiro foi um extraordinário exemplo de empreendedorismo, resiliência e inovação. A sua visão e determinação foram cruciais para transformar a Delta Cafés numa marca líder em Portugal e uma referência internacional no setor do café. Ao longo de décadas, liderou a empresa com paixão e dedicação, procurando sempre novas formas de melhorar e expandir o negócio”, referiu a entidade.

Num comunicado enviado às redações, a CCIP considerou que a morte de Rui Nabeiro é “uma perda enorme não apenas para a família, amigos e colaboradores, mas também para a comunidade empresarial portuguesa e para o país como um todo”, recordando ainda a visão do empresário e as suas preocupações sociais ao longo de uma “notável carreira”.

“Foi também um humanista, alguém que colocou o bem-estar dos seus colaboradores, clientes e comunidade no centro da sua atividade. Conhecido pela generosidade e sensibilidade social, deixa um legado de responsabilidade e compromisso social que será sempre lembrado”, assinalou a CCIP, que enviou “sinceras condolências” à família Nabeiro e aos trabalhadores das suas empresas.

"Homem com um coração enorme, que sempre foi o seu bem mais valioso" - Ministro da Saúde, Manuel Pizarro

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, destacou o "coração enorme", bem como a "generosidade e solidariedade" de Rui Nabeiro, que morreu hoje, reforçando que o país "deve-lhe imenso".

"Homem com um coração enorme, que sempre foi o seu bem mais valioso, inspirou inúmeras pessoas com os seus gestos permanentes de generosidade e solidariedade", enaltece o ministro da Saúde na mensagem de condolências, na qual apresenta “as mais profundas condolências” à família do empresário que morreu hoje aos 91 anos.

Destacando o "empresário genial" e o "cidadão exemplar", Manuel Pizarro afirma que o país "deve-lhe imenso" e que jamais esquecerá o "apoio que sempre deu ao Serviço Nacional de Saúde, enquanto utilizador do Hospital de Elvas e doador de múltiplos e importantes apoios".

"Presto-lhe a minha profunda homenagem, na certeza de que a sua intervenção social marcou a vida de milhares de pessoas e perdurará, para sempre, na memória coletiva de Portugal", acrescenta o ministro, agradecendo ao empresário "por tudo".

Rui Nabeiro "deve servir de farol, de luz avisadora para outros exemplos que felizmente o país tem"- Presidente da CIP, António Saraiva

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, sublinhou hoje que Rui Nabeiro foi um exemplo de fazer bem, cuja dimensão humana deve servir de "farol" a todos.

Para António Saraiva, o país viu hoje partir um dos seus melhores empresários, um homem que era "um exemplo de fazer, de fazer bem, de responsabilidade".

O líder da CIP salientou que, além de ter construído do nada uma empresa de referência nacional e internacional, se destacou pelos valores, princípios e ética.

Numa declaração à Lusa, o presidente da CIP referiu-se a Nabeiro como um exemplo de determinação e de visão "porque sempre apontou para três objetivos na atividade empresarial", que deviam ser seguidos pelo país: dimensão empresarial, inovação e internacionalização.

António Saraiva destacou ainda a dimensão humana de Rui Nabeiro e a forma como era apreciado por todos os colaboradores, pela região onde vivia e mesmo por todo o país e cujo percurso "deve servir de farol, de luz avisadora para outros exemplos que felizmente o país tem".

Confiante de que o neto de Rui Nabeiro continuará a obra do avô, o presidente da CIP acentuou o legado que o empresário deixou e que estava refletido na sua capacidade de aliar a gestão a princípios, valores, ética, humanismo e responsabilidade social.

“Rui Nabeiro deixa um legado de inspiração visionária com base na generosidade. O Partido Socialista compromete-se a honrar, perpetuando-a, a sua memória de dinamismo e solidariedade” - PS

O PS enalteceu hoje o legado de “inspiração visionária com base na generosidade” deixado pelo empresário Rui Nabeiro, comprometendo-se a honrar “a sua memória de dinamismo e solidariedade”.

“Portugal acordou hoje com a dor da perda de uma das suas mais acarinhadas referências, destacado e singular impulsionador económico e social”, lamentou o PS, numa nota de pesar enviada à agência Lusa, na qual são manifestadas “mais profundas condolências” pela morte de Rui Nabeiro.

Associando-se ao “afeto coletivo perante um dos seus históricos militantes e dirigentes”, o PS recordou que Rui Nabeiro “foi o grande responsável, em Portugal, pela valorização de conceitos fundamentais na gestão de empresas, como a solidariedade institucional, a ética laboral e negocial e a projeção das comunidades”.

“Rui Nabeiro deixa um legado de inspiração visionária com base na generosidade. O Partido Socialista compromete-se a honrar, perpetuando-a, a sua memória de dinamismo e solidariedade”, assegurou o partido.

Através das redes sociais, o presidente do PS, Carlos César, tinha deixado um “abraço solidário” à família de Rui Nabeiro que deixou “um enorme legado como cidadão, como empresário exemplar, empenhado no sucesso da sua obra tal como no sucesso do seu país e dos seus concidadãos”.

“O seu partido, o Partido Socialista, conservá-lo-á sempre na melhor das suas memórias”, prometeu Carlos César.

