Em comunicado, a Bial revela hoje ter “fechado acordo” com a farmacêutica norte-americana Sunovion, uma empresa subsidiária da Sumitomo Dainippon Pharma, para a comercialização do “filme sublingual de apomorfina” na Europa.
A apomorfina sublingual é uma “nova formulação” da apomorfina em filme que se dissolve debaixo da língua para o tratamento agudo e intermitente dos períodos ‘OFF’ [estado de profunda imobilidade dos doentes] da doença de Parkinson.
O filme sublingual de apomorfina está aprovado com a marca Kynmobi, nos Estados Unidos da América (EUA) e no Canada, sendo, atualmente, a “primeira e única terapia sublingual para o tratamento de episódios OFF da doença de Parkinson” nesses países.
O medicamento está atualmente em fase 3 de desenvolvimento clínico na Europa, sendo que, no acordo assinado, a Bial será responsável pelo processo de aprovação e submissão regulamentar, bem como pelas interações com a Agência Europeia de Medicamentos.
Até ao final deste ano, a farmacêutica portuguesa prevê apresentar um pedido europeu de autorização de introdução no mercado para o filme sublingual de apomorfina, revela o comunicado.
Já a Sunovion receberá, como parte do acordo, um pagamento inicial pela concessão da licença, “decorrendo futuros pagamentos na sequência do processo de aprovação e comercialização deste medicamento”.
“A Sunovion fornecerá a apomorfina sublingual à Bial em todas as dosagens existentes”, afirma a nota, acrescentando que a empresa norte-americana continuará a deter os direitos comerciais exclusivos de Kynmobi na América do Norte e noutras regiões do mundo, à exceção da União Europeia, Espaço Económico Europeu e no Reino Unido.
Citado no comunicado, António Portela, CEO da farmacêutica portuguesa diz estar “muito satisfeito” com o acordo e por a Bial ser “o parceiro de eleição” da norte-americana na Europa.
“A Bial tem um compromisso contínuo com os doentes de Parkinson. Esta parceria reflete esse compromisso com a comunidade de Parkinson e é também um passo importante na nossa estratégia de desenvolvimento e de expansão na Europa”, salienta.
António Portela diz ainda estar ansioso por poder disponibilizar a opção de tratamento e ajudar os doentes a lidar com “sintomas tão difíceis e incapacitantes como são os episódios OFF nas suas vidas”.
Também no documento, Antony Loebel, presidente e CEO da Sunovion, salienta que o medicamento “oferece aos profissionais de saúde e aos pacientes uma nova opção de tratamento para tratar episódios OFF”.
“Esperamos trabalhar com a Bial para ajudar a expandir o acesso a esta importante opção de tratamento para as pessoas com doença de Parkinson em toda a Europa”, acrescenta.
A doença de Parkinson é uma patologia neurodegenerativa, crónica e progressiva, sendo a segunda doença neurodegenerativa mais comum. Estima-se que até 2030, 10 milhões de pessoas em todo o mundo viverão com Parkinson.
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