"Hoje entregamos as mais de cinco mil assinaturas que recolhemos ao longo dos últimos 15 dias, mesmo que o primeiro-ministro não nos tenha recebido", disse à Lusa Francisco Mota, explicando que entregou o documento na residência oficial, em São Bento, mas não foi recebido por António Costa, que se reúne hoje com alguns partidos no âmbito das negociações para o Orçamento do Estado para 2021.
O abaixo-assinado pede ao Governo que "não autorize" a realização da Festa do Avante! "nos termos e nos moldes em que esta se encontra anunciada".
O líder da JP considerou que, apesar de ter sido organizado por aquela estrutura, o abaixo-assinado "é a voz da sociedade civil, que está preocupada e revoltada com esta dualidade de critérios", uma vez que a tradicional 'rentrée' do PCP acontece numa altura em que os festivais de Verão e outros eventos culturais foram cancelados devido à pandemia de covid-19.
"Não faz sentido que a Festa do Avante! se realize nos termos em que foi anunciado, se assim for, será de uma gravidade tremenda", advogou Francisco Mota, considerando que "o Governo vai perder autoridade moral".
Para o dirigente centrista, "o Governo devia agir com rigor e isenção e não dar a mão aos amigos e dar sinais contraditórios à sociedade".
"O primeiro-ministro não está preocupado com os portugueses e com a saúde pública, mas sim com a sua sobrevivência política", criticou, apontando que o facto de o Governo não proibir a realização da festa mostra "o jogo de cintura de Costa para aprovar o próximo Orçamento do Estado".
Em meados deste mês, a ministra de Estado e da Presidência disse que o Governo "não tem competências legais ou constitucionais" para proibir iniciativas políticas como a Festa do Avante!, que decorre entre 04 e 06 de setembro, na Amora, mas salientou que não serão admitidas exceções às regras em vigor.
Segundo disse à Lusa Francisco Mota, "entre hoje e segunda-feira" será também colocado "mesmo à porta" do recinto onde decorre o Avante! um cartaz da JP dirigido aos "camaradas" onde se irá ler que "120 mil profissionais ficaram impedidos de trabalhar" e "900 milhões de euros confinados devido à pandemia".
"Hey camarada? Sim, tu.. Lembras-te dos festivais de verão? Das festas populares ou das discotecas? A ti é permitido fazer aquilo que não é admito aos portugueses", acrescentará o 'outdoor', segundo o presidente da JP.
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