O resultado da reunião do Conselho de governadores do BCE não reúne consenso nas previsões dos mercados e analistas.
Na última reunião, em julho, (na qual a instituição decidiu subir os juros em 25 pontos base), a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que as taxas poderiam manter-se no mesmo nível ou sofrer um novo agravamento, em função dos dados macroeconómicos.
Os ‘falcões’ do Conselho do BCE — os membros mais favoráveis a uma política restritiva para combater a inflação — podem pressionar a entidade a aumentar o preço do dinheiro, por considerarem que a inflação ainda não está suficientemente controlada, enquanto, por outro lado, há ‘pombas’ no Conselho (por contraposição à posição dos ‘falcões’) a defender uma pausa, argumentando com o impacto das subidas para as famílias e economia.
Recentemente, o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, alertou que o risco de “fazer demais” na política monetária começa a ser material.
De acordo com os últimos dados do Eurostat, a taxa de inflação na zona euro manteve-se inalterada em agosto face a julho em 5,3%, mas a inflação subjacente (que não tem em conta energia ou alimentos por serem preços mais voláteis) moderou-se para 6,2% (6,6% em julho).
Já a Comissão Europeia reduziu esta segunda-feira a previsão de crescimento económico da zona euro para este ano em três décimas, para 0,8%, sobretudo devido ao abrandamento da atividade na Alemanha, que irá contrair 0,4% em 2023, e prevê alguns meses de abrandamento.
O BCE também divulga hoje as novas previsões macroeconómicas, nas quais poderá rever em baixa as expectativas de crescimento económico e em alta as expectativas de inflação face às anunciadas em junho, segundo os analistas.
A taxa de facilidade de depósito está atualmente fixada em 3,75%, a taxa de juro das principais operações de refinanciamento em 4,25%, e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 4,5%.
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