O Serviço de Ambulâncias de Londres atualizou para 48 o número de pessoas que transportou para cinco hospitais da capital britânica, após os atentados de sábado à noite, que custaram a vida a sete pessoas.
“Levámos 48 pacientes para cinco hospitais em Londres e assistimos vários outros no local com ferimentos leves. A polícia confirmou que, infelizmente, seis pessoas morreram também no local”, indicou o serviço de Ambulâncias em comunicado no início do dia.
Ainda de manhã, o balanço foi atualizado para sete vítimas mortais. A informação foi avançada pela comissária Cressida Dick da Metropolitan Police, que confirmou o número de feridos referido interiormente.
Os três atacantes envolvidos neste ato terrorista foram abatidos pelas autoridades.
A responsável garantiu que a situação está "controlada", mas prosseguem as investigações. A prioridade da polícia metropolitana é trabalhar com a unidade de contraterrorismo e com os serviços secretos britânicos, detalhou. Cressida Dick disse ainda que o patrulhamento foi reforçado em várias áreas da cidade, o que implica a existência de mais agentes armados nas ruas.
Segundo a comissária, citada pelo The Guardian, a o Centro Conjunto de Análise de Terrorismo vai analisar se o nível de ameaça deve ser elevado, de severo para crítico. "Se aumentar e se sentirmos necessidade de apoio militar, vamos pedir", adiantou.
Questionada sobre se sabia a identidade dos atacantes, Cressida Dick limitou-se a dizer que não.
O Governo português está a acompanhar os incidentes em Londres, mas desconhece ainda se há portugueses entre as vítimas.
Entretanto, o gabinete do presidente francês Emmanuel Macron confirmou a existência de franceses entre as vítimas do ataque de Londres. Segundo um porta-voz, pelo menos duas pessoas de nacionalidade francesa ficaram seriamente feridas.
Campanha eleitoral suspensa
O Partido Conservador da primeira-ministra Theresa May suspendeu a campanha nacional para as eleições gerais, informou um porta-voz citado pela Reuters. "O Partido Conservador não fará campanha hoje. Vamos reavaliar [a decisão] à medida que o dia avança e que se souberem mais detalhes sobre o ataque", disse.
O mesmo aconteceu com o Partido Trabalhista de Jeremy Corbyn, que suspendeu as iniciativas nacionais de campanha pelo menos até domingo ao fim do dia, adianta a agência.
Decisão semelhante foi adotada pelo Partido Nacional Escocês.
Sadiq Khan, mayor de Londres, defende que as eleições gerais, marcadas para 8 de junho, não devem ser adiadas. "Uma das coisas que podemos fazer para mostrar que não vamos intimidados é votar na quinta-feira, garantindo que entendemos a importância da nossa democracia, das nossas liberdades civis e direitos humanos", disse.
Noite de terror em Londres
No sábado à noite ocorreram pelo menos três incidentes em diferentes pontos de Londres: um atropelamento na London Bridge, apunhalamentos em Borough Market e um incidente em Vauxhall. Os acontecimentos de London Bridge e Borough Market foram considerados atos de terrorismo, enquanto o de Vauxhall foi declarado não relacionado com as outras duas ocorrências.
A polícia explicou que foi notificada às 22h08 de sábado que um veículo atingiu peões na London Bridge, continuando depois para Borough Market.
“Os suspeitos deixaram então o veículo e várias pessoas foram esfaqueadas, incluindo um agente de serviço da polícia de transportes britânica que estava a responder ao incidente em London Bridge. Ficou gravemente ferido mas não corre risco de vida”, indicava o comunicado.
As autoridades “responderam de forma corajosa e rápida, confrontando três homens suspeitos, que foram baleados e mortos em Borough Market. Os suspeitos foram confrontados e atingidos pela polícia oito minutos depois da primeira chamada. Os suspeitos usavam o que aparentavam ser coletes com explosivos, mas verificou-se depois que estes eram falsos”.
A polícia disse também que planeava reforçar o policiamento em toda a cidade de Londres nos próximos dias. “Haverá polícia adicional e agentes destacados em toda a capital”, segundo o comunicado.
Este incidente deixa o Reino Unido novamente em alerta, depois de a 22 de maio, na cidade de Manchester, um britânico de origem líbia de 22 anos, se ter feito explodir à saída de um concerto da artista norte-americana Ariana Grande, matando 22 pessoas e ferindo 75 outras, muitas das quais crianças e jovens.
O atentado, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, foi o mais mortífero no Reino Unido desde os ataques aos transportes de Londres em 2005, que causaram 52 mortos.
Também em 2017, a 22 de março, um homem numa viatura varreu dezenas de pessoas na ponte de Westminster, esfaqueado posteriormente um agente policial que estava de serviço nas imediações do Parlamento. Cinco pessoas morreram na sequência do ataque.
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