Igreja Católica

Conferência Episcopal Portuguesa

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considera que o Papa Francisco não deixa “um processo acabado”, mas antes “um caminho para percorrer (…) num tempo de inúmeros desafios”.

Numa nota sobre a morte do Papa Francisco, a CEP sublinha que é esse caminho que os cristãos são convidados a seguir, “na lógica da comunhão entre todos, da missão e da transformação da Igreja”.

“É com profunda consternação que recebemos a notícia da morte, aos 88 anos, do Papa Francisco. (…) Ao longo dos 12 anos do seu ministério pastoral, o Santo Padre legou-nos um extenso manancial de gestos, palavras e atitudes, tendo particular atenção as periferias geográficas e existenciais, qual convite à permanente conversão da Igreja, na sua essência sinodal e missionária”, refere a CEP na nota divulgada na sua página na Internet.

Segundo o episcopado português, “as dioceses e todas as comunidades cristãs e religiosas em Portugal reconhecem a proximidade e o carinho” do Papa Francisco, “expresso particularmente nas visitas (…) por ocasião do centenário do Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima [2017] e da Jornada Mundial da Juventude em 2023”.

Entretanto, a CEP exortou a que, durante o dia de hoje, sejam tocados os sinos de todas as igrejas em sinal de luto e que se promovam momentos de oração pessoal e comunitária.

Diocese de Leiria-Fátima

"Em comunhão com toda a Igreja, a Diocese de Leiria-Fátima recebeu com profunda comoção a notícia do falecimento do Santo Padre, o Papa Francisco. Nesta hora marcada pela dor da separação, somos consolados pela esperança pascal que celebramos neste tempo litúrgico: a certeza de que a morte não tem a última palavra, mas é passagem para a vida plena em Deus", lê-se em comunicado enviado às redações.

"O Papa Francisco foi, ao longo do seu pontificado, verdadeiro sinal do amor de Cristo, vivendo o seu ministério como servo humilde e próximo, sempre atento aos que sofrem, aos mais pobres e esquecidos, e guiando a Igreja com sabedoria, firmeza e ternura. No seu modo simples e profundamente evangélico de ser, foi para todos uma presença do Bom Pastor — um verdadeiro alter Christus, outro Cristo — entre nós", é ainda frisado.

Segundo D. José Ornelas, que assina a nota, "o Papa Francisco foi também homem de abrir caminhos dentro da Igreja e de iniciar processos. Não procurou respostas fáceis nem soluções imediatas, mas lançou a Igreja num dinamismo de escuta, discernimento e conversão".

"O caminho sinodal que promoveu é expressão clara desta visão: não se trata, como ele próprio afirmou, de um discurso sobre a Igreja, mas de um caminho da Igreja e em Igreja, que faz parte da sua missão. A celebração do Jubileu, centrada no tema da Esperança, ganha por isso um significado especial neste momento: o Papa ajudou-nos a reencontrar a esperança que nasce do Evangelho vivido e partilhado", lembrou.

"A Diocese de Leiria-Fátima guarda com particular afecto a relação que o Papa Francisco manteve com o santuário de Fátima. Visitou a Cova da Iria por ocasião do centenário das aparições, confiando ali o seu ministério à Virgem Maria e reconhecendo, na mensagem de Fátima, um apelo sempre actual à conversão, à oração e à paz. Foi também sob o seu pontificado que foram canonizados os santos Francisco e Jacinta Marto, modelo de entrega e santidade para toda a Igreja", diz o bispo.

Santuário de Fátima

O Santuário de Fátima, onde o Papa, que hoje morreu, esteve por duas vezes, uma das quais para canonizar os pastorinhos Francisco e Jacinta, destacou a devoção de Francisco à Virgem e as marcas profundas que deixou na Cova da Iria.

“Fátima chora o falecimento do Santo Padre. Francisco sempre foi um devoto expresso de Nossa Senhora e, na Cova da Iria, deixou marcas profundas”, referiu o santuário numa nota publicada no seu sítio na Internet, através da qual também se salienta que “estabeleceu com a Cova da Iria uma ligação muito estreita”.

Patriarcado de Lisboa

"É com dor que recebemos a notícia da morte do nosso querido Papa Francisco. O seu magistério e os seus gestos permanecem na nossa memória e elevamos a Deus um hino de gratidão por estes anos em que a Igreja foi pastoreada pelo seu esmero e dedicação incansáveis, como todos pudemos testemunhar", diz D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa, numa nota hoje publicada.

"Enquanto Patriarca de Lisboa, não posso deixar de recordar os dias que esteve connosco na Jornada Mundial da Juventude. Ainda está gravado na memória o seu abraço caloroso, os gestos incansáveis, a alegria contagiante", pode ler-se.

"Por tudo o que vivemos com o Papa Francisco e por tudo o que o seu pontificado foi para a Igreja, convoco todos os diocesanos do Patriarcado de Lisboa para uma Missa em sufrágio na Sé de Lisboa hoje, dia 21 de abril, segunda-feira, às 21 horas. Peço também a todos os sacerdotes que, ao longo do dia, sejam tocados os sinos das igrejas, assinalando a morte do Papa Francisco. É necessário, também, que ao longo dos próximos dias sejam celebradas Missas em sufrágio pelo Papa Francisco", pede o Patriarca.

Jesuítas em Portugal

A Companhia de Jesus em Portugal recordou hoje “os numerosos gestos de Francisco que o tornaram um Papa próximo, mas também uma figura que desafia e desinstala”.

“O mundo acordou esta manhã com a triste notícia da morte do Papa Francisco. A Companhia de Jesus em Portugal une-se ao povo cristão e a todos os homens e mulheres que vivem com dor esta partida. Mais que um dia de tristeza, é um dia de profunda gratidão por estes 12 anos de Pontificado e por toda uma vida dedicada ao seguimento de Jesus”, sublinha a congregação em comunicado.

Os jesuítas portugueses agradecem ao Papa Francisco “as suas palavras inspiradoras e transformadoras, dirigidas aos fiéis e ao mundo: o seu convite a viver a fé na alegria e ‘em saída’, sem medo de abraçar a todos, a sua preocupação com os mais esquecidos, os mais pequenos, os mais necessitados, na consciência de que somos todos irmãos”.

Mas, também, “a sua denúncia vigorosa e incansável de uma ‘economia que mata’, pondo em perigo o planeta, de tantos conflitos que configuram a ‘terceira guerra mundial aos pedaços’, bem como dos pecados da própria Igreja, abusos sexuais, de poder, ou económicos”.

“Recordamos a sua simplicidade de vida e de trato, o modo como deixava que todos se aproximassem, o esforço para ir ao encontro de todas as periferias, geográficas e existenciais, a humildade com que vivia a sua fé e a sua devoção, em silêncio diante da imagem de Nossa Senhora, sentado no confessionário ou expondo diante das câmaras a sua fragilidade”, referem os jesuítas na nota.

Neste comunicado, são também realçadas “as decisões e os processos postos em marcha para reformar estruturas, no sentido de construir uma Igreja verdadeiramente missionária, fiel ao Evangelho e à escuta do Espírito Santo, uma Igreja sinodal, onde todos são chamados a participar num caminho em conjunto”.

Os jesuítas recordam ainda “o encontro com o jesuíta Francisco, em agosto de 2023”, aquando da Jornada Mundial da Juventude, no Colégio S. João de Brito.

Diocese do Funchal

A diocese do Funchal, na ilha da Madeira, reagiu com “profunda tristeza” à notícia da morte do Papa Francisco.

“É com profunda tristeza e ainda chocados pela notícia que recebemos, esta manhã, do falecimento do nosso querido Papa Francisco. Nesta hora queremos agradecer a Deus o dom da sua vida e do seu pontificado”, lê-se na mensagem da diocese tutelada pelo bispo Nuno Brás, que é ilustrada com uma foto deste prelado com o pontífice, na Praça de São Pedro, em Roma.

Na publicação, a diocese do Funchal informa que Nuno Brás irá celebrar missa em sufrágio pelo Papa Francisco na próxima quarta-feira, dia 23 de abril, às 11h00, na Catedral do Funchal.

Diocese de Setúbal

O bispo de Setúbal, o cardeal Américo Aguiar, disse hoje “sentir uma profunda tristeza” pela morte do Papa Francisco, comparando essa tristeza à “de um filho que perde a presença, mesmo que distante, do seu pai”.

Reagindo à morte do Papa Francisco, ocorrida hoje, aos 88 anos, no Vaticano, o mais jovem cardeal português, que participará no conclave para a eleição do novo pontífice, numa mensagem enviada à agência Lusa, mostrou-se, no entanto, certo de que “a eternidade é o (…) destino, o fim da (…) estrada, o encontro face a face com Jesus Ressuscitado”.

“Reconhecendo esta Verdade, pela qual entreguei a minha vida, não consigo deixar de sentir uma profunda tristeza pela partida do nosso amado Papa Francisco. A palavra morte é pequena para este momento. Prefiro falar de uma partida, de um filho que corre para os braços do Pai, de um irmão que se encontra em Cristo com todos os seus irmãos que já conhecem a eternidade”, escreveu Américo Aguiar na mensagem.

O cardeal, que nos últimos anos teve múltiplos encontros com Francisco, no âmbito da organização da Jornada Mundial da Juventude que decorreu em Lisboa em 2023, recorda esses momentos: “Durante a preparação da JMJLisboa2023, foi o meu maior confidente, o amigo que me animou, que me deu forças e me revelou uma confiança que ainda hoje me comove”.

“A Francisco, o homem em quem o mundo confia, o homem que o mundo respeita, o homem que o mundo lê, procurando em cada uma das suas palavras uma luz que nos ilumine, peço (…) que nos ajude a construir este presente, tão atribulado, tão incerto”, acrescenta Américo Aguiar.

Diocese do Porto

O bispo do Porto, Manuel Linda, recordou o Papa Francisco, que morreu hoje aos 88 anos, como um “zeloso servidor da Igreja universal” e um “muito apreciado líder mundial na paz e na fraternidade”.

Numa nota publicada na página oficial de Internet da Diocese do Porto, o bispo assumiu estar em luto pela morte do Papa.

E acrescentou: “A notícia acaba de cair abruptamente e todos nós a sofremos”.

Manuel Linda salientou que Deus chamou à sua presença “este zeloso servidor da Igreja universal na Sé de Pedro e muito apreciado líder mundial na paz e na fraternidade”.

“Comungamos a certeza da fé na ressurreição final e na vida eterna, mas sentimos a dor da sua separação”, referiu.

O bispo do Porto salientou que quando houver mais notícias, a diocese promoverá a celebração eucarística de sufrágio por alturas do seu funeral convidando, desde já, todos os sacerdotes, diáconos e fiéis leigos.

“Lembro às paróquias e demais instituições diocesanas que podem usar os costumados sinais exteriores de luto, mormente os toques de sinos”, vincou.

D. Manuel Clemente

O cardeal Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa, destacou hoje a atitude “evangélica de ir ao encontro do outro” como uma marca do pontificado do Papa Francisco.

O Papa Francisco “colocou-nos constantemente nas fronteiras do Evangelho, ou seja, naquelas fronteiras que, muitas vezes, são descuidadas por nós, dos mais pobres, dos conflitos que nunca acabam, de tudo aquilo que são tristezas de muita gente”, disse o cardeal Manuel Clemente, em declarações divulgadas pela agência Ecclesia.

O patriarca emérito de Lisboa, que é um dos quatro cardeais portugueses que irão participar na eleição do sucessor de Francisco, considera, também, que Francisco foi “um construtor”, com “um papado que também deixa muitas marcas nesse sentido, demolindo aquilo que era preciso demolir e reconstruindo aquilo que era preciso reconstruir”.

Manuel Clemente recorda ainda a passagem do pontífice argentino por Lisboa, em 2023, para a Jornada Mundial da Juventude, para destacar “a troca de olhares entre o Papa e aquelas multidões” de jovens que participaram no encontro mundial.

“Era impressionante ver, quer do lado dele, quer do lado, digamos, das multidões, que eram milhares e milhares de pessoas ao longo das ruas, [quer] essa troca de olhares estava cheia de evangelho, quer na expectativa, quer na resposta. Na expectativa de uns, quer na resposta dele, um olhar que falava por si”, disse.

Diocese de Aveiro

O bispo de Aveiro, António Moiteiro Ramos, considerou hoje que o Papa Francisco “colocou o Concílio Vaticano II no centro do seu pontificado” e “marcou o coração dos cristãos e de tantas pessoas de boa vontade”.

Para António Moiteiro Ramos, o serviço de Francisco à Igreja, “enquanto sucessor de Pedro, ficou marcado por um magistério rico”.

“Os mais pobres, a luta pela justiça social e a paz entre as nações estiveram sempre presentes nas suas preocupações de pastor. Foi uma voz profética neste mundo tão desigual e de ideologias totalitárias que não colocam a dignidade do ser humano no centro das suas preocupações”, escreveu o bispo de Aveiro numa mensagem de reação à morte do Papa Francisco, ocorrida hoje no Vaticano, aos 88 anos.

