Numa curta mensagem nas redes sociais, a RNBP recorda que a pandemia, o confinamento decretado na semana passada e a decisão de “encerramento das escolas” agravaram a situação das “famílias mais vulneráveis” e criaram “novas vulnerabilidades”.
“As bibliotecas, como serviços universais e gratuitos, assumem aqui a maior importância no combate às desigualdades, nomeadamente ao continuarem a disponibilizar, mesmo com os espaços encerrados, acesso gratuito ao Wi-Fi da biblioteca”, sabendo que a Internet “passou a ser o meio de comunicação privilegiado”, sublinha a RNBP.
De acordo com os dados mais recentes, de 2018, a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas conta com 431 bibliotecas centrais e pólos em 238 municípios. A gestão das bibliotecas é uma das responsabilidades das autarquias.
Na semana passada, ainda antes do anúncio de um novo confinamento geral da população, a BAD – Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas, Profissionais da Informação e Documentação apelava, em carta aberta ao Governo, para que as bibliotecas públicas se mantivessem em funcionamento
Sublinhando que as bibliotecas públicas cumprem as normas de higiene e que “nunca constituíram foco de infeção”, a associação lembrou que estes equipamentos fornecem um serviço gratuito aos portugueses de acesso à informação, à leitura e à Internet sem fios.
“Numa fase em que os danos colaterais desta pandemia na saúde mental dos portugueses já começaram a ser analisados e parecem assumir contornos preocupantes, acreditamos que as bibliotecas, o acesso livre à informação e a disponibilização de livros e leituras podem contribuir para menorizar os efeitos nefastos do isolamento”, lê-se na carta.
Apesar da decisão de encerramento, há várias bibliotecas a prestarem, ainda assim, alguns serviços.
A título de exemplo, em Ourém (Santarém) e em Gouveia (Guarda), as bibliotecas municipais estão a disponibilizar livros para consulta em regime ‘take away’, ou seja, os livros podem ser requisitados e os funcionários entregam-nos em casa dos leitores.
A propósito do contexto de pandemia, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) fez dois inquéritos às bibliotecas públicas – em julho e em novembro de 2020 – sobre o funcionamento dos serviços e a perceção dos desafios no contexto de pandemia de covid-19.
“Verifica-se, com apreço e reconhecimento, que na globalidade se multiplicaram as iniciativas das bibliotecas públicas no âmbito da sua reinvenção face às restrições impostas pela pandemia”, conclui o segundo inquérito, que compara com o primeiro.
As principais fragilidades já estavam identificadas, mas a pandemia veio evidenciá-las: os baixos níveis de serviços online e a necessidade de fortalecer as competências digitais dos recursos humanos.
Por isso, é defendida a “necessidade de efetuar investimentos em tecnologias e em recursos humanos qualificados”.
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