O vice-presidente da Associação Nacional das unidades de Saúde Familiar (USF-AN), Diogo Urjais, disse à Lusa que esta situação de deve ao número reduzido de vacinas da gripe atribuídas aos cuidados de saúde primários e ao atraso no fornecimento de vacinas por parte dos laboratórios.
“Como há uma falha de fornecimento das vacinas acaba por haver alguma dificuldade das unidades em obter as vacinas da gripe e, neste momento, algumas unidades tem um ‘stock’ residual e nalguns casos nulo”, adiantou o enfermeiro, salientando que, segundo a informação de que a USF-AN dispõe, a situação só irá estabilizar a partir da segunda semana de outubro com o fornecimento de vacinas da gripe em maior número para as unidades de saúde.
Segundo o responsável, as vacinas já chegaram em “alguma percentagem na semana passada”, mas foram distribuídas maioritariamente pelas farmácias comunitárias.
Diogo Urjais referiu que as unidades de saúde têm vacinas contra a covid-19, sendo o problema as da gripe: “Por exemplo, não temos vacinas para os profissionais das ERPI (Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas)” e para os profissionais de saúde, “mas temos para os utentes dos lares, porque é uma vacina da gripe de alta dosagem” e que está disponível.
A vacinação contra a gripe, que este ano decorre em simultâneo com a da covid-19, arrancou na passada sexta-feira, decorrendo preferencialmente nas farmácias comunitárias para os maiores de 60.
No SNS será feita a vacinação das pessoas com menos de 60 anos com patologias de risco, das grávidas e dos profissionais dos serviços de saúde (públicos e privados) e de outros serviços prestadores de cuidados de saúde, estudantes em estágio clínico, bombeiros envolvidos no transporte de doentes e prestadores de cuidados a pessoas dependentes que serão convocados pelos respetivos centros de saúde onde estão inscritos.
Haverá ainda vacinação nos lares, na rede de cuidados continuados integrados e nas prisões feita por profissionais do Serviço Nacional de Saúde.
O vice-presidente da USF-AN defendeu que devia haver uma “comunicação efetiva” de que a vacina pode ser feita mais tarde para evitar “uma correria total dos utentes” logo no início da vacinação, que criam estes problemas de abastecimento que poderiam ser evitados.
“Para que não surjam constantemente situações de ruído, e algum ruído desnecessário, muitas das vezes contra os cuidados de saúde primários - que nesta campanha não foram ouvidos para esta mudança de paradigma e de metodologia - é fundamental que haja uma comunicação efetiva com os utentes de quando é que se devem vacinar, onde é que se devem vacinar (…) e até destas faltas específicas de vacinas para que não surjam situações de ruído que leve a algumas vicissitudes que podem ser evitadas”, sustentou.
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