Para António Moiteiro, “o estilo sinodal que está a ser implementado é talvez o maior contributo que podia deixar a uma Igreja mais participativa, mais povo de Deus, onde todos os batizados, por sermos filhos de Deus, tempos um lugar ativo na sua missão”.

O bispo sublinha, ainda, que o Papa Francisco “colocou o papel das mulheres no lugar que lhes é próprio na Igreja”.

“As mais recentes nomeações de mulheres para a Cúria Romana são exemplo disto mesmo”, acrescenta.

Arcebispo de Díli 

O arcebispo de Díli, Virgílio do Carmo da Silva, afirmou hoje que todos os timorenses sentem a morte de Francisco, lembrando que a visita do Papa a Timor-Leste foi um momento comovente e especial.

“Cada timorense sente esta perda, mas temos de ter coragem para continuar a rezar pelo Papa”, afirmou o único cardeal timorense, durante uma conferência à imprensa na Conferência Episcopal de Díli.

“Ficámos muito ligados ao Papa em setembro. O Papa levou os timorenses no coração e o Papa está no coração de cada timorense. Ficou esta proximidade. Esse momento foi comovente, especial, histórico”, salientou.

Forças Armadas

O bispo emérito das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, disse hoje que o Papa Francisco “fica na história da Igreja” e “na história do mundo”, assinalando o seu papel na “defesa da dignidade da pessoa”.

O bispo destacou que a “grande luta” do Papa foi “a luta pelos pequeninos”, acrescentando que “ele não fugiu de ajudar os grandes”, mas que deu “o primeiro lugar aos pequeninos”.

“O Papa, de facto, esteve ao lado dos indigentes, dos pequeninos, daqueles que não interessavam, daqueles que não pesam na balança, e defendeu-os, e defendeu-os, e apareceu, e visitou-os”, reforçou.

Além destes, defendeu também o planeta “porque a própria terra está a ser, este cosmos belíssimo, está a ser estragado pelos interesses económicos, pela incúria, pela insensibilidade cultural, as pessoas destroem montes e vales, árvores, e plantações, porque para elas não tem qualquer significado, e o Papa foi um pioneiro nesta defesa, ao lado de muita gente, com certeza, mas na sua responsabilidade de pastor”.

Segundo o bispo emérito das Forças Armadas, Francisco chamou a atenção para problemas que precisam da atenção de todos.

“Trata-se de ninguém ficar a dormir, e eu acho que muita gente está a dormir hoje, perante aquilo que estamos a ver na política mundial e na vida mundial, em que os pobres aumentam, e particularmente em Portugal”.

Diocese de Évora

Numa nota sobre a morte, hoje, do Papa Francisco, o arcebispo de Évora, Francisco Senra Coelho, destacou o Sumo Pontífice como “defensor da paz, da tolerância e do respeito pelas minorias, sempre presente e junto dos mais pobres, excluídos e sofridos”.

“A grandeza da sua coerência e pensamento ainda não é por nós plenamente compreendida e atingida na sua totalidade. Só o futuro fará ver e perceber a grandeza e dimensão visionária deste Papa, quer para a Igreja quer para a Humanidade”, afirmou.

Assinalando a coragem do Papa em anunciar caminhos para “a construção de uma nova Humanidade e para a renovação da Igreja”, Francisco Senra Coelho enalteceu, entre outros acontecimentos, “os seus constantes apelos ao perdão mundial das dívidas dos países pobres e as equitativas amnistias nacionais aos presidiários”.

“A sobriedade destas constatações desenha já o perfil da grandeza profética do pontificado do Papa Francisco”, frisou.

Senra Coelho salientou “o seu sofrimento para renovar e evangelizar a Igreja”, realçando o empenho do Papa em procurar “sarar feridas abertas, cicatrizes mal curadas e traumas que permanecem na História”.

“A sua tenacidade e o seu amor incondicional na luta pela reforma da Igreja merecem de todos nós um compromisso de continuarmos na fidelidade ao seu genuíno pensamento, sem cedências a qualquer tipo de manipulação e pretensão de pensamento único”, acrescentou.

Diocese de Angra 

O bispo de Angra, Armando Esteves Domingues, considerou hoje que o Papa Francisco dedicou a sua vida à construção de “uma Igreja mais próxima dos pobres, dos marginalizados e dos que sofrem”.

Para Armando Esteves Domingues, “partiu para o Pai o Pastor incansável, homem de fé simples e coração aberto que dedicou a sua vida à construção de uma Igreja mais próxima dos pobres, dos marginalizados e dos que sofrem”.

“As periferias existenciais estiveram sempre no centro da sua atenção e de todos os documentos do seu pontificado desde a encíclica Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho) até à última carta Dilexit nos (Amou-nos), que nos convida a recuperar o que é mais importante e necessário, num mundo que sobrevive entre guerras, desequilíbrios socioeconómicos, consumismo e o uso anti-humano da tecnologia, que é o coração”, escreveu o bispo de Angra numa nota de pesar pela morte do Papa Francisco, hoje no Vaticano, aos 88 anos.

O prelado sublinhou, ainda, que “a sua voz e os seus gestos foram, até ao fim, um clamor pela paz, pela justiça social e pelo cuidado com a criação”.

“Por outro lado, fica-nos a simplicidade que o Papa Francisco nos ensinou todos os dias e que é a simplicidade de uma Igreja sinodal que quer escutar, ouvir mais do que dizer ou impor”, acrescentou.

Segundo Armando Esteves Domingues, o diálogo inter-religioso e o diálogo ecuménico “estiveram sempre no horizonte do Papa, nomeadamente na encíclica Fratelli Tutti (Todos Irmãos) ou nos sucessivos encontros que teve com líderes de outras religiões”.

O bispo de Angra convida “todos os fiéis dos Açores a oferecerem orações pela sua alma e anuncia que a diocese celebrará, às 19h00 de hoje (mais uma hora em Lisboa), na Sé, uma missa de sufrágio.

Diocese de Braga

O arcebispo de Braga, José Cordeiro, evocou hoje o Papa Francisco como o homem que ensinou que “o centro só se vê bem a partir das periferias”, sublinhando que recebeu a notícia da sua morte com dor, surpresa e esperança.

Em declarações à Lusa, José Cordeiro destacou também a coragem de Francisco, que no domingo, já muito debilitado, foi à Praça da S. Pedro “como que despedir-se do mundo e de todas as pessoas com quem teve a graça de anunciar o Evangelho de Cristo”.

“Deixou um grande legado, de dizer que o centro só se vê bem a partir das periferias e que as periferias ajudam a olhar o centro. E as periferias são aquelas existenciais, os pobres, os descartados, os excluídos, para que todos juntos prossigamos como peregrinos de esperança”, referiu o arcebispo de Braga.

José Cordeiro recordou também o primeiro encontro que teve com o Papa Francisco, em 29 de maio de 2013, data do seu aniversário.

“Ali eu vi que tudo é graça. E a infundir coragem, confiança, para mim foi sempre um modelo inspirador e sê-lo-á, porque ele abriu a esperança com a coragem e a determinação de quem vive em Cristo. E, como ele dizia, a fé ou é encontro com Cristo vivo ou então não existe. E a Igreja existe para isto, para evangelizar, para propor com alegria, com esperança, com autenticidade, com humildade”, referiu.

Diocese de Portalegre-Castelo Branco

Numa mensagem publicada na sua página na rede social Facebook, o bispo de Portalegre-Castelo Branco, Antonino Dias, recordou que o Papa Francisco “sempre construiu pontes e abriu caminhos de esperança e de renovação”.

“Para se ir mais além pelos caminhos da tolerância, da paz, da fraternidade universal, da solidariedade humana, da ecologia integral”, acrescentou.

Evocando Francisco como “manifestamente humilde e dialogante”, Antonino Dias também realçou que o Papa “não tinha receio de gerar polémicas, mesmo dentro da Igreja Católica que sempre precisa de purificação”.

“Ele desejava que ela [Igreja Católica] fosse uma espécie de ‘hospital de campanha’”, argumentou o bispo, considerando que o Papa Francisco foi “uma voz diferente, muitas vezes contundente, nem sempre meiga no contexto de um mundo que tende a globalizar a indiferença e a esquecer os pobres, os refugiados, os migrantes, os marginalizados”.

Diocese da Guarda

Através de uma mensagem audiovisual, na Internet, o bispo da Guarda, José Pereira, disse que a diocese se "une com toda a igreja numa oração de ação de graças a Deus”.

"Pede ao Senhor que o receba na sua paz e que a força do Espírito Santo ilumine agora a Igreja para poder continuar os caminhos que o mesmo abriu por meio do ministério do Papa Francisco", frisou.

Diocese de Viseu

Também a Diocese de Viseu, na sua página na rede social Facebook, através do seu bispo António Luciano, se mostrou unida "em oração a toda a Igreja que se despede deste seu pastor, agradecidos por tão belo pontificado, marcado por tanta proximidade e empenho na construção de uma Igreja viva e sinodal e de um mundo mais fraterno".

Diocese de Bragança-Miranda

O bispo de Bragança-Miranda referiu que o Papa Francisco procurava cultivar a proximidade e não se cansou de alertar para a necessidade de remover “preconceitos seculares e inconscientes”.

Em comunicado, Nuno Almeida sublinhou que o Papa Francisco “irradiava vida e serenidade” e testemunhava, em privado e em público, harmonia entre o pensar, sentir, falar e agir.

“Intuíamos que os seus pensamentos, sentimentos, palavras e ações estavam em harmonia e da sua pessoa transparecia simplicidade e autenticidade numa palavra: congruência”, frisou.

Dizendo que não se cansava de alertar de quanto seja “perigoso viver no reino somente da palavra, da imagem e do sofisma”, o bispo salientou que quem acompanhou com alguma atenção os gestos e palavras do Papa Francisco apercebeu-se sempre que procurava cultivar, por todos os meios, a proximidade.

E acrescentou: “Para ele não se tratava somente de um conceito ou de gestos esporádicos, mas de um modo de ser e de exercitar o seu ministério”.

Segundo o bispo de Bragança-Miranda, o Papa gostava do contacto direto com as pessoas, sobretudo com os mais vulneráveis ou frágeis, sendo essa uma prioridade do seu ministério.

Com um magistério feito de palavras, de gestos e de um estilo novo, o Papa Francisco desencadeou “a originária energia evangélica e desafiou à conversão e à reforma”, ressalvou.

Diocese do Algarve

O bispo do Algarve, Manuel Quintas, lembrou o Papa Francisco como um “homem extraordinário, que trouxe à Igreja e ao mundo um olhar fresco, renovado”.

“A Igreja Algarvia quer celebrar a vida deste homem extraordinário, que trouxe à Igreja e ao mundo um olhar fresco, renovado sobre tantos temas e que chamou a atenção de todos, não apenas dos católicos, para a necessidade da fraternidade, do respeito pelo outro e pelo planeta, da integração das periferias”, sublinhou o prelado.

O bispo do Algarve anunciou, entretanto, que, na terça-feira, às 19h00, na Sé de Faro, preside a uma missa de sufrágio pelo Papa Francisco e exorta os cristãos a, “seguindo o exemplo do Papa Francisco e de S. Francisco (de quem adotou o nome)”, pugnarem pelos “valores da humildade, do encontro, da justiça”.

Diocese de Viana do Castelo

O bispo de Viana do Castelo, João Lavrador, que assumiu que a notícia da morte do Papa o estremeceu, agradeceu-lhe pelas periferias, pelos sorrisos, pelas vezes que visitou Portugal, por recordar que o mundo é uma casa comum e não um campo de batalha, por ensinar que perdoar é decidir “não continuar a injetar na sociedade a energia da vingança”, por abrir caminhos, pela sinodalidade e pela fraternidade.

“Obrigado por todos, todos, todos”, afirmou.

Segundo João Lavrador, num mundo que parece tão dividido e violento, o Papa Francisco ensinou o poder da fragilidade.

“O Papa é o melhor de nós todos, não deixa heranças, não deixa legados, deixa tarefas, deixa-nos a Igreja, deixa-nos os confins do mundo”, referiu.

Desta forma, o bispo pediu que todas as comunidades tocassem os sinos na terça-feira, pelas 12h00, e que todos participem na quinta-feira, pelas 18h00, numa missa na Sé de Viana do Castelo em oração pelo Papa.

Diocese de Coimbra

O bispo de Coimbra, Virgílio Antunes, considerou hoje que o Papa Francisco, que morreu hoje aos 88 anos, foi o Papa necessário para os tempos que se vêm atravessando, tendo deixado “desafios muito grandes e documentos fabulosos”.

