“Amanhã quando finalmente aparecer António Costa na campanha eleitoral [do PS] é bom que lhe perguntem porque é que ele fez tantos elogios a von der Leyen durante os últimos anos. Não quero acreditar que seja por joguinhos de política de quem acha que a seguir vai ter um tal emprego europeu e com isso precisa de ter amigos nos altos cargos”, ironizou o dirigente do BE Pedro Filipe Soares, num comício para as eleições europeias, em Braga.
O antigo líder parlamentar do BE argumentou que “este joguinho de política é inaceitável quando valores maiores como os direitos humanos estão em causa”.
“É bom que Costa responda, que diga, von der Leyen é tão boa quanto ele dizia, que era quando lhe dava a ela o baluarte do futuro da União Europeia ou afinal o PS estava enganado? O PS enganou-se. É que nós vimos isso no último meio ano, o PS estava enganado e o PS enganou-nos”, acusou.
Pedro Filipe Soares usou como exemplo os números do défice para sustentar esta crítica aos socialistas.
“Não havia dinheiro, diziam-nos, não havia dinheiro, e afinal o dinheiro havia e não foi gasto. O PS enganou-se ou enganou-nos, eu creio que foi a segunda. Quando olhamos para os nossos serviços públicos e nos diziam não dá para mais, e agora vemos o mesmo PS a dizer que até dá para mais, então porque é que nos enganaram? Porque é que nos enganaram e entregaram o poder à direita para agora dizer que afinal não era inevitável entregar o poder à direita? Que raio de serviço é este à esquerda?”, criticou.
Num dia em que o Banco Central Europeu (BCE) decidiu descer os juros, Pedro Filipe Soares acusou esta instituição europeia de o ter feito de forma propositada na quinta-feira das eleições europeias para “influenciar as pessoas e tentar reduzir a crítica que deve existir contra este banco e estas políticas”
“E António Costa, ou Montenegro, ou von der Leyen, ou Schmit [candidato apoiado pelo PS à Comissão Europeia], todos eles estão do mesmo lado de Cotrim de Figueiredo. Já agora, André Ventura também. Nenhum deles ataca a finança, que é a grande vencedora destas escolhas”, acusou.
O bloquista pediu ao eleitorado “a força do voto” para pressionar o BCE a baixar as taxas de juro.
“Se elegermos para o Parlamento Europeu eurodeputados capazes de apontar o dedo ao BCE, ai que eles não mexem nas taxas de juro, mexem, mexem, já estão a mexer, haja é força do voto para fazer essa diferença”, clamou.
No início da sua intervenção, Pedro Filipe Soares criticou von der Leyen por ter respondido a jovens que protestaram à sua frente no Porto em apoio à Palestina: “Se vocês estivessem em Moscovo, estavam agora na prisão”.
“E eu respondo: e se estivessem em Israel também não estavam dois minutos a falar. Porque é que condena na Rússia, porque é que não condena Israel? porque é que acompanha este genocídio sem dizer nada? Que Europa é esta, que Comissão Europeia é esta?”, criticou.
O antigo líder parlamentar bloquista deixou ainda outro aviso: “Eles querem-nos silenciar, eles podem atirar as polícias contra nós, mas nós não calamos, porque a razão está do nosso lado e estas ideias fazem caminho”.
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