"O prolongamento da greve de estivadores no Porto de Setúbal está a agravar criticamente a situação das principais indústrias da Península de Setúbal, de forte pendor exportador", lê-se num comunicado da AISET, associação em que estão representadas principais empresas industriais da região, como a Secil, a Navigator, a Volkswagen Autoeuropa e a Lusosider.
"A AISET apela às partes em conflito para que encontrem urgentemente uma solução que permita retomar a normal atividade económica da península de Setúbal", acrescenta o comunicado da AISET com o título "Indústria da Península de Setúbal asfixiada pela greve no Porto de Setúbal”.
De acordo com o documento, "algumas empresas estão a ficar fortemente condicionadas na sua capacidade de produção e armazenamento de produto acabado, enfrentando já situações de sério risco de abastecimento de combustíveis ou matéria-prima e escoamento de produto acabado".
"O forte condicionamento sentido nestas empresas pode originar a breve trecho paragens pontuais ou até mesmo `lay-off´ prolongado, caso não seja encontrada urgentemente uma situação negociada para o conflito que opõe estivadores às empresas de trabalho portuário", acrescenta.
A AISET lembra ainda que a degradação da situação no Porto de Setúbal se arrasta desde o verão, devido à greve às horas extraordinárias, e tem vindo a agravar-se, desde o início de novembro, com a paragem total da operação no Porto de Setúbal".
"Este estrangulamento do porto afeta toda a economia da região, dos operadores portuários aos prestadores de serviços e às empresas, que cessarão a sua atividade em caso de paragem forçada. Está em causa o incumprimento de contratos de exportação, o abastecimento à indústria e, logo, a manutenção dos postos de trabalho e o rendimento das famílias", sublinha o comunicado da AISET.
"O desnecessário e incompreensível prolongamento do conflito laboral retira valor a toda a economia portuguesa, prejudicando em primeiro lugar os trabalhadores das empresas e suas famílias que verão de imediato o seu rendimento mensal diminuído em caso de paragem das principais empresas, não ficando o próprio Porto de Setúbal e os seus trabalhadores isentos de consequências negativas devido à perda de rotas e contratos", concluiu o comunicado da AISET, que reitera o apelo a uma solução urgente para o fim da paralisação no Porto de Setúbal.
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