“Foi exatamente o Papa para o nosso tempo, porque teve clarividência e iluminação do espírito para reconhecer a situação da Igreja, para reconhecer a situação do mundo. E, à luz do Evangelho, da tradição e da reflexão, propôs os caminhos que a Igreja deve percorrer”, destacou.

Em declarações à agência Lusa, Virgílio Antunes contou que “a morte do Santo Padre está carregada de uma emoção muito forte”.

“Foi o Papa com quem tive a graça e a possibilidade de contactar de uma forma mais próxima e mais direta, não só pelas suas visitas a Portugal, mas depois pelas minhas deslocações, de vez em quando, a Roma e, sobretudo, durante a realização do último sínodo”, apontou.

A proximidade e a convivência quase diária nas duas sessões da Assembleia Sinodal em que participou proporcionaram-lhe “uma ligação mais pessoal do que com os outros pontífices”, com os quais teve a oportunidade de conviver.

“Neste caso, há aqui uma emoção mais forte por este motivo. Depois, o Papa Francisco é, a todos os títulos, um grande Papa da Igreja do nosso tempo, que nos deixa caminhos para percorrer, que nos deixa desafios muito grandes e documentos fabulosos”, indicou.

D. António Marto

O cardeal António Marto realçou o estilo de proximidade a todos e de compaixão por todos do Papa, que hoje morreu, e recordou que Francisco teve “as palavras mais pungentes e urgentes para a defesa dos migrantes”.

“Foi um estilo de proximidade a todos, de ternura, usou a linguagem da ternura, e de compaixão para com todos e, por isso, tocava o coração de todos. Com o seu estilo, deixou-nos a imagem de Igreja e deixou uma mensagem para a humanidade”, afirmou à agência Lusa António Marto, bispo emérito da Diocese de Leiria-Fátima.

O cardeal recordou que Francisco chamava à Igreja “hospital de campanha”, sempre pronta “a acolher, em primeiro lugar, os feridos e a ajudar a curar as feridas”.

“Naturalmente, que se trata sobretudo de feridas morais, espirituais, psicológicas de que o mundo hoje está cheio e tanto precisa deste cuidado”, declarou, para destacar que o Papa deixou também “esta cultura do cuidado de uns pelos outros, sobretudo pelos mais vulneráveis”.

Para o cardeal, Francisco, “para a humanidade, foi um Papa atento e com uma mensagem sempre muito própria, muito adaptada aos problemas emergentes”.

Escuteiros Católicos

O Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português (CNE) considerou que o Papa Francisco “marcou profundamente a Igreja e o mundo com humildade, simplicidade e uma incansável dedicação aos mais frágeis”.

Numa nota a propósito da morte do pontífice argentino, hoje aos 88 anos, o CNE sublinha que a vida de Francisco “foi testemunho de serviço, esperança e amor, inspirando milhões de pessoas, incluindo os escuteiros em todo o mundo”.

“Ao longo do seu pontificado, o Papa Francisco sempre demonstrou uma relação muito próxima e positiva com o Escutismo, encontrando no nosso movimento muitos dos princípios que o próprio considerava fundamentais para uma plena vivência cristã”, afirma o CNE no comunicado, sublinhando que “o Santo Padre sempre encorajou os jovens a serem ‘artesãos do futuro’, desafiando-os a caminhar com coragem, a cuidar da casa comum e a viver a fé de forma comprometida e alegre”.

Ivo Faria, chefe nacional do CNE, citado na nota, afirma que “este Papa foi, verdadeiramente, Homem Novo num mundo novo que ele próprio ajudou a renovar. Um verdadeiro escuteiro”.

Também os Salesianos em Portugal reagiram à morte do Papa frisando que “a humanidade fica hoje mais pobre”.

Numa mensagem assinada pelo Provincial dos Salesianos, padre Tarcízio Morais, é sublinhado que Francisco foi o “Papa da simplicidade, da presença, da escuta, de Cristo” e “uma voz em defesa dos mais pobres, dos últimos, dos mais distantes”.

“Com o Papa Francisco, tudo foi diferente. Uma lição de humildade e simplicidade. Austeridade e entrega. Francisco no nome, Francisco na vida. Determinado, de frases claras, sem rodeios, calou fundo. De estilo simples, mas incisivo, fez-se entender, fez-se ouvir, fez-se de todos. Forte na fragilidade, sério na forma de responder aos desafios, próximo de quem mais precisa, ousou fazer e ser diferente”, escreve o sacerdote.

Tarcísio Morais lembra ainda “a bondade do acolhimento aos refugiados e migrantes, a força da fé, a necessidade da paz, a confiança na abertura, no encontro, na paz necessária”, características que, na sua perspetiva, marcaram a ação do Papa Francisco.

Arcebispos brasileiros

Arcebispos de várias regiões do Brasil reagiram hoje à morte do Papa Francisco, destacando a sua proximidade com os pobres, o compromisso com a paz e a natureza, e o impacto espiritual e social do seu pontificado.

Cardeais das principais arquidioceses do país elogiaram a simplicidade de Francisco e recordaram momentos marcantes, como a Jornada Mundial da Juventude de 2013, no Rio de Janeiro, e a atenção dedicada à Amazónia e aos migrantes.

O arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, afirmou que o “legado de proximidade, sinceridade e abertura” do líder da Igreja Católica perdurará.

A primeira viagem de Francisco ao exterior ocorreu durante a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, no Rio de Janeiro, um grande evento em que "causou impacto tanto em jovens quanto em idosos".

De Brasília, o cardeal Paulo Cezar Costa revelou que o Papa havia expressado o desejo de visitar a capital brasileira em junho deste ano, para os 65 anos da arquidiocese.

“Se tivesse podido, teria vindo”, afirmou, acrescentando que todos os católicos vivem hoje “um sentimento de orfandade”.

Em São Paulo, Dom Odilo Scherer, ao presidir hoje a uma missa na Sé Catedral, no centro da cidade, convocou os fiéis a orarem pelo "descanso eterno do Sumo Pontífice".

"A notícia já está correndo o mundo, e nós nos unimos então a toda a Igreja para rezar pelo Papa Francisco, recordando o que ele realizou durante esses 12 anos do seu papado, e pedindo a Deus que o acolha, que o recompense por tudo o que ele fez e significou para a Igreja nesses últimos anos”, disse o arcebispo.

Entre hoje e terça-feira, o arcebispo de São Paulo vai viajar para Roma para participar no funeral do Papa, cujo corpo será levado para a Basílica de São Pedro na manhã de quarta-feira para que os fiéis lhe possam prestar uma última homenagem.

O cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador, ressaltou o “significado político e religioso” dos ensinamentos de Francisco, sublinhando o seu trabalho na defesa dos pobres e do meio ambiente, e o "seu extraordinário compromisso com a paz", demonstrado nos conflitos na Ucrânia, Gaza e Iraque.

“O Espírito Santo sempre surpreende a Igreja”, disse, referindo-se ao próximo conclave.

Em 2023, Sérgio da Rocha foi escolhido pelo Papa Francisco para integrar o Conselho de Cardeais, criado pelo Papa para reformar a Cúria Romana e renovar a Constituição Apostólica.

Já em Manaus, Dom Leonardo Steiner homenageou o pontífice como o “Papa da Amazónia”, lembrando a sua solidariedade durante o período da pandemia e a defesa das populações indígenas.

Os cinco cardeais brasileiros estão na lista do Vaticano para participar no conclave que elegerá o sucessor de Francisco.

O Governo do Brasil, um dos países com maior população católica do mundo, declarou sete dias de luto pela morte do pontífice.

Cardeal cabo-verdiano Arlindo Furtado 

O cardeal cabo-verdiano Arlindo Furtado disse hoje que a causa de beatificação do Negro Manuel forjou um laço entre o Papa Francisco e Cabo Verde, que, salientou, o pontífice quis visitar mas sem o conseguir.

"O Negro Manuel foi um dos motivos que levou o Papa a ter um carinho e um amor especial por Cabo Verde", disse o cardeal, à margem de uma missa celebrada hoje, no arquipélago.

Arlindo Furtado afirmou que o Papa era amigo de Cabo Verde e tinha intenção de visitar o país.

"O processo [de beatificação] segue o seu curso. Acredito que ele teria um grande desejo de avançar para o próximo passo, que é, pelo menos, a beatificação do Negro Manuel. O processo começou com ele, quando era arcebispo de Buenos Aires. Não conseguiu levá-lo até ao fim, mas espero que, junto de Deus, interceda para que isso aconteça", afirmou.

Em dezembro, a Diocese de Santiago de Cabo Verde avançou com o processo de canonização de Manuel Costa de Los Ríos, conhecido como "Negro Manuel", para se tornar no primeiro santo de Cabo Verde.

Manuel de Los Ríos, que pertenceu à Diocese de Santiago, foi batizado em Cabo Verde antes de ser vendido como escravo.

Arlindo Furtado é um dos 13 cardeais lusófonos que irão participar na escolha do sucessor do Papa Francisco, no que considerou ser "um privilégio para o país", acreditando na ajuda divina do "espírito santo" para que seja escolhido "alguém à altura dos desafios da Igreja e do mundo".

Para Arlindo Furtado, o futuro Papa deve ser "um homem não só da Igreja, mas com dimensão mundial", que sirva "como Francisco serviu, num momento em que o mundo precisava de alguém como ele", concluiu.

Bispo de Vila Real

O bispo de Vila Real disse que o Papa Francisco, que morreu hoje aos 88 anos, lutou “incansavelmente pela paz e pela dignidade humana”, tendo sido o seu pontificado uma “bênção para a Igreja”.

“É uma notícia que nos enche de tristeza porque perdemos um grande pastor, um pai na fé, um irmão e uma pessoa de profunda humanidade”, afirmou António Azevedo, em comunicado.

Para o bispo, o mundo perde também “um profeta e um homem de Deus que, incansavelmente, lutou pela paz e pela dignidade humana”.

E acrescentou: “Apagou-se uma vida que brilhou como um clarão e nos iluminou com intensidade no meio de um mundo cheio de sombras”.

Na opinião de António Azevedo, a Igreja vê partir um Papa que imprimiu uma forte marca de renovação e a conduziu para um estilo mais próximo e fraterno.

O ministério do Papa Francisco foi “uma bênção para a Igreja”, ressalvou.

O bispo de Vila Real, que vai realizar na quarta-feira na Sé Catedral de Vila Real uma missa de sufrágio pelo Papa Francisco, pelas 18:00, recomenda que, no dia e hora do seu funeral, se toquem os sinos nas igrejas da diocese e seja guardado um tempo de silêncio e oração.

Associação Católic@s LGBTQIA+

A associação Rumos Novos – Católic@s LGBTQIA+ em Ação expressou hoje “sinceras condolências” pela morte do Papa Francisco, reconhecendo o seu papel como líder religioso global e contribuições para o diálogo inter-religioso, apesar de algumas divergências de posições.

“Embora tenhamos tido divergências em relação a algumas das suas posições sobre questões LGBTQIA+, apreciamos os seus esforços em promover uma Igreja mais inclusiva e acolhedora”, refere a Rumos Novos, estendendo, “neste momento de luto”, os seus sentimentos “à comunidade católica e a todos aqueles que foram tocados pelo seu trabalho”, apelando a que a “sua memória seja de bênção”.

A Rumos Novos – Católic@s LGBTQIA+ em Ação manifesta, em comunicado, a sua profunda tristeza pela morte do Papa Francisco, cuja liderança espiritual foi marcada por gestos de acolhimento, humildade e diálogo, ainda que muitas vezes recebidos com resistência.

“O Papa Francisco tocou milhões de fiéis em todo o mundo, especialmente aqueles e aquelas da comunidade LGBTQIA+ e foi um farol de esperança para muitos”, afirma.

Destaca também que “as suas palavras de empatia, como "Quem sou eu para julgar?", ainda que recebidas com resistência por parte de setores mais conservadores da Igreja, são sinais de esperança para muitos e muitas que há tanto tempo se sentem à margem” e diz esperar que tenham plantado sementes importantes para um futuro de maior empatia, esperança e respeito.

Presidente da Fundação JMJ

O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 e bispo auxiliar de Lisboa, Alexandre Palma, agradeceu hoje o “exemplo de força, coragem e fé” que o Papa Francisco deixou a toda a Igreja.

Numa nota sobre a morte do Papa Francisco, ocorrida hoje aos 88 anos, no Vaticano, o bispo que sucedeu ao cardeal Américo Aguiar à frente da Fundação JMJ Lisboa 2023, recordou a presença do pontífice em Portugal para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e “a importância da mensagem de esperança, alegria e paz deixada, naquela que foi a última” JMJ do seu pontificado.

“Obrigado, Papa Francisco! Na JMJ, em Portugal e em Lisboa, fizeste-te peregrino connosco, convocaste-nos para a urgência de transformar o mundo em Casa Comum, comprometeste-nos a construir a Igreja como caminho para todos, (…) semeaste com todos os jovens uma semente de Esperança”, escreveu Alexandre Palma na mensagem enviada à agência Lusa.

