Um processo apresentado contra a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) afirma que o grupo monopoliza ilegalmente a informação sobre o entretenimento em Los Angeles, ao mesmo tempo em que cria barreira quase impossíveis de ser superadas para a aceitação de novos integrantes.

"Durante todo o ano, os membros da HFPA usufruem de viagens com todas as despesas pagas para festivais de cinema de todo o mundo, onde são tratados com luxo e todos os seus desejos realizados pelos estúdios", acusa o processo apresentado pela jornalista norueguesa Kjersti Flaa.

"Os candidatos qualificados para admissão na HFPA quase sempre são recusados, porque a maioria dos 87 membros não está disposta a partilhar ou diluir os enormes benefícios económicos que recebe", completou.

A HFPA tem influência considerável no mundo do cinema graças aos Globos de Ouro, um dos prémios mais importantes de Hollywood e que abre caminho para a glória nos Óscares.

O processo para se tornar membro da HFPA, que dá direito a votar na atribuição dos prémios, é repleta de mistérios.

Embora alguns dos seus integrantes trabalhem para respeitados veículos da imprensa estrangeira, muitos são independentes e escrevem em publicações desconhecidas.

"É claro que os estúdios se incomodam em ter de gastar enormes somas de dinheiro para satisfazer os desejos de algumas dezenas de jornalistas de idade avançada que regularmente são apanhados a dormir durante projeções, mas, dada a importância dos Globos de Ouro, não vêm maneira de pôr um fim a esta farsa", concluiu o processo.

Flaa solicitou a entrada na HFPA em 2018 e 2019, mas foi rejeitada ambas as vezes.

A HFPA, que nos últimos anos tem tentado atrair membros mais jovens e que é elogiada pelas obras de caridade, não respondeu imediatamente ao pedido da AFP de um comentário sobre o caso.