Bolsonaro formalizou a viagem de Temer e mais 11 pessoas na missão de ajuda ao Líbano em edição extra do Diário Oficial da União, publicada no final da noite de segunda-feira no Brasil.
O Governo brasileiro informou que a delegação liderar pelo ex-presidente viajará para Beirute na quarta-feira e deverá permanecer no local até e sábado (15). A visita poderá ser estendida se for necessário.
A comitiva embarcará num avião da Força Aérea (FAB) que seguirá para Beirute com medicamentos e equipamentos hospitalares doados pelo Ministério da Saúde brasileiro. O Brasil ainda doará 300 respiradores e 4 mil toneladas de arroz, segundo informações divulgadas por Bolsonaro no último domingo.
A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira também anunciou que enviará pelo menos três toneladas de medicamentos, equipamentos de proteção individual e leite em pó para ajudar os libaneses.
Este material será levado pela comitiva de ajuda humanitária do Governo brasileiro, mas a campanha de doações permanecerá ativa e os membros da comunidade libanesa reforçam intenção de enviar mais suprimentos ao Líbano, segundo declarações do presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rubens Hannun.
A comunidade libanesa que vive no Brasil, formada na sua maioria por descendentes, é maior do que a população do Líbano.
São quase 10 milhões de libaneses e descendentes em território brasileiro, segundo informações da agência Senado.
Temer nasceu no interior do estado brasileiro de São Paulo, mas a sua família é de ascendência libanesa.
Para liderar a missão humanitária, o ex-presidente brasileiro precisou pedir permissão judicial para deixar o país já que é investigado em processos sobre o desvio de dinheiro público e corrupção dentro da operação Lava Jato, no Rio de Janeiro.
Na própria segunda-feira, o juiz Marcelo Bretas, responsável por tomar decisões referentes as investigações da Lava Jato no Rio de Janeiro e que já emitiu uma ordem de prisão contra Temer em 2019, respondeu favoravelmente ao pedido da defesa do ex-presidente e autorizou a viagem.
O mesmo juiz havia proibido Temer de viajar para realizar palestras na Europa, no ano passado.
Beirute foi sacudida na passada terça-feira por uma gigantesca explosão, causando pelo menos 160 mortos e mais de 6.000 feridos, segundo o último balanço feito pelas autoridades libanesas.
A explosão ocorreu num armazém do porto da capital libanesa onde estavam depositadas desde 2014 cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio sem as devidas medidas de segurança, de acordo com as autoridades, apesar de ainda se desconhecer o que provocou a deflagração.
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