Outras confissões religiosas

Igreja de Inglaterra

O chefe interino da Igreja de Inglaterra recordou a inteligência, a compaixão e o empenho do Papa Francisco em melhorar as relações entre as religiões do mundo.

O arcebispo de York, Stephen Cottrell, disse hoje que a vida de Francisco se centrou no serviço aos pobres, na compaixão pelos migrantes e requerentes de asilo e nos esforços para proteger o ambiente.

"Era espirituoso, animado, era bom estar com ele, e o calor da sua personalidade e o interesse pelos outros brilhavam nele", disse hoje o arcebispo de York.

Igreja Ortodoxa da Roménia

O patriarca da Igreja Ortodoxa da Roménia, enviou as condolências pela morte de Francisco referindo que deixou uma marca profunda no catolicismo.

"É com profunda tristeza que recebemos a notícia da morte do Papa Francisco, uma figura venerável e renomada do cristianismo contemporâneo, cujo pontificado deixa uma marca profunda na história recente da Igreja Católica Romana", disse o patriarca ortodoxo, através do portal oficial.

Na mesma mensagem, o patriarca Daniel diz que a Igreja Ortodoxa Romena partilha a dor da perda e envia as condolências a toda a Igreja Católica.

Judeus franceses

O rabino de França, Haim Korsia, elogiou o empenho do Papa Francisco na luta contra o antissemitismo frisando que foi um homem que criou laços de confiança em todo o mundo.

"Simbolicamente, o último discurso de ontem [domingo de Páscoa] foi uma recordação forte e firme do empenhamento da Igreja na luta contra o antissemitismo, que ele [Papa Francisco] viu com desolação espalhar-se pelo mundo", acrescentou o representante da sinagoga da capital de França.

Conferência para a Ordenação das Mulheres

De forma crítica, a Conferência para a Ordenação das Mulheres afirmou hoje ter ficado frustrada com a falta de vontade de Francisco em promover a ordenação das mulheres.

"Enquanto continuaremos a experimentar os dons da abertura do Papa Francisco à reforma, lamentamos que isso não se estenda a uma abertura à possibilidade de mulheres no ministério ordenado", refere um comunicado da Conferência para a Ordenação das Mulheres, citado pela Agência France Presse.

O organismo católico anglo-saxónico diz ainda que a política do Papa Francisco manteve as "portas fechadas" sobre a ordenação de mulheres frisando que se tratou de uma posição "dolorosamente incongruente" com a natureza pastoral.

"Isto tornou-o uma figura complicada, frustrante (...) para muitas mulheres”, afirmou a Conferência para a Ordenação das Mulheres.

Comunidade israelita de Lisboa

A Comunidade Israelita de Lisboa expressou hoje o seu “profundo pesar” pela morte do Papa Francisco e exorta os líderes mundiais a escutarem a sua última mensagem, em que alertou para o crescente clima de antissemitismo no mundo.

Numa nota enviada à agência Lusa, a direção da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) destaca a “figura notável” do Papa Francisco, “pela sua dedicação à paz, ao diálogo inter-religioso e ao respeito pela dignidade humana”.

A CIL recorda, com especial reconhecimento, as suas derradeiras palavras públicas, constantes na mensagem ‘Urbi et Orbi’ de domingo, na Basílica de São Pedro, “e a sua preocupação expressa” em relação ao “crescente clima de antissemitismo que se está a espalhar por todo o mundo”.

“Que a sua última mensagem pública seja escutada pelos líderes de todo o mundo e que possa materializar-se na promoção constante do entendimento entre povos e religiões e no fortalecimento dos laços históricos e espirituais entre as comunidades judaica, católica e muçulmana”, salienta.

A direção da CIL assinala este momento de “consternação e de necessária reflexão sobre o legado de um homem bom que dedicou uma vida de serviço à sua fé” e envia as suas “sinceras condolências aos seus irmãos católicos e a todos aqueles que, em todo o mundo, foram tocados pela mensagem inspiradora de amor, tolerância, respeito e fraternidade universal defendida pelo Papa Francisco”.

“Que a sua memória continue a ser fonte de inspiração para todos os que, não sendo católicos, desejam a construção de um mundo mais justo, pacífico e inclusivo”, sublinha a Comunidade Israelita de Lisboa.

Comunidade Islâmica de Lisboa

A Comunidade Islâmica de Lisboa sublinhou hoje que o Papa Francisco foi marcante e inspirador para toda a humanidade, fazendo votos de que o sucessor possa dar continuidade ao trabalho que desenvolveu.

“Foi o Papa dos católicos, mas foi marcante e inspirador para toda a humanidade. A mensagem dele era válida para todos, crentes e não crentes”, disse à agência o Imã principal da Mesquita Central de Lisboa, sheikh Munir.

O imã definiu o Papa como um exemplo e como uma pessoa inspiradora.

“Esperamos que o novo Papa consiga dar continuidade àquilo que o Papa Francisco fez, e o Papa João Paulo, e que o faça de forma a que as pessoas não voltem as costas às religiões”, declarou.

“A morte do Papa Francisco já se esperava. Estava doente. Teve uma recuperação que penso que foi para se despedir. Como homem de fé e crente que era foi ao encontro do divino”, acrescentou o imã.

Dalai Lama

O Dalai Lama, líder espiritual dos budistas do Tibete, expressou hoje a sua tristeza pela morte do Papa Francisco, cuja "devoção e simplicidade" elogiou

Em comunicado enviado a partir do seu local de exílio, na Índia, o Dalai Lama lembrou que o Papa "dedicou-se a servir os outros" e referiu que Francisco dava "regularmente o exemplo de como levar uma vida simples, mas significativa".

O líder do budismo tibetano considerou ainda que a melhor homenagem que lhe pode ser prestada agora é "demonstrar carinho, servir os outros onde quer que se esteja e de qualquer forma que se possa".

Igreja Lusitana

O bispo Jorge Pina Cabral da Igreja Lusitana afirmou hoje que o pontificado do Papa Francisco, que morreu hoje, “extravasou os limites da Igreja Católica Romana” e promoveu um grande sentido de esperança e de paz no mundo.

“Foi uma vida profundamente inspiradora não só para os cristãos como também para todos os homens e mulheres de boa vontade”, declarou o bispo anglicano.

Por isso, sustentou, “a minha primeira palavra é, naturalmente de tristeza, pela sua partida, mas ao mesmo tempo também de profunda gratidão a Deus por tudo aquilo que o Papa Francisco soube semear na sua vida e fê-lo sempre de uma forma humilde e corajosa”, procurando a “unidade entre os cristãos”.

O líder da Igreja Lusitana destacou a dimensão ecuménica do pontificado de Francisco, considerando que foi “um verdadeiro construtor de pontos entre os cristãos das diversas tradições eclesiais”.

“Eram dele as palavras do ecumenismo de sangue, o ecumenismo de missão, o ecumenismo do pobre e, portanto, foi alguém que soube unir os cristãos na promoção da vida, na promoção da justiça no meio de situações muito difíceis”, realçou, convicto de que este “contributo enorme para a causa ecuménica irá agora, naturalmente, dar frutos”.

Destacou, por outro lado, o trabalho do Papa na promoção do diálogo e da cooperação entre as diversas religiões, através de muitos encontros e textos comuns com líderes religiosos, tendo sido as suas palavras, os seus gestos, os seus compromissos sempre motivo de “grande esperança para todos os homens e mulheres de boa vontade”.

“Portanto, o seu pontificado extravasou os limites da Igreja Católica Romana e fez-se para o mundo. Promoveu um grande sentido de esperança, um grande sentido de paz num mundo por vezes muito dividido e onde as tensões se verificaram e se continuam também a verificar”, salientou Jorge Pina Cabral.

Comunidade Hindu

A Comunidade Hindu de Portugal manifestou hoje “o mais profundo pesar” pela morte do Papa Francisco, considerando tratar-se de uma figura marcante cuja liderança espiritual transcendeu fronteiras religiosas, culturais e sociais.

“O Papa Francisco será lembrado como um homem de fé inabalável, humildade genuína e profundo compromisso com os mais vulneráveis. Foi um defensor incansável da paz, da justiça social, da ecologia integral e do diálogo entre religiões”, afirmou a Comunidade Hindu, em comunicado enviado à agência Lusa.

“A sua voz foi, ao longo dos anos, um farol de esperança num mundo tantas vezes marcado pela divisão e pela indiferença”, acrescenta-se no documento.

A comunidade recordou ainda, “com gratidão”, a visita do Papa a Lisboa por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, em 2023, ao referir que foi um “momento histórico” em que Francisco se reuniu com representantes de diferentes tradições religiosas.

“A Comunidade Hindu de Portugal teve a honra de estar presente nesse encontro inter-religioso, testemunhando pessoalmente o seu apelo à fraternidade universal, ao respeito mútuo e à construção de pontes entre povos e crenças”, lê-se no texto.

“Enquanto comunidade espiritual, sentimos uma profunda afinidade com os valores que o Papa Francisco defendeu ao longo da sua vida: a Ahimsa (não-violência), a Karuna (compaixão), o Seva (serviço desinteressado) e o Sarva Dharma Sambhava (respeito por todas as religiões)”, exemplifica a comunidade.

Estes princípios, acrescenta, fazem parte do “coração do Sanātana Dharma”, o caminho eterno que orienta os valores universais do Hinduísmo e promove a harmonia, a verdade e a unidade na diversidade.

Igreja Ortodoxa da Rússia

O patriarca ortodoxo russo, Kiril, destacou hoje a solidariedade do Papa Francisco com as pessoas que mais sofrem, numa mensagem de condolências dirigida ao Vaticano pela morte do pontífice argentino.

"Para os cristãos de todo o mundo, a aspiração de Sua Santidade de mostrar a sua solidariedade para com aqueles que mais sofrem e são mais desamparados teve um significado especial", afirmou Kiril na mensagem publicada no 'site' oficial da Igreja Ortodoxa Russa.

Segundo o líder religioso russo, Francisco "chamou a atenção para casos de injustiça que, por vezes, eram deliberadamente ocultados, para violações da dignidade humana e para várias formas de assédio".

Kiril expressou "gratidão pela sua defesa da liberdade religiosa", referindo-se à Igreja Ortodoxa Ucraniana, que alega ser perseguida pelas autoridades de Kiev, que a consideram pró-Moscovo no contexto da invasão russa da Ucrânia.

O patriarca disse ainda que Francisco liderou a Santa Sé "em tempos de mudança" e o seu nome fica ligado "a uma etapa importante nas relações entre a Igreja Ortodoxa Russa e a Igreja Católica Romana", recordando o encontro histórico de ambos em 2016 em Havana.

"Marcou o desejo das nossas igrejas de curar as feridas causadas por conflitos do passado longínquo e recente", lembrou, bem como de "unir forças para testemunhar o Evangelho de Cristo e a herança comum da Igreja do primeiro milénio".

O líder russo pediu paz para a alma do Papa Francisco, que morreu em plena semana da Páscoa, este ano celebrada por ortodoxos e católicos nas mesmas datas, e também memória eterna para o pontífice.

Política nacional

Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou hoje a coragem do Papa Francisco em defesa da dignidade humana e recordou-o como um "amigo tardio mas intenso" de Portugal.

O chefe de Estado falava no Palácio de Belém, em Lisboa, numa declaração ao país sobre o Papa Francisco, que morreu hoje, aos 88 anos, após 12 anos de pontificado.

"Foi talvez a mais corajosa voz de entre os líderes espirituais dos últimos 12 anos na defesa de dignidade humana, da paz, da justiça, da liberdade, da igualdade, da fraternidade, do diálogo entre culturas e civilizações, da preferência pelos deserdados das periferias, pelos mais pobres", afirmou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que o Papa Francisco "era o chefe de Estado sucessor da primeira entidade universal" que reconheceu a independência de Portugal, em 1179, "há quase oito séculos e meio".

Recordando-o como "amigo tardio mas intenso de Portugal", o Presidente da República salientou as suas duas visitas ao país, em 2017 por ocasião do centenário de Fátima, e na Jornada Mundial de Juventude, em 2023.

Desses e de outros encontros, em 2016, 2019 e 2021, disse que guarda "a humildade do pároco nunca rendido às vestes do bispo, do cardeal, do papa, simples, aberto, generoso, compreensivo, solidário".

"Em nome de todos os portugueses, crentes e não crentes, concordantes ou discordantes, agradeço a Francisco o carinho que devotou a Portugal, mas sobretudo a sua presença ao lado dos que morrem vítimas das diárias negações dos direitos humanos, dos abusos e das prepotências de toda a natureza, das migrações e refúgios forçados, da primazia da guerra e do injusto esmagamento de pessoas, povos e legítimos sonhos de futuro", acrescentou.