A nota de pesar do PS destacou também que “a história de vida de Rui Nabeiro prende-se com a história do próprio Portugal recente”, evidenciando o percurso do empresário que deixou também “a sua marca na vida política portuguesa”.

“Foi por duas vezes, antes do 25 de Abril de 1974, Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, cargo que deixaria, alegando incompatibilidade com o respetivo Governador Civil. Viria a ser eleito democraticamente pelo Partido Socialista em 1977, sendo reeleito duas vezes, e mantendo-se no cargo até 1986”, pode ler-se na mesma nota.

O PS referiu ainda que Rui Nabeiro manteve até “ao fim da vida a sua ligação” ao partido, “onde exerceu cargos como o de Presidente da Concelhia Política de Campo Maior, tendo sido mandatário também de várias campanhas ligadas ao partido”.

“A solidariedade e a sustentabilidade foram também dimensões a que dedicou a sua vida e em que cultivou a sua marca”, elogiam os socialistas, dando como exemplo o Centro Educativo Alice Nabeiro e a criação da Cátedra Rui Nabeiro, “destinada à promoção da investigação, do ensino e da divulgação científica na área da biodiversidade”.

"É uma pessoa justamente reconhecida no país, e na região em particular, por alguma razão há de ser. E eu acho que há, de facto, princípios e formas de estar que muito mais gente devia acompanhar" - Secretário -geral do PCP, Paulo Raimundo

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, lamentou hoje a morte do empresário Rui Nabeiro, realçando o seu prestígio e “princípios e formas de estar na vida”, que outros deveriam acompanhar.

Rui Nabeiro era “uma pessoa muito prestigiada, muito conhecida no país inteiro, até do ponto de internacional e, em particular, nesta região” do Alentejo, disse à agência Lusa o secretário-geral comunista.

Em declarações à Lusa, à margem de um almoço comício do partido em Serpa, no distrito de Beja, Paulo Raimundo endereçou condolências à família do comendador Rui Nabeiro (1931-2023), presidente e fundador do Grupo Nabeiro – Delta Cafés.

“Aquilo que se impõe, nesta altura, é reconhecer esse reconhecimento que existe [à figura de Rui Nabeiro] e é enviar as condolências à família”, disse o líder do PCP, sublinhando que é preciso “compreender esse conjunto de sinalizações positivas têm sido feitas” ao empresário, vindas de vários quadrantes da sociedade.

Questionado pela Lusa sobre se Portugal precisa de mais empresários como Rui Nabeiro, com raízes humildes e sempre acarinhado pelos trabalhadores, na sua terra natal, Campo Maior (Portalegre), e pelo país, Paulo Raimundo destacou as suas qualidades.

“Como disse há pouco, é uma pessoa justamente reconhecida no país, e na região em particular, por alguma razão há de ser. E eu acho que há, de facto, princípios e formas de estar que muito mais gente devia acompanhar”, argumentou.

"O país fica hoje mais pobre ao perder uma referência do empreendedorismo nacional, que acreditava que a formação, a investigação cientifica e a inovação deviam ser a base do conhecimento aplicado ao setor empresarial e industrial do país" - Ministério da Ciência

O Ministério da Ciência e Ensino Superior destacou o "homem empreendedor" e de "ética irrepreensível" que era Rui Nabeiro, que morreu hoje aos 91 anos, realçando que o país "fica mais pobre".

"O país fica hoje mais pobre ao perder uma referência do empreendedorismo nacional, que acreditava que a formação, a investigação cientifica e a inovação deviam ser a base do conhecimento aplicado ao setor empresarial e industrial do país", enaltece o ministério, tutelado por Elvira Fortunato, na mensagem de pesar.

Destacando a "visão assente em dinâmicas e práticas inovadoras, e na promoção da formação superior e profissional", o ministério lembra o homem "empreendedor e de ética irreprensível".

"Rui Nabeiro destacou-se como um empresário cuja visão era assente em dinâmicas e práticas inovadoras e na promoção da formação superior e profissional, princípios que aplicou em todos os domínios do seu trabalho e legado que deixou", acrescenta.

“Apesar do desaparecimento do Homem, estou certa de que o seu legado perdurará durante várias gerações” - Presidente Executiva da Sonae, Cláudia Azevedo

A presidente executiva do grupo Sonae, Cláudia Azevedo, acredita que o legado de Rui Nabeiro irá perdurar durante várias gerações, considerando que o nome do empresário estará sempre ligado à preocupação na criação de valor social.

Numa declaração escrita enviada à agência Lusa, Cláudia Azevedo manifestou, em nome pessoal e da Sonae, às condolências à família do empresário de Rio Maior, que morreu hoje aos 91 anos.

“Apesar do desaparecimento do Homem, estou certa de que o seu legado perdurará durante várias gerações”, afirma.

A empresária recorda que “durante muitos anos” o grupo contou com a presença de Rui Nabeiro na abertura de centenas das suas lojas, "comprovando a generosidade que sempre teve para com a Sonae”.

“O seu nome estará para sempre ligado a um dos grandes empresários nacionais e a uma grande preocupação na criação de valor social”, salientou.

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O empresário Rui Nabeiro, fundador do Grupo Nabeiro - Delta Cafés, morreu dia 19 de março de 2023, aos 91 anos, vítima de doença, no Hospital da Luz, em Lisboa.

*com Lusa