"É uma homenagem que terá a presença de pessoas que partilharam vida com o João Semedo, em várias lutas, amigos, pessoas que o acompanharam no Serviço Nacional de Saúde, no parlamento, pessoas de outros partidos, de várias esferas", antecipou Catarina Martins, em declarações à agência Lusa.
Com esta homenagem, o BE quer "dar visibilidade ao extraordinário legado que o João Semedo deixou ao país", explicou a líder do partido.
"Julgo que, às vezes, não há noção do tanto quanto ele mudou [o país]. Mas não só ele mudou com aquelas propostas que foram aprovadas e fizeram avanços extraordinários no país e que são mais conhecidas, como a própria qualidade do nosso debate político", enalteceu.
A líder bloquista louvou a memória do antigo coordenador do partido: "O João acreditava nas lutas todas por inteiro, ele era assim. A vida dele, o seu carinho, o carinho com que agarrava as coisas era também a sua extraordinária convicção de que era possível fazermos melhor".
Entre as muitas intervenções que, a partir das 16:30, vão preencher a tarde no São Luiz está a própria Catarina Martins, bem como os bloquistas Fernando Rosas, Helena Pinto, Marisa Matias e José Manuel Pureza.
Miguel Semedo, o filho de João Semedo, também tomará a palavra, assim como Manuel Carvalho da Silva (ex-líder da CGTP), Maria Antónia Almeida Santos (deputada do PS), João Aranda da Silva (presidente da Fundação SNS), Gilberto Couto (movimento "Direito a morrer com dignidade") e Rui Couceiro (editor).
Mas nem só de intervenções se fará esta homenagem, estando prevista música pela voz de Fernando Tordo e um poema de Manuel António Pina lido por Ana Bárbara Pedrosa.
"Se é possível pessoas de áreas políticas diferentes fazerem diálogos para fazerem mudanças em que acreditam e que podem ser importantes para o país foi porque o João Semedo nunca desistiu de fazer todas as pontes e todos os diálogos e tantos deles nunca teriam sido possíveis nem para o Bloco nem para outras forças políticas se não tivesse sido a ação determinada do João", realçou Catarina Martins.
Mas a coordenadora do BE deu outros exemplos do legado de João Semedo, como o caso de ser possível saber os tempos de espera do Serviço Nacional de Saúde.
"Se hoje nós conseguimos falar da crise financeira e sabemos porque tantas vezes a melhor forma de assaltar um banco foi administrá-lo, foi porque o João Semedo soube explicar a todo o país o que aconteceu com o BPN", recordou.
A vida de João Semedo e o seu legado político "misturam-se bastante no melhor dos sentidos", destacou Catarina Martins.
João Semedo morreu em 17 de julho, aos 67 anos, depois de anos de uma batalha contra o cancro, tendo tido uma vida marcada pela política e participação cívica.
As duas últimas lutas que travou foram a despenalização da eutanásia e a defesa do Serviço Nacional de Saúde.
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