Luís Montenegro

"Francisco foi um Papa extraordinário, que deixa um singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas", escreveu o primeiro-ministro na rede social X.

"As suas visitas a Portugal, no Centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima e na Jornada Mundial da Juventude, marcaram o nosso país e geraram uma ligação muito forte do povo português com Sua Santidade", pode ler-se.

"Apresento as mais sentidas condolências do Governo de Portugal à Santa Sé e a todos os Católicos do mundo, entre os quais tantos milhões de portugueses. A melhor forma de honrar o seu tributo será seguirmos no dia-a-dia, nas nossas diferentes atividades, os seus ensinamentos e o seu exemplo", disse ainda Montenegro.

Marcelo Rebelo de Sousa

"O Presidente da República falará hoje ao país, sobre a morte do Papa Francisco, pelas 20h00", lê-se numa nota publicada no site oficial da Presidência da República na Internet.

José Pedro Aguiar-Branco

O presidente da Assembleia da República manifestou hoje profunda tristeza pela morte do Papa Francisco, considerando que o seu pontificado foi para a Igreja e para o mundo um sinal de fraternidade, paz e misericórdia.

“O seu pontificado foi para a Igreja e para o mundo um sinal de fraternidade, paz e misericórdia. A melhor homenagem que podemos prestar é garantir que as suas palavras continuam a ser um exemplo”, acrescentou o presidente da Assembleia da República.

Pedro Nuno Santos

O secretário-geral do PS enalteceu hoje a “voz corajosa” do Papa Francisco em defesa da justiça, dignidade humana e paz, considerando que foi um papa dos pobres e dos excluídos, cujo legado “ficará para sempre inscrito na história”.

“Foi com profunda consternação que recebi a notícia da morte de Sua Santidade o Papa Francisco. Ao longo do seu pontificado, o Papa Francisco foi uma voz corajosa em defesa da justiça social, da dignidade humana e da paz”, afirmou Pedro Nuno Santos através das redes sociais.

Para o secretário-geral do PS, a liderança espiritual do Papa Francisco “transcendeu fronteiras religiosas e políticas, tornando-se uma referência ética e moral para milhões em todo o mundo”.

“Foi um Papa dos pobres, dos excluídos, dos que não têm voz. Um defensor incansável do ambiente, da solidariedade entre os povos e da necessidade de uma economia mais justa. O seu legado ficará para sempre inscrito na história do nosso tempo”, enalteceu.

Em nome do PS e seu nome pessoal, Pedro Nuno Santos expressou à Igreja Católica, à comunidade católica portuguesa e ao Vaticano o “mais sentido pesar”.

“Que a sua memória continue a inspirar todos aqueles que acreditam num mundo mais humano, mais justo e mais fraterno”, apelou.

Alexandra Leitão

"O Papa Francisco tem sido uma voz de coragem, empatia e inclusão num tempo em que o mundo parece ceder à intolerância e ao ódio. A sua luta por uma sociedade mais justa e solidária para todos fez dele um farol de esperança para milhões, católicos e não só", disse Alexandra Leitão, do PS.

"A sua ausência será sentida profundamente, sobretudo num momento em que emergem forças que se alimentam do individualismo e da desumanização para impor a divisão e o desprezo pelo outro. Francisco fará uma imensa falta ao mundo".

André Ventura

"Hoje é um dia de tristeza e sofrimento para os cristãos do mundo inteiro. O Papa Francisco deixa uma marca inspiradora de proximidade e simplicidade que a todos tocou profundamente. Que a sua vida intensa seja um exemplo para todos os que querem servir a causa pública!", escreveu o líder do Chega no X.

Catarina Martins

Carlos Moedas

"A Câmara Municipal de Lisboa manifesta o seu mais profundo pesar pelo falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco, um líder espiritual cuja vida foi dedicada à paz, à justiça social e à defesa incansável dos mais vulneráveis", lê-se em comunicado enviado às redações.

"A morte do Papa Francisco deixa-nos uma imensa tristeza, mas também uma marca única de uma herança de humanidade, proximidade e coragem, que perdurará. Uma voz única, firme e de equilíbrio num mundo tantas vezes marcado pela indiferença. Um farol para milhões de crentes e não crentes, com a sua capacidade única de a todos convocar para os desafios em nome de um mundo melhor", diz Carlos Moedas.

A propósito da Jornada Mundial da Juventude que se realizou em Lisboa, o presidente da autarquia realçou as memórias dos encontros com o Papa. "Foi no Vaticano, a 22 de abril de 2023, a cem dias da JMJ, que estive pessoalmente com o Papa Francisco e lembro-me da humildade com que me recebeu e agradeceu o empenho de todos os lisboetas e de toda a cidade na organização desse encontro. Será um Papa que ficará para sempre no coração de Lisboa e que nos deixou uma marca que não esqueceremos, que connosco partilhou momentos únicos que fizeram de Lisboa a cidade de ‘todos, todos, todos’. Acima de tudo, transmitiu-nos esperança. Em Lisboa saberemos honrar o seu legado, o legado do Papa da esperança".

Rui Rocha

O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha lamentou “profundamente a notícia da morte do Papa Francisco”.

“Os meus pensamentos estão com a nossa comunidade católica, com a Igreja Católica, com o Vaticano e com aqueles que o Papa Francisco inspirou em todo o mundo. A todos, apresento as mais sentidas condolências”, lê-se na publicação.

Mariana Mortágua

À esquerda, a coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, também utilizou a rede social ‘X’ para lembrar que o Papa Francisco “pediu a Paz”.

“Nos últimos dias, exigiu o cessar-fogo em Gaza e opôs-se à corrida ao armamento. Condenou o ódio contra imigrantes e a "economia que mata". Fez opção pelos pobres e pelo cuidado da Terra, casa comum. Crentes ou não crentes, a todos Francisco deu esperança”, considerou a bloquista.

PCP

Numa nota enviada à comunicação social, o PCP considerou que Francisco “marcou a Igreja, os católicos e outros cristãos nesta fase da história da humanidade com uma grande proximidade às causas da Paz, de defesa dos direitos económicos e sociais e de justiça para os excluídos desta sociedade «submetida a interesses financeiros»”.

Os comunistas realçam que as encíclicas do Papa, Laudato Si’ (Louvado Sejas) e Fratelli Tutti (Todos Irmãos), “constituem um avanço importante na doutrina social da Igreja”.

“O PCP, que tem uma história de décadas e uma intervenção atual relevante com católicos e outros crentes, em diversas frentes de intervenção progressista, e onde tantos católicos participam nas lutas pela Paz e a transformação social, assinala a ação do Papa Francisco a favor do diálogo e contra a intolerância, e lamenta o seu falecimento e apresenta as suas condolências a todos os católicos e à Igreja Católica”, lê-se na nota.

Rui Tavares

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, destacou o trabalho humanitário do Papa Francisco, que morreu hoje, considerando que o mundo perdeu um líder que deixa um legado relevante pela defesa da paz e dos direitos humanos.

“Lamentamos e expressamos as nossas condolências aos milhões de católicos pelo mundo que perdem hoje um líder religioso de muita importância. Associamo-nos à dor e ao lamento por essa perda”, disse Rui Tavares, em Olhão, no distrito de Faro.

O porta-voz do Livre reagiu assim à morte do Papa Francisco, hoje, aos 88 anos, à margem de uma visita ao Parque Natural da Ria Formosa, na Quinta de Marim.

Para Rui Tavares, a morte do Papa “é igualmente uma perda para todos os que admiram e que viram com atenção o seu trabalho do ponto de vista cívico e humanitário”.

“Não esquecemos que um dos primeiros gestos enquanto Papa foi o de visitar a ilha de Lampedusa, no sul de Itália, e os refugiados”, notou.

Ao mesmo tempo, adiantou, “manteve até ao fim da sua vida, a preocupação com as vítimas dos ataques na Faixa de Gaza, sempre e em todos os aspetos a defender a paz e a concórdia humanitária”.

“É uma perda muito grande de alguém que tem uma vida orientada pelo serviço e que, enquanto líder religioso, trouxe à Igreja católica uma dimensão periférica, uma visão muito apurada de liderança que transcende o fenómeno religioso”, concluiu.

Governo Regional dos Açores

O presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, considerou hoje o Papa Francisco, que morreu aos 88 anos, “o Papa do Povo” e “um exemplo de entrega ao próximo”.

Numa nota de pesar, o líder do executivo regional açoriano refere que recebeu “com profundo pesar a notícia do falecimento” do chefe da Igreja Católica.

“Jorge Mario Bergoglio foi um homem que marcou o nosso tempo. Um Papa próximo, simples, com um sorriso aberto e genuíno que transmitia paz e esperança. A sua vida foi um exemplo de entrega ao próximo - viveu para servir, guiado por uma fé inabalável e por um amor verdadeiro pela humanidade”, afirma.

José Manuel Bolieiro salienta que Francisco “foi o Papa do Povo” e “tocou milhões de corações com gestos pequenos e palavras certeiras”.

“Falou sempre com clareza e verdade, procurando pontes onde havia muros. A sua liderança espiritual será lembrada não apenas pela posição que ocupou, mas pelo modo como a exerceu - com humildade, empatia e coragem”, sublinha.

Bolieiro recorda ainda que teve a honra de testemunhar, “com grande emoção, a presença do Papa Francisco em Portugal, durante as Jornadas Mundiais da Juventude de 2023, em Lisboa”.

Na nota de pesar, o chefe do executivo açoriano lembra também que no discurso aos voluntários o Papa disse que “quem ama não fica de braços cruzados, quem ama serve, quem ama corre para servir, corre empenhado no serviço aos outros".

“Estas palavras definem-no. Francisco amou, serviu, correu pelo bem dos outros. Não cruzou os braços perante as adversidades deste mundo e desafiou-nos a fazer o mesmo. Defendeu um novo humanismo - mais solidário, mais fraterno, mais humano. E é esse legado que devemos preservar”, escreve, sublinhando a importância de esse caminho ser continuado por todos.

O presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), Luís Garcia, também manifestou hoje o seu “mais profundo pesar” pela morte do Papa Francisco, uma “figura incontornável do nosso tempo” e cuja vida foi dedicada “à promoção da paz, da dignidade humana e da solidariedade entre os povos”.

“O Papa Francisco será lembrado como um líder espiritual que deu voz aos que não a tinham e que procurou, incansavelmente, construir pontes num mundo tantas vezes marcado pela divisão e pela indiferença”, salienta Luís Garcia numa nota de pesar.

Para o líder da ALRAA, Francisco “deixará um importante legado de humanidade, proximidade e serviço aos mais necessitados, que marcou o seu pontificado desde o primeiro momento”.

Governo Regional da Madeira

O representante da República para a Região Autónoma da Madeira, Ireneu Barreto, considerou que o Papa Francisco, que morreu hoje aos 88 anos, foi “um farol de esperança e renovação para todos, todos, todos” e “um homem bom".

“O Papa Francisco foi, durante o seu pontificado, um farol de esperança e de renovação para todos, todos, todos, inclusive para algumas franjas da sociedade que tinham sido esquecidas”, sublinha o juiz conselheiro na mensagem de pesar enviada ao bispo do Funchal, Nuno Brás.

Expressando os seus “sentimentos de pesar”, o representante também se “solidarizou com os conterrâneos” da Madeira, “que se reclamam da Igreja Católica e que neste momento choram um homem bom, que deixará imensas saudades”.

O Papa Francisco morreu hoje, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. Nascido em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.

Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.

O primeiro-ministro, Luis Montenegro, que está em gozo de férias na Madeira, falando na presidência do Governo Regional da Madeira, anunciou que iria propor ao Presidente da República que sejam declarados três dias de luto nacional pela morte do Papa.

Também a diocese do Funchal, na ilha da Madeira, reagiu com “profunda tristeza” à notícia da morte de Francisco.

Cavaco Silva

O antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva destacou hoje a "enorme coragem" inerente à mensagem do Papa Francisco contra a marginalização dos imigrantes e o abandono dos doentes e idosos, realçando a sua afabilidade e naturalidade.

“Foi com profundo pesar que tomei conhecimento da morte do Papa Francisco. Tive a honra de, com a minha mulher, representar Portugal na missa de início do seu pontificado, em março de 2013”, escreveu o antigo primeiro-ministro de Portugal (1985/1995) e antigo chefe de Estado (2006/2016).

Na sua nota, Aníbal Cavaco Silva afirma que lhe surpreendeu logo em Francisco “a sua naturalidade e afabilidade, diferente da dos dois papas que antes conhecera”. Nesse encontro, o antigo primeiro-ministro português conta que felicitou o Papa pela eleição e convidou-o para visitar Portugal para o centenário das aparições de Fátima.

