Numa manobra extremamente invulgar que permite aos EUA tomar posse dos ativos (cerca de 6,1 mil milhões de euros) de outro Estado, Biden pede que os fundos sejam depositados numa conta na Reserva Federal de Nova Iorque, uma instituição pública.
O Presidente quer que metade do dinheiro seja reservado para pedidos de indemnização apresentados pelas famílias das vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001.
A outra metade é para ser gasta em ajuda humanitária ao Afeganistão, para que o dinheiro não caia nas mãos dos talibãs, no poder em Cabul desde agosto de 2020, explicou a Casa Branca.
“É muito importante mobilizar 3,5 mil milhões de dólares (3,05 mil milhões de euros) e assegurar que são utilizados para benefício do povo afegão” e ao mesmo tempo garantir que “possam ser ouvidas as vozes” das famílias vítimas de terrorismo, nos tribunais federais dos EUA, disse um alto funcionário da Casa Branca, em conferência de imprensa.
O funcionário reconheceu que a situação era “legalmente complicada”, e argumentou que o anúncio de hoje é o início de um processo que durará meses.
O caminho escolhido pelo Presidente norte-americano é suscetível de ser controverso, numa altura em que o Afeganistão enfrenta uma grave crise humanitária.
No final de abril de 2021, as reservas brutas do Banco Central afegão ascendiam a 9,4 mil milhões de dólares (8,2 mil milhões de euros), de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Esta quantia, depositada antes da tomada de poder dos talibãs em agosto de 2021, é mantida principalmente no estrangeiro, a maior parte nos Estados Unidos.
Os funcionários da Casa Branca argumentaram que estas reservas no Banco Central afegão provêm, em parte, da ajuda internacional, particularmente dos EUA, recebida pelo país.
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