“Dizemos alto e bom som que a realização desta edição da Festa do Avante constitui um verdadeiro e incompreensível escândalo, assente na teimosia de um partido que tem, como já se viu, a pretensão de estar acima de todos”, defendeu o PSD do Seixal, em comunicado.
A concelhia social-democrata indicou que nada tem contra a Festa do Avante, que se realiza no Seixal, no distrito de Setúbal, mas frisou que é “frontalmente contra esta edição” em tempos de pandemia da covid-19.
“Não admitimos que num Estado de Direito haja regimes excecionais, dependemos se somos este ou aquele partido, se aprovamos ou deixamos de aprovar este ou aquele orçamento”, considerou.
Além de criticar o Governo por não impedir o certame, o PSD alerta que a realização desta edição “fará história” ao marcar “o absoluto falhanço do Estado de Direito Democrático”.
“O Partido Socialista e o Governo, numa atitude de profunda hipocrisia, a que não escapa a Direção-Geral da Saúde (DGS), lavam as mãos, como Pôncio Pilatos e afirmam que seria inconstitucional proibir a festa”, criticou.
Na visão do partido, “fica claro que o Governo se ajoelhou ao PCP”, que é um “parceiro essencial na aprovação dos seus orçamentos e das suas políticas”.
“Mas, a maior das ironias é a edição da festa, como sempre, se realizar neste concelho, onde o executivo CDU tem desde o início dependido milhões de euros para o Seixal estar, como dizem, na “linha da frente” e na “luta contra a pandemia”, apontou.
Além disso, lembrou que os habitantes do Seixal assistem “boquiabertos à insistência na realização desta festa” e que os proprietários de espaços comerciais “já anunciaram o seu encerramento durante os três dias da festa”, entre 04 a 06 de setembro.
Também a distrital de Setúbal recusou a promoção de ajuntamentos de pessoas e, em nome da saúde, apelou aos cidadãos para não participarem no evento.
“Em 2020, se a saúde é importante, não vá ao Avante”, pediu o PSD, considerando que a festa “não faz sentido tendo em conta os sacrifícios que todos temos feito nos últimos meses”.
“Foram cancelados, e bem, inúmeros eventos públicos e privados. Inúmeros setores, como o da restauração e do turismo foram empurrados para um dos anos mais negros da sua história. O desemprego está a ganhar proporções imensuráveis […] os casamentos foram adiados. Os funerais, o momento de despedida de um ente querido, foram restringidos apenas a familiares próximos”, mencionou.
Neste sentido, indicou que também o PSD cancelou os seus eventos nacionais, incluindo a festa da distrital, que se costuma realizar em setembro com centenas de militantes.
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