A ideia de criar a Aliança Territorial Europeia Norte de Extremadura – Beira Baixa surgiu numa reunião realizada na quinta-feira, no município raiano espanhol de Moraleja, que juntou os municípios portugueses de Castelo Branco e de Idanha-a-Nova e onde estiveram também presentes o município de Plasência e associações empresariais e comerciais dos dois países.
O principal objetivo é reivindicar a conclusão dos cerca de 70 quilómetros (de um total de 600 quilómetros) de ligação por autoestrada entre Lisboa e Madrid, isto é, a construção do IC31, ligação entre a A23 e a fronteira das Termas de Monfortinho.
Este projeto foi, aliás, dado como “irreversível” pela ministra da Coesão Territorial Ana Abrunhosa, em janeiro deste ano - “seja qual for o Governo que fique após as eleições de março”, afirmou.
“Não estamos a falar de uma reivindicação apenas feita por políticos. Estamos a falar de muito mais do que isso. Estamos a falar de território, de pessoas e estamos a falar de diferentes entidades que tem um objetivo comum que é o desenvolvimento”, afirmou hoje o presidente da Câmara de Castelo Branco.
Leopoldo Rodrigues falava durante uma conferência de imprensa para anunciar a criação desta aliança territorial europeia, cuja formalização já está em andamento e que tem agendada para o dia 27 a segunda reunião de trabalho na cidade de Castelo Branco.
Seguem-se depois, a 19 de junho, o 1.º Encontro Ibérico Beira Baixa – Extremadura, em Moraleja (Espanha), e, a 21 de outubro, um segundo encontro, a realizar em Castelo Branco.
Questionado sobre a eventualidade da construção do IC-31 em perfil de autoestrada estar em risco, o autarca de Castelo Branco sublinhou que não tem nenhuma informação de que aquilo que estava definido pelo anterior Governo “esteja em risco”.
“Nós acreditamos que o Estado português é um Estado de bem e serão cumpridas aquilo que foram as decisões tomadas pelo Governo, até porque é um projeto que interessa aos dois países. Atenção que não estamos a falar de política, mas estamos a falar de território. Aparecem aqui municípios, mas em articulação com entidades empresariais e comerciais e da sociedade civil”, frisou.
Já a presidente da Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB), Ana Palmeira, salientou que as ações surgem e fazem-se de oportunidades de entendimento.
“Nesta conjuntura atual vem da mesma forma, a importância e relevância da estratégia do IC-31. Há 25 anos que andamos a discutir isto. Neste momento surgiu uma oportunidade de concertarmos esta visão também assente nas iniciativas deixas do anterior Governo”, disse.
Contudo, a presidente da AEBB deixou bem claro que não se trata de um projeto político.
“Isto não é um projeto de um governo do PS ou do PSD. Isto é um projeto de uma região. Estamos aqui para dizer, de uma forma ativa, que, independentemente das pessoas que estejam na liderança do país, reclamamos o IC-31 e que seja completado de forma a podermos também fazer o nosso trabalho”, sustentou.
Por seu turno, o vereador da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, João Carlos Sousa, realçou a importância do IC-31, “uma obra estruturante para os nossos concelhos e para o país”.
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