Protestos contra a reeleição do Presidente, Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, têm decorrido na capital e em muitas outras cidades do país desde domingo à noite.
Violentamente reprimidos pelas autoridades com recurso a granadas atordoantes