A casa de leilões britânica Bonhams, que colocou em licitação mais de mil volumes pertencentes a Ginsburg (1933-2020), esperava inicialmente que a coleção valesse entre 60.000 e 90.000 dólares (53.800-80.700 euros), mas as expectativas conservadoras foram rapidamente superadas pelo enorme interesse que o leilão digital despertou.
A previsão inicial foi, de resto, superada com um único livro, um exemplar da ‘Harvard Law Review’ de 1957-58, vendido por mais de 100.000 dólares (quase 90.000 euros), sendo o artigo mais valorizado do dia.
A coleção, dividida em 166 lotes que continha entre um a dez livros, incluía obras que ficaram da coleção de Ginsburg.
Após a morte da magistrada, familiares desta herdaram alguns dos volumes e doaram outros a bibliotecas prisionais e à Washington Opera House.
A juíza, que morreu em 2020, aos 87 anos, foi a segunda mulher na história a ocupar um lugar no Supremo Tribunal dos Estados Unidos, onde chegou em 1993 após uma carreira dedicada aos direitos civis e na qual obteve importantes avanços para garantir a igualdade entre homens e mulheres.
Nos seus últimos anos de vida, Ginsburg tornou-se um verdadeiro ícone feminista, o que explica em grande medida o grande interesse que a sua biblioteca despertou.
Entre as coleções, estavam densos estudos jurídicos ou exemplares autografados oferecidos por vários autores, onde se incluía o clássico ‘Amada’, da Prémio Nobel de Literatura Toni Morrison e um volume do ex-vice-presidente norte-americano Al Gore.
Um dos lotes incluía obras feministas importantes que a juíza leu, como o ‘Sexual Politics’ de Kate Millet, vendido por mais de 19 mil dólares (mais de 17 mil euros), ou o ‘Mulheres’, que tanto a escritora Susan Sontag como a fotógrafa Annie Leibovitz dedicaram a Ginsburg e que foi leiloado por quase 38.000 dólares (34.100 euros).
O segundo volume mais caro de toda a coleção, vendido por pouco mais de 81.000 dólares (72.700 euros), foi um exemplar do livro ‘My Own Words’, uma compilação de discursos da própria juíza.
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