Os advogados criminalistas italianos agendaram para terça-feira um dia de paralisação para protestar contra as políticas adotadas na área da justiça pelo atual Governo italiano, composto pela coligação Movimento 5 Estrelas (M5S, populista) e Liga (extrema-direita).
A defesa de Carola Rackete decidiu aderir ao protesto nacional e como tal a audiência no tribunal de Agrigento foi adiada em nove dias, confirmou um dos advogados da jovem capitã alemã à agência noticiosa francesa France Presse (AFP).
A capitã do navio humanitário “Sea Watch 3″‘, de uma organização não-governamental (ONG) alemã com o mesmo nome, foi detida em finais de junho quando atracou, sem autorização, na ilha italiana de Lampedusa para realizar o desembarque de 40 migrantes resgatados ao largo da Líbia que estavam há mais de duas semanas a bordo da embarcação.
Itália tem em vigor uma política “de portos fechados” às embarcações das ONG, acusando estas organizações, e os respetivos navios humanitários, de encorajarem a imigração ilegal.
O ministro do Interior e líder do partido Liga, Matteo Salvini, que é o principal rosto desta política, tentou impedir o desembarque dos 40 migrantes a bordo do navio “Sea Watch 3″ em território italiano.
Na passada terça-feira, uma juíza de Agrigento decidiu libertar Carola Rackete, que se encontrava em prisão domiciliária, alegando na altura que a capitã de 31 anos tinha agido com o intuito de salvar vidas.
No dia seguinte, a Procuradoria de Agrigento recusou assinar a ordem de expulsão do país da capitã do navio humanitário “Sea Watch 3″, ordem essa que tinha sido emitida pelas autoridades italianas e que era defendida por Matteo Salvini.
Independentemente destas decisões, Carola Rackete continua a ser alvo de dois inquéritos em Itália, um por resistência às autoridades e outro por auxílio à imigração ilegal.
A audiência agora adiada está relacionada com a investigação por suspeita de ajuda à imigração ilegal.
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