Nito Alves que tencionava entregar uma “Carta com 10 regras de como viver em felicidade dentro de uma cadeia” ao filho do ex-Presidente angolano, disse, depois de horas de espera, que a direção da cadeia tem apenas orientações para permitir entrada de familiares.
“A direção do Hospital Prisão de São Paulo disse-me que não posso ter contacto com ?Zenu’, não por negação dele ou segurança, mas por uma ordem superior, porque está apenas a receber elementos da família”, explicou na tarde de hoje defronte da cadeia de São Paulo.
José Filomeno dos Santos, antigo presidente do conselho de administração do Fundo Soberano de Angola, está em prisão preventiva desde segunda-feira, pelo seu envolvimento numa transferência ilícita de 500 milhões de dólares e pela gestão do Fundo.
“[A carta] contém algumas normas onde José Filomeno dos Santos deverá refletir como vai aguentar o tempo que estiver aqui detido”, referiu Nito Alves, que respondeu desta forma ao pedido dos jornalistas para especificar quais os 10 “conselhos” que pretendia dar a Filomeno dos Santos.
Para o ativista, que diz estar “preocupado” com Filomeno dos Santos e também com o ex-ministro dos Transportes angolano Augusto da Silva Tomás, igualmente em prisão preventiva, mas há uma semana, as detenções em curso em Angola “não transformam já o país num Estado democrático e de direito”.
“Sendo um Estado autoritário, estamos agora a sair de um regime ditatorial e a caminhar para um regime monoliberal”, apontou.
“Não são com essas detenções que devemos considerar que o país está já viver um Estado democrático e de direito”, sublinhou.
José Filomeno dos Santos foi presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola, nomeado pelo pai, o então chefe de Estado angolano José Eduardo dos Santos.
“Zenu”, porém, seria exonerado dessas funções em janeiro deste ano pelo atual Presidente da República, João Lourenço.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola, além do crime referente a uma alegada burla de 500 milhões de dólares cometida por “Zenu”, processo já remetido ao Tribunal Supremo, corre igualmente na instituição, embora ainda em fase instrução, um processo-crime referente a atos de alegada má gestão do Fundo Soberano de Angola em que são arguidos José Filomeno dos Santos e Jean-Claude Bastos de Morais, o empresário suíço-angolano sócio de Filomeno dos Santos em várias empresas.
Em prisão preventiva, há uma semana, na mesma cadeia, está igualmente o antigo ministro dos Transportes angolano Augusto da Silva Tomás, indiciado nos crimes de corrupção, branqueamento de capitais e desvios de fundos do Conselho Nacional de Carregadores (CNC).
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