“Ao longo dos seus 12 anos de pontificado, o Papa Francisco surpreendeu-nos com palavras fortes e imagens desconcertantes que desafiaram convenções e acomodações. A mensagem de enorme humanidade do Papa Bergoglio foi-nos alertando para a forma como lidamos com os mais desfavorecidos da sociedade, sempre no centro das suas preocupações, e para a forma como lidamos com o Mundo, que devemos preservar da destruição”, sustenta Cavaco Silva.

Para o antigo Presidente da República, “num tempo tão propício ao abandono dos idosos e dos doentes e à marginalização dos imigrantes, a mensagem de Francisco foi de enorme coragem e fundamental para despertar consciências”.

Marques Mendes

Numa nota à comunicação social, Luís Marques Mendes considera que o pontificado do Papa Francisco foi "inspirador pela mensagem, pelo gesto e pela simpatia cativante" e também "pela humildade, simplicidade e autenticidade".

Segundo o ex-comentador político e antigo presidente do PSD, o Papa Francisco foi "inspirador para os católicos, mas, novidade das novidades, profundamente inspirador também para os não católicos".

Por outro lado, de acordo com Marques Mendes, o seu pontificado foi marcado pela preocupação de "unir e congregar". No seu entender, a defesa de uma Igreja para "todos, todos, todos", proclamada na Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, ficará como "um dos momentos mais icónicos deste Papa", ilustrativo "da sua capacidade de ser abrangente, de potenciar o humanismo e de ser justo".

O candidato às presidenciais de 2026 descreve ainda o pontificado do Papa Francisco como "corajoso no combate aos abusos sexuais dentro da Igreja e no apelo ao apoio às vítimas desses abusos" e "nos novos temas que introduziu, através da Encíclica 'Laudato Si': ambiente, desenvolvimento e sustentabilidade".

Paulo Rangel

“Rezo pelo Papa Francisco. Como pessoa, como cristão, como católico, devo-lhe tanto. Devemos-lhe tanto. Em Janeiro, tive a graça de estar com ele mais de meia hora a sós. Francisco era o profeta do exemplo. Todos, todos, todos, sentiremos, não a sua falta, mas a sua presença", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Pedro Duarte

“Com profunda tristeza recebi a notícia da partida do Papa Francisco. O seu exemplo de humildade, coragem e proximidade marcou uma era. A sua voz, sempre do lado dos mais frágeis, ecoará muito para além do seu tempo. Que o mundo saiba honrar o legado de um homem que fez da fé uma ponte e da simplicidade uma força. Descanse em paz, Papa Francisco", afirmou o ministro dos Assuntos Parlamentares e candidato à CM do Porto.

Rita Alarcão Júdice

Para a ministra da Justiça, “há pessoas que nunca morrem. A mensagem do Papa Francisco, o cuidado que teve com todos, todos, todos, vai ficar para sempre no nosso coração.”

Joaquim Miranda Sarmento

“Na segunda-Feira da Ressurreição, nesta Páscoa da morte e Ressurreição do nosso salvador, partiu para a casa do pai o nosso Papa Francisco. Um homem notável, de uma profunda humanidade”, lembrou o ministro de Estado e das Finanças.

José Manuel Fernandes

“Hoje, despedimo-nos de um líder que abriu portas, tocou corações e lutou por uma fé viva, acolhedora e cheia de compaixão. Que o seu legado de inclusão e esperança perdure por gerações e que o seu exemplo continue a inspirar-nos na construção de um mundo melhor", recordou o ministro da Agricultura e Pescas.

Pedro Reis

“Foi um Papa extraordinário precisamente quando o Mundo mais precisava de humanidade e de proteção aos mais necessitados”, disse o ministro da Economia.

Nuno Melo

Para o ministro da Defesa Nacional, "partiu um Homem ímpar e único. Tive o privilégio de escutar o Papa Francisco no Parlamento Europeu e na JMJ [Jornada Mundial da Juventude]. Para sempre ficará o exemplo de fé, o sentido de justiça, a luta incessante contra as desigualdades e a afirmação da paz como único caminho. Continuará a velar por nós."

Carlos César

“Seguia e apreciava muito este Papa, desde o início do seu pontificado. O Papa que falou sobre todos. Que aceitou as diferenças como parte de todos. Que insistiu numa Igreja com voz na lembrança de todos os que são vítimas de injustiças como das guerras, da depredação de recursos naturais como das intolerâncias. Crentes ou não, as pessoas de boa vontade curvam-se perante a memória dos seus esforços e da sua obra", afirmou o presidente do PS.

Inês de Sousa Real

“Papa Francisco deixa-nos um legado de humanidade e compaixão. Esteve do lado do progresso e da paz, procurou combater a pobreza e as desigualdades sociais, abrir a igreja aos desafios do Séc XXI, desde a crise climática, passando pela defesa da democracia aos direitos dos animais (...). A sua morte representa uma perda não apenas para a Igreja, onde fez um caminho de inclusão, tolerância e de reparação, que não apenas histórica, mas para todas as pessoas que partilham dos seus valores. Associo-me por isso, com tristeza, ao pesar que hoje é sentido globalmente”, notou a porta-voz do PAN.

CDS-PP

“Obrigado pelo exemplo de humanismo, solidariedade e fé. Até sempre, Papa Francisco!”

Partido Ecologista “Os Verdes”

“O Partido Ecologista Os Verdes lamenta o falecimento do Papa Francisco. Do muito que poderia ser referido a propósito da ação do Papa Francisco, Os Verdes destacam a sua profunda preocupação com o estado do Planeta, a degradação ambiental, as alterações climáticas, para as quais contribui um crescimento suportado numa lógica desregulada de produção e de consumo."

União Europeia

António Costa

"Associo-me com tristeza aos milhões de pessoas que choram a morte de Sua Santidade o Papa Francisco", escreveu nas redes sociais o presidente do Conselho Europeu.

"Profundamente compassivo, preocupou-se com os grandes desafios globais do nosso tempo, das migrações às alterações climáticas, da desigualdade à paz, mas também com as lutas quotidianas das pessoas comuns", lembrou.

"Na sua última mensagem para o Dia Mundial da Paz, Francisco propôs três ações concretas: a anulação da dívida externa, a abolição da pena de morte e a criação de um fundo mundial para a eliminação definitiva da fome. Que as suas ideias continuem a guiar-nos para um futuro de esperança. Que descanse em paz", remata António Costa.

Ursula von der Leyen

"Hoje, o mundo chora a morte do Papa Francisco.Inspirou milhões de pessoas, muito para além da Igreja Católica, com a sua humildade e amor tão puro pelos menos afortunados", escreveu no X a presidente do Comissão Europeia.

"Os meus pensamentos estão com todos os que sentem esta profunda perda. Que encontrem consolo na ideia de que o legado do Papa Francisco continuará a guiar-nos a todos para um mundo mais justo, pacífico e compassivo", pode ler-se.

Política internacional

Giorgia Meloni

"Tive o privilégio de desfrutar da sua amizade, dos seus conselhos e dos seus ensinamentos, que nunca falharam, mesmo nos momentos de provação e de sofrimento", escreveu no X a primeira-ministra italiana.

"Nas meditações da Via Sacra, recordou-nos a força do dom, que faz renascer tudo e é capaz de reconciliar o que, aos olhos do homem, é inconciliável. E pediu ao mundo, mais uma vez, a coragem de uma mudança de rumo, de percorrer um caminho que 'não destrói, mas cultiva, repara, guarda'. É nessa direção que caminharemos, para procurar o caminho da paz, perseguir o bem comum e construir uma sociedade mais justa e equitativa. O seu magistério e a sua herança não se perderão. Saudamos o Santo Padre com o coração cheio de tristeza, mas sabemos que ele está agora na paz do Senhor", disse ainda.

JD Vance

"Acabei de saber do falecimento do Papa Francisco. O meu coração está com os milhões de cristãos de todo o mundo que o amavam", disse o vice-presidente dos EUA na rede social X.

"Fiquei feliz por o ter visto ontem, embora ele estivesse obviamente muito doente. Mas lembrar-me-ei sempre dele pela homilia que fez nos primeiros tempos da COVID. Era realmente muito bonita. Que Deus tenha a sua alma em descanso", acrescentou.

José Ramos-Horta

O presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, afirmou hoje que não foram apenas os católicos que perderam com a morte do Papa Francisco, mas todas as religiões e a humanidade.

“Todas as religiões, toda a humanidade, perdeu alguém de grande importância”, disse o presidente timorense, numa mensagem de vídeo em tétum, a partir de Sofia, Bulgária, onde se encontra em visita oficial.

Na mensagem, o também prémio Nobel da Paz, considera que o “Papa Francisco foi um dos papas com maior impacto na história do mundo”, que “abraçou os pobres, os frágeis”.

“Um Papa que não hesitou em falar contra os poderes mundiais que promovem a guerra em vez da paz”, disse Ramos-Horta, lembrando que Francisco denunciou também os poderes que ignoram os pobres e exploram os mais fracos.

O chefe de Estado timorense recordou também as palavras do Papa Francisco, quando terminou a visita a Díli, em setembro de 2024.

“Segurou na minha mão e disse para cuidarmos bem deste povo querido”, lembrou.

Zelensky

"Milhões de pessoas em todo o mundo estão de luto com a trágica notícia da morte do Papa Francisco. A sua vida foi dedicada a Deus, às pessoas e à Igreja", escreveu o presidente ucraniano na rede social X.

"Sabia como dar esperança, aliviar o sofrimento através da oração e promover a unidade. Rezou pela paz na Ucrânia e pelos ucranianos. Estamos de luto juntamente com os católicos e todos os cristãos que esperavam o apoio espiritual do Papa Francisco. Memória eterna!", disse ainda.

Keir Starmer

"É com profunda tristeza que tomo conhecimento da morte de Sua Santidade o Papa Francisco. Os seus esforços incansáveis para promover um mundo mais justo para todos deixarão um legado duradouro. Em nome do povo do Reino Unido, apresento as minhas mais sinceras condolências a toda a Igreja Católica", escreveu o primeiro-ministro britânico.

Daniel Chapo

O presidente moçambicano, Daniel Chapo, endereçou hoje condolências à igreja católica pela morte do Papa, lembrando um líder espiritual com um “compromisso incansável” com a paz e justiça social.

“Neste momento, com corações em choque juntamo-nos ao mundo na despedida de um líder cuja luz brilhou intensamente, iluminando caminhos de fé e esperança”, disse Daniel Chapo, numa mensagem divulgada hoje pela Presidência moçambicana.

Para Chapo, o Papa Francisco foi um líder espiritual que lutou pelos marginalizados, dedicando a sua vida ao “compromisso incansável” com a justiça, paz e fraternidade.

“Um pastor para todos, transcendeu as fronteiras da Igreja Católica, tocando a alma da humanidade com a sua mensagem de amor a Deus e ao próximo. A sua voz, um verdadeiro clamor por justiça, ecoou em cada canto do planeta, inspirando a construção de pontes entre culturas e religiões”, acrescentou o chefe de Estado moçambicano.

Lula da Silva

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do papa Francisco, de quem destacou a "coragem e empatia" para levar a discussão sobre as mudanças climáticas ao Vaticano. O Brasil recebe este ano a reunião do clima COP30.

Lula também elogiou as críticas do pontífice argentino aos "modelos económicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças".

"A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo", destacou Lula em comunicado.

Joe Biden

"Foi com grande tristeza que eu e a Jill tomámos conhecimento do falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco. Ele era diferente de todos os que vieram antes dele. O Papa Francisco será recordado como um dos líderes mais importantes do nosso tempo e eu sinto-me melhor por tê-lo conhecido", escreveu o ex-presidente dos EUA na rede social X.

"Durante décadas, serviu os mais vulneráveis em toda a Argentina e a sua missão de servir os pobres nunca cessou. Como Papa, foi um pastor carinhoso e um professor exigente que se aproximou de diferentes credos. Exortou-nos a lutar pela paz e a proteger o nosso planeta de uma crise climática. Defendeu os que não têm voz nem poder. Fez com que todos se sentissem bem-vindos e vistos pela Igreja. Promoveu a equidade e o fim da pobreza e do sofrimento em todo o mundo. E, acima de tudo, foi um Papa para todos. Foi o Papa do povo - uma luz de fé, esperança e amor", acrescentou.

JD Vance

"Descanse em paz, papa Francisco", publicou na rede social X a Presidência dos Estados Unidos. O vice-presidente americano, J.D. Vance, que é católico e que se reuniu com o pontífice no domingo, declarou que o seu "coração está com os milhões de cristãos" do mundo.

Javier Milei

O presidente argentino Javier Milei disse-se honrado por ter conhecido "em sua bondade e sabedoria" o Papa Francisco, "apesar de diferenças que hoje são menores".

Miguel Díaz-Canel

O presidente Miguel Díaz-Canel lamentou a morte do papa Francisco e destacou a sua "proximidade" com Cuba.

Ursula von der Leyen

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou que Francisco "inspirou milhões de pessoas, muito além da Igreja Católica, pela sua humildade e seu amor tão puros pelos mais desfavorecidos".

