“O plano de Recuperação e Limpeza do Aterro do Zambujal prevê a adoção da solução do confinamento `in situ´. Esta solução será a adotada, atendendo à análise metodológica realizada e que considerou esta opção mais benéfica, por comparação à solução da remoção dos resíduos”, esclarece o Ministério do Ambiente e Ação Climática (MAAC), em resposta a perguntas da agência Lusa.
“Esta solução prevê a construção de uma cobertura ou barreira superficial que garante que aquela massa de resíduos é inócua para populações e ambiente, ao mesmo tempo que possibilita a monitorização do aterro”, acrescenta o MAAC, lembrando que a solução adotada foi previamente aprovada pela Comissão de Coordenação Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) e homologada na passada quinta-feira, dia 23 de março.
O esclarecimento do MAAC surge em resposta a perguntas da agência Lusa, na sequência de um comunicado da associação ambientalista Zero, divulgado hoje, que apela ao ministro do Ambiente e da Ação Climática para que divulgue, de imediato, as medidas previstas para resolução dos problemas ambientais provocados pela deposição ilegal de resíduos na pedreira do Zambujal, em Sesimbra, no distrito de Setúbal.
No comunicado da Zero, o representante da associação Rui Berkemeier afirma que “o caso da pedreira do Zambujal, para além do problema ambiental em si, com eventuais consequências para a saúde pública e o ambiente, decorrentes da libertação de efluentes líquidos e gasosos, é mais um exemplo dos riscos que existem quando se autoriza a colocação de resíduos em pedreiras, prática que tem sido recorrente no nosso país”.
A associação ambientalista recorda também que a deposição de resíduos na pedreira do Zambujal, permitida durante anos, já foi proibida, mas lembra que continua a haver “libertação de vapores oriundos dos resíduos lá enterrados e o desconhecimento público das características desses gases e dos resíduos que lhes dão origem”, o que causa uma “legítima preocupação nas populações” que habitam na zona envolvente.
Embora reconheça que a homologação do estudo “é positiva”, a Zero considera fundamental que o MAAC divulgue também as características dos resíduos, a origem dos fumos que são emitidos a partir da pedreira, bem como a qualidade do ar na zona envolvente e quais as consequências desses gases para a saúde pública.
Por outro lado, a Zero quer saber “como vai ser feito o referido confinamento técnico, que medidas vão ser realizadas para a renaturalização do local, quando terão início as obras e qual o seu custo”.
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