"O Governo ainda nem teve tempo de mudar o logótipo aos despachos e já garantiu, numa penada, um ‘jackpot’ histórico à EDP", acusou Mariana Mortágua, na abertura do debate do Programa do XXIV Governo Constitucional, que decorre hoje e quinta-feira no parlamento.

Na sua intervenção, a deputada bloquista deixou duras críticas à EDP, dizendo que esta é “uma empresa que vive do privilégio e da ligação ao poder político”.

“O PSD pode sair do Governo e entrar o PS, para sair depois. Quem está lá sempre é a EDP. A EDP manda sempre, tem sempre lugar nos gabinetes ou no Conselho de Ministros, está sempre a mandar. E por isso não pagou os impostos pela venda das barragens”, acusou.

Na ótica da deputada bloquista, se as moções de rejeição apresentadas por BE e PCP forem recusadas na sexta-feira, “abre a ‘happy hour’ das grandes empresas”.

O BE apresentou uma moção de rejeição ao programa do executivo minoritário PSD/CDS, à semelhança do PCP, mas os documentos têm chumbo garantido uma vez que o PS já anunciou que vai abster-se.

Na resposta, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu que o seu executivo “não é permeável a nenhum interesse”.

“O nosso único interesse é o das pessoas. Não é correto nem honesto dizer que a EDP veio para o Governo, não veio a EDP nem outra empresa. No Governo estão pessoas desinteressadas, que largaram as suas vidas profissionais para servir o país”, afirmou.