Putin

O presidente Vladimir Putin descreveu Francisco como um "dirigente sábio" e um "defensor constante dos mais altos valores do humanismo e da justiça". Destacou que o papa "contribuiu ativamente para o desenvolvimento do diálogo entre as Igrejas Ortodoxa russa e Católica romana, e a uma interação construtiva entre a Rússia e a Santa Sé".

Emmanuel Macron

O presidente francês, Emmanuel Macron, rendeu homenagem a quem esteve sempre "com os mais vulneráveis e os mais frágeis" e expressou as suas "condolências mais sinceras aos católicos de todo o mundo".

Donald Tusk

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, exaltou "um homem bom, afetuoso e sensível".

Carlos III

O rei Carlos III da Inglaterra disse que estava "profundamente entristecido" pela morte do papa Francisco, que serviu ao mundo com "devoção durante toda a sua vida". O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, destacou, por sua vez, os "esforços incansáveis" do sumo pontífice "por um mundo mais justo".

Micheal Martin

O primeiro-ministro irlandês Micheal Martin referiu-se a Francisco como um "campeão da justiça no mundo moderno" e como um defensor dos "pobres" e dos "oprimidos".

Pedro Sánchez

O presidente de governo, Pedro Sánchez, ressaltou o compromisso "com a paz, a justiça social e os mais vulneráveis".

Alemanha

O chefe de Governo demissionário, Olaf Scholz, descreveu Francisco como um "defensor dos mais fracos" e como um "homem de reconciliação". O seu sucessor eleito, Friedrich Merz, destacou, por sua vez, o "compromisso incansável" do papa com os "mais vulneráveis" e "pela justiça e a reconciliação".

Viktor Orbán

"Obrigado por tudo", disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

Donald Trump

O Presidente dos EUA, Donald Trump, expressou hoje as suas condolências pela morte do Papa Francisco, que faleceu aos 88 anos, após um período de doença que o deixou hospitalizado durante várias semanas.

"Descansa em paz, Papa Francisco. Que Deus te abençoe e a todos os que te amavam", escreveu Trump numa breve mensagem na rede Truth Social, pouco depois de a Casa Branca ter divulgado uma mensagem semelhante.

Donald Trump anunciou esta noite, através da sua rede social Truth, que vai marcar presença no funeral do Papa Francisco, em Roma, juntamente com a mulher, Melania.

O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.

Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.

Isaac Herzog

O presidente israelita Isaac Herzog prestou homenagem a "um homem de profunda fé e compaixão sem fim".

Mahmud Abbas

O presidente da Autoridade Palestina Mahmud Abbas homenageou "um amigo fiel do povo palestiniano", que reconheceu a Palestina como Estado.

Joseph Aoun

O Líbano perdeu um "amigo querido" e um "apoio fervoroso", reagiu o presidente Joseph Aoun, que disse que a morte de Francisco representa uma "perda para toda a humanidade".

Esmail Baghai

O porta-voz da diplomacia iraniana, Esmail Baghai, ofereceu as suas "condolências a todos os cristãos do mundo" e disse "rezar para Deus todo-poderoso pela paz" do papa Francisco.

Abdel Fattah al Sissi

O presidente Abdel Fattah al Sissi lamentou "uma profunda perda para todo o mundo" e considerou que Francisco foi "uma voz de paz, amor e compaixão".

União Africana

A União Africana prestou homenagem a um "defensor inabalável da paz".

William Ruto

O presidente  queniano William Ruto aplaudiu o "compromisso inabalável" do Papa "a favor da inclusão e da justiça".

Abiy Ahmed

O primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed exaltou o "legado de compaixão" e "de humildade" que Francisco deixa.

Narendra Modi

O primeiro-ministro indiano Narendra Modi afirmou que o papa foi um "modelo de compaixão, humildade e valor espiritual".

Anura Kumara Dissanayake

O presidente do Sri Lanka Anura Kumara Dissanayake prestou homenagem ao "compromisso inabalável pela paz" que deixou, segundo o prórpio, "uma marca indelével".

José Maria Neves

O presidente Cabo-verdiano José Maria Neves referiu-se ao Papa como "líder humanista de rara estatura moral", cujo trabalho se pautou pela defesa dos "mais pobres, excluídos e grandes desafios da contemporaneidade", como guerras, alterações climáticas e justiça social.

Na carta de pesar, o chefe de Estado manifestou "imensa tristeza e profunda consternação" pelo Papa que deixou "um legado incomensurável, pautado pelo respeito incondicional pela dignidade da pessoa humana, pela fraternidade e por incansáveis esforços em prol da paz global".

Em nome do povo cabo-verdiano, José Maria Neves endereçou as "mais sentidas e profundas condolências".

O primeiro-ministro de Cabo Verde anunciou que o Governo vai decretar dois dias de luto nacional, na terça e quarta-feira, pela morte do Papa Francisco, que morreu, hoje, aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.

Cultura

Pedro Abrunhosa

"Não é preciso ser crente para chorar a morte do Papa Francisco. Não sou negro nem africano e o desaparecimento de Mandela deixou-me no mesmo estado de torpor e tristeza. Há homens que, pelos atos, transcendem o humano tornando a existência de Deus mais provável", escreveu o cantor nas redes sociais.

"O percurso de Mário Bergoglio foi o da verdadeira fé cristã: despojamento, bondade e abnegação aos outros. Ler a sua autobiografia é entender a força que moveu Francisco num pontificado que deixará para sempre a marca da tolerância num Vaticano que clama por mudança e, por isso, as sombras sinistras do mais obscuro conservadorismo católico lhe opuseram tamanha resistência e, não duvido, celebrem hoje, dia triste, a sua morte", completa.

Antonio Banderas

"Morre o Papa Francisco, um homem que, à frente da Igreja Católica, mostrou bondade, amor e misericórdia para com os mais necessitados", escreveu o ator Antonio Banderas na rede social X.

Nuno Markl

Futebol

Federação Portuguesa de Futebol

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) lamentou a morte, hoje, do Papa Francisco, aos 88 anos, ambicionando que “o seu legado de fraternidade seja seguido e honrado”.

Numa mensagem divulgada no seu sítio oficial na Internet e assinada pelo presidente da FPF, Pedro Proença, o organismo que rege o futebol em Portugal sublinhou que “o seu percurso e exemplo jamais serão esquecidos”.

“Em meu nome e da FPF, associo-me ao lamento e consternação pelo falecimento do Papa Francisco. Um Homem de causas que, com a sua simplicidade e humildade, teve a capacidade de tocar o Mundo, acima de qualquer credo religioso. Que o seu legado de fraternidade seja seguido e honrado, assim como o seu ideal de uma Igreja para todos”, escreveu o antigo árbitro.

Liga Portugal

"A Liga Portugal manifesta o seu mais profundo pesar pelo falecimento de Sua Santidade, o Papa Francisco, ocorrido esta segunda-feira, aos 88 anos de idade", pode ler-se em comunicado.

"Ao longo do seu pontificado, o Papa Francisco afirmou-se como uma voz serena e firme na defesa da paz, da inclusão e da dignidade humana. A sua liderança espiritual destacou-se pela promoção constante do diálogo entre culturas, religiões e nações, deixando um legado de humildade, coragem e esperança", é frisado.

"A sua ligação a Portugal permanece viva na memória coletiva, em especial pela mensagem de unidade deixada durante as Jornadas Mundiais da Juventude, em Lisboa, no verão de 2023 — evento ao qual a Liga Portugal se associou, com enorme orgulho, através da Fundação do Futebol", recorda ainda este organismo.

A Liga Portugal destaca também que Francisco era "apaixonado pelo Desporto, e pelo Futebol em particular, acompanhava-o com entusiasmo, reconhecendo na sua essência valores que o próprio sempre promoveu: respeito, fraternidade e superação".

Real Madrid 

"O Real Madrid deseja expressar as suas condolências a toda a comunidade católica pela perda de uma figura histórica e universal", lê-se num comunicado do clube espanhol.

"Durante o seu pontificado, marcado pela dimensão do seu grande legado, o Papa Francisco representou um enorme espírito de solidariedade e apoio às pessoas mais desfavorecidas e vulneráveis", é ainda referido.

José Mourinho

O treinador português José Mourinho, que orientou a equipa de futebol da Roma até ao início do ano passado, lamentou hoje a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, destacando a humildade do líder da Igreja Católica.

“Para ser grande, acima de tudo é necessário saber ser pequeno. A humildade é a base da verdadeira grandeza. Papa Francisco. A esperança é uma luz na noite. Grande Papa”, indica a conta do atual técnico do Fenerbahçe, que manifestou várias vezes apreço pelo Papa Francisco, na rede social Instagram.

Benfica

“O Sport Lisboa e Benfica manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco, líder inspirador da Igreja Católica e referência mundial de humildade, solidariedade e diálogo”, refere o clube em comunicado.

Os ‘encarnados’ expressam as suas condolências à “Igreja Católica, à comunidade crente em todo o mundo, e ao povo argentino, sua pátria de origem”.

“Apaixonado pelo futebol, o Papa Francisco sempre reconheceu no desporto um instrumento de paz, inclusão e fraternidade entre os povos. O Sport Lisboa e Benfica recorda com emoção a honra de ter sido recebido por Sua Santidade no Vaticano, num encontro que ficará para sempre na memória da instituição”, acrescenta o clube presidido por Rui Costa.

San Lorenzo

O clube do Papa Francisco também reagiu na rede social X.

"De Jorge Mario Bergoglio a Francisco, houve uma coisa que nunca mudou: o seu amor pelo El Ciclón. Envolvidos numa profunda dor, desde San Lorenzo dizemos hoje a Francisco: Adeus, obrigado e até sempre! Estaremos juntos para a eternidade!".

FC Porto

O FC Porto lamentou hoje a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, evocando “um promotor da paz e construtor de pontes e caminhos em comum”.

“O FC Porto lamenta a perda do Papa Francisco e solidariza-se com a dor de todos os que sentem a morte de um promotor da paz e construtor de pontes e caminhos em comum”, sublinharam os ‘dragões’, numa nota publicada nas redes sociais.

O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.

Nascido em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.

O Papa Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral e teve alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.

Messi

O futebolista Lionel Messi, oito vezes vencedor da Bola de Ouro e campeão mundial de seleções pela Argentina, despediu-se hoje com saudade do Papa Francisco, que morreu aos 88 anos, lembrando a personalidade do seu compatriota.

“Distinto, próximo e argentino... Que descanse em paz, Papa Francisco. Obrigado por fazer do mundo um lugar melhor. Vamos sentir a sua falta”, reagiu o avançado dos norte-americanos do Inter Miami, de 37 anos, numa publicação nas redes sociais.

A mensagem é acompanhada por uma imagem de Messi ao lado do Papa Francisco, que foi fotografada em agosto de 2013, quando a seleção argentina foi recebida no Vaticano pelo pontífice - nomeado como chefe da Igreja Católica cinco meses antes -, nas vésperas de uma vitória sobre a Itália (2-1), num encontro particular disputado em Roma.

Outras entidades

Grupo VITA

"O Grupo VITA expressa a sua profunda tristeza pela perda do Papa Francisco, e também a enorme gratidão pelo caminho de acolhimento, coragem e transformação que traçou na Igreja Católica", lê-se no comunicado enviado pelo grupo que acompanha as vítimas de abuso por parte de elementos da Igreja em Portugal.

"O Papa Francisco desde sempre revelou uma especial atenção aos mais frágeis e necessitados, incentivando a abordagem de temas tão difíceis e ocultos, como a violência sexual contra crianças e adultos vulneráveis", é recordado.

Grande Oriente Lusitano

O grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), Fernando Cabecinha, apresentou hoje as suas condolências aos dignitários da Igreja Católica pelo falecimento do Papa Francisco, considerando que foi um homem de exceção e adepto fervoroso da fraternidade.

“Na qualidade de grão-mestre do Grande Oriente Lusitano apresento as minhas condolências aos dignitários da Igreja Católica e aos Cristãos pelo falecimento do Papa Francisco. Era um homem de exceção, defensor da dignidade do ser humano e um adepto fervoroso da fraternidade entre os homens”, escreveu Fernando Cabecinha, numa nota que enviou à agência Lusa.

TAP

Universidade Católica Portuguesa

"A Universidade Católica Portuguesa manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento de Sua Santidade, o Papa Francisco. A sua partida deixa uma dor profunda nos crentes e em todos aqueles que encontraram nas suas palavras, gestos e ações um testemunho luminoso de humildade, generosidade, proximidade e esperança", lê-se em nota enviada às redações.

"Esperança foi não só o mote da sua vida, mas o seu legado, uma mensagem particularmente relevante num mundo de dissidência e contradições, onde o Papa Francisco foi o derradeiro líder ético", disse a reitora da Universidade Católica Portuguesa, Isabel Capeloa Gil.

"Neste momento de luto, reafirmamos o nosso compromisso com o legado do Papa Francisco. Que a sua vida, dedicada ao serviço dos mais pobres, ao diálogo inter-religioso, à justiça climática e à cultura do encontro, continue a inspirar o nosso caminho como Universidade Católica. Que o seu testemunho de ternura e firmeza, de simplicidade e sabedoria, nos ajude a ser, como ele pediu,'artesãos do futuro'", pode ler-se.

Associação Ateísta Portuguesa

O presidente da Associação Ateísta Portuguesa lamentou hoje a morte do “ser humano Papa Francisco” e relevou “algumas posições” que teve enquanto chefe do Vaticano, lamentando que noutros casos não tenha feito o suficiente.

João Lourenço Monteiro falava à agência Lusa a propósito da morte do Papa Francisco, hoje aos 88 anos.

O responsável, líder de uma associação que não crê em divindades, foi questionado pela Lusa sobre as posições do Papa em relação a temas sociais, do aborto à eutanásia e à homossexualidade, da emergência de populismos às alterações climáticas.

Lamentando a morte do ser humano Francisco, porque todos os seres humanos são importantes, João Lourenço Monteiro salientou que no exercício da sua atividade enquanto líder do Estado do Vaticano teve posições coerentes e recorrentes, como em relação à defesa do ambiente e biodiversidade, com uma “boa postura”, mas ziguezagueou noutros temas, como o do movimento LGBT.

Em algumas intervenções “pareceu haver sinais de abertura da Igreja Católica, mas logo a seguir retrocedia”, disse, criticando também a posição do Papa em relação ao aborto ou à eutanásia (contra), não respeitando as decisões dos indivíduos e os direitos das mulheres.

“Nenhuma pessoa é santa, o Papa é um ser humano como qualquer outro, que por vezes parece estar correto e outras não”, afirmou, reconhecendo que a Igreja não tem apenas uma sensibilidade e que a isso se pode dever comentários mais progressistas e outros menos.

IKEA

Associação ZERO

A associação ambientalista Zero recordou hoje, véspera do Dia Mundial da Terra, o papel do Papa Francisco nas questões da sustentabilidade do planeta e das alterações climáticas.

Num comunicado onde pede energia mais renovável e que não se retroceda nas políticas ambientais (a propósito do Dia Mundial da Terra), a Zero lembra a importância do Papa Francisco, que morreu hoje aos 88 anos, na necessidade de se cuidar da “casa comum” que é o planeta Terra.

Recorda nomeadamente o papel do Papa apelando ao “urgente desafio de proteger a nossa casa comum” na encíclica “Laudato si”, que completa 10 anos a 24 de maio.

“O que escreveu foi determinante em 2015, ano em que se aprovaram os 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável e o Acordo de Paris. O Papa mencionou que ´uma especial gratidão é devida àqueles que lutam, com vigor, por resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo´”, diz a associação.

A Zero recorda ainda que na encíclica o Papa refere que os jovens exigem uma mudança e interrogam-se como é que se pode construir um mundo melhor sem pensar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos.

“Lanço um convite urgente a renovar o diálogo sobre a maneira como estamos a construir o futuro do planeta. Precisamos de um debate que nos una a todos, porque o desafio ambiental, que vivemos, e as suas raízes humanas dizem respeito e têm impacto sobre todos nós. (…) Precisamos de nova solidariedade universal”, dizia o Papa na encíclica hoje recordada pela Zero.

No comunicado a associação diz que o 55.º Dia Mundial da Terra é vivido em tempo de incertezas e transformações aceleradas, de uma crise ambiental e climática que se intensifica, ou de reforço de investimentos em combustíveis fósseis, e diz ser fundamental evitar o retrocesso do Pacto Ecológico Europeu e de outros compromissos globais na área da sustentabilidade.

União das Misericórdias

A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) reagiu à morte do Papa, destacando “o legado de paz e simplicidade que deixou a todos aqueles que acreditam na bondade humana”.

“Durante o seu pontificado, o Papa Francisco foi um exemplo de humildade, compaixão e dedicação ao serviço dos mais necessitados, pregando uma mensagem de amor, paz e justiça social”, sublinha a UMP.

A instituição recorda que na Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário de 2025 ‘Spes non Confundit - a esperança não engana’, Francisco “apresentou um conjunto de reflexões e propostas que tocam diretamente a missão e os valores das Misericórdias”, convocando-as “para a mobilização em torno dos mais vulneráveis”.

As Misericórdias de Portugal ficam mais pobres com esta perda, mas mais ricas no exemplo de trabalho e missão que nos deixou”, acrescenta a UMP.

CIP - Confederação Empresarial de Portugal

A CIP - Confederação Empresarial de Portugal emitiu uma nota de pesar pela morte do Papa Francisco, recordando algumas bandeiras do seu pontificado como o “diálogo inter-religioso” e a “defesa dos mais vulneráveis”.

A estrutura associativa empresarial portuguesa refere que recebeu com “profunda tristeza a notícia hoje tornada pública da morte do Papa Francisco. A vida de Sua Santidade foi um profundo sinal de esperança em tempos conturbados. Tendo com ousadia, humildade e discernimento, mas também com firmeza mostrado ao mundo que o Evangelho é empatia, compaixão, misericórdia”, lê-se na nota emitida pela CIP.

“O Papa Francisco partiu no tempo de Páscoa, quando a fé cristã celebra a vida que vence a morte. Um sinal de esperança nestes dias difíceis, pejados de conflitos, de confrontos, de hostilidades. O diálogo inter-religioso, a defesa dos mais vulneráveis e a confiança nos jovens, nas famílias e nos pobres foram bandeiras de sempre”, refere a associação liderada por Armindo Monteiro.

“A CIP une-se à Igreja, e ao mundo inteiro, nesta hora de dor indizível pela partida de Sua Santidade, um homem de uma imensa simplicidade, mas forjado na coragem, que soube unir todos”, acrescenta.

Centro Internacional de Diálogo

O Centro Internacional de Diálogo (Kaiciid) considerou hoje o Papa Francisco “uma figura global extraordinária cuja dedicação inabalável à paz, ao diálogo inter-religioso e à fraternidade humana moldou profundamente o panorama moral e espiritual” atual.

O Kaiciid refere em comunicado que Francisco, que morreu hoje com 88 anos, “desempenhou um papel fundamental na manutenção e promoção desse legado”, salientando que através do seu apoio contínuo e encorajamento, "reforçou a missão deste centro, oferecendo a sua bênção e abrindo portas essenciais que permitiram expandir o seu trabalho por regiões e comunidades carentes de diálogo e reconciliação".

O Centro Internacional de Diálogo foi fundado em 2012 numa iniciativa do falecido rei Abdullah bin Abdulaziz Al Saud, da Arábia Saudita, e do Papa Bento XVI, antecessor de Francisco.

O Kaiciid considera que ao longo do seu pontificado o Papa Francisco defendeu consistentemente o diálogo como um caminho poderoso para o entendimento mútuo e a convivência pacífica entre comunidades.

“A sua liderança elevou o apelo à união das comunidades de fé ao serviço do bem comum, destacando-se especialmente os seus esforços históricos para construir pontes entre religiões, incluindo a assinatura do Documento sobre a Fraternidade Humana, em Abu Dhabi, em 2019”, sublinha o comunicado.

Para o Kaiciid, os ensinamentos do Papa Francisco, particularmente na sua encíclica histórica Fratelli Tutti, “continuam a ser uma luz orientadora para todos os que se empenham em promover a unidade, a dignidade e a solidariedade entre todos os povos” e que a sua incansável defesa dos marginalizados e a sua visão corajosa de um mundo mais compassivo “ressoam profundamente com os valores e a missão” do centro.

“Ao refletir sobre a sua vida notável, o Kaiciid reafirma o seu compromisso inabalável com os princípios que o Papa Francisco encarnou de forma tão apaixonada. Que o seu legado continue a inspirar os esforços em prol do diálogo, da justiça e de um mundo mais unido e pacífico”, vinca.

Maçonaria

Duas lojas maçónicas manifestaram o seu pesar e tristeza pela morte hoje do Papa Francisco, lembrando o apelo de diálogo e de partilha feito em agosto de 2023 na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.

Em comunicado, a Maçonaria Regular, representada em exclusividade pela Grande Loja Regular de Portugal/Grande Loja Legal de Portugal, manifestou “o seu imenso pesar pelo falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco, juntando-se, assim, ao luto de todos os milhares de milhões de católicos espalhados pelo mundo”.

Na nota de imprensa, a Maçonaria Regular juntou nas condolências “aqueles que, ainda em maior número e independentemente da sua profissão de fé, abriram o seu coração a uma pessoa única na transcendência do amor partilhado”.

Aludindo à “incompreensão da Igreja Católica sobre a Maçonaria - do ponto de vista programático e dogmático – que no Vaticano perdura até hoje”, aquela loja maçónica considerou que “é essencial sublinhar que foi graças a Sua Santidade – na afirmação universal da frase abrangente do ‘todos, todos, todos’” que “foi dado um sinal claro no sentido do diálogo, da partilha do mesmo caminho por todos os seres humanos na unívoca vontade de construir um mundo melhor”.

O comunicado termina com o desejo de “cada maçom” de que a “energia de Sua Santidade o Papa Francisco continue a animar o planeta com o seu amor e sabedoria (…) em prol de um mundo mais solidário e, acima de tudo, mais humano”.

Também o Soberano Grande Capítulo dos Cavaleiros Rosa-Cruz 1804 de Portugal – Grande Capítulo Geral do Rito Moderno ou Francês, Potência Maçónica independente lamentou a morte do Papa Francisco.

Em comunicado, a Rosa-Cruz considerou que a “sua liderança, marcada pela humildade, compaixão e por um profundo compromisso com os mais vulneráveis, deixa um legado indelével, não apenas na Igreja Católica, mas em todo o mundo, independentemente dos credos religiosos dos cidadãos, onde quer que estejam”.

“Ao longo do seu pontificado, o Papa Francisco inspirou milhões de pessoas, transcendendo fronteiras religiosas, com a sua mensagem de esperança, de misericórdia e de justiça social. A sua voz, firme na defesa do diálogo e da paz, ecoou em todos os cantos do planeta, apelando à união e à solidariedade entre os povos”, assinalou.

No comunicado, a loja maçónica “recorda com gratidão o seu incansável trabalho em prol da ecologia integral, da defesa dos direitos humanos e da promoção de uma Igreja mais inclusiva e próxima dos seus fiéis, bem como de todos os homens e todas as mulheres, nomeadamente dos que sofrem o flagelo da fome, da miséria e da guerra”.

“O seu exemplo de simplicidade e de serviço permanecerá para sempre nas nossas recordações. Neste momento de luto, expressamos as nossas mais sinceras condolências à Igreja Católica, aos seus fiéis e a todos aqueles que foram tocados pela sua presença e pelas suas palavras”, escrevem ainda.

A nota de imprensa termina com o desejo de que “o próximo pontífice seja um sábio continuador da obra de Jorge Mario Bergoglio”.

Comunidade do Bangladesh em Portugal

O líder da comunidade do Bangladesh em Portugal expressou “profundo pesar” pela morte, hoje, do Papa Francisco, “um exemplo de humildade, compaixão e sabedoria” com uma “liderança sempre marcada pelo cuidado com os mais vulneráveis”.

Numa nota de pesar enviada à agência Lusa, Rana Taslim Ud-Din lembra o encontro que teve com Francisco em Portugal, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2023, salientando que, “mesmo em momentos de grande solenidade, as suas palavras, embora poucas, revelaram a grandeza do homem que ele era”.

“O Papa Francisco foi um exemplo de humildade, compaixão e sabedoria, e a sua liderança, sempre marcada pelo cuidado com os mais vulneráveis, foi um farol de esperança para milhões de pessoas ao redor do mundo”, salienta.

Rana Taslim Ud-Din adianta que o pontificado do Papa Francisco “foi caracterizado por uma profunda dedicação à justiça social, à dignidade humana e à promoção da paz, temas que foram sempre caros ao seu coração”.

“O Papa Francisco foi uma voz incansável na defesa dos pobres, dos marginalizados, dos silenciados e de todos aqueles que, por diversas razões, foram deixados à margem da sociedade. A sua atuação como defensor do meio ambiente e da solidariedade humana, assim como sua luta por uma economia mais justa, marcarão de forma indelével a história da Igreja e do mundo contemporâneo”, afirma.

O líder da comunidade do Bangladesh adianta que o Papa Francisco “não apenas guiou a Igreja, mas também se tornou uma referência moral e espiritual para pessoas de todas as crenças, sempre com um olhar atento à construção de um mundo mais justo e fraterno”.

A comunidade do Bangladesh apela a que o legado de fé, bondade e coragem do Papa Francisco “continue a inspirar a todos e a iluminar os caminhos da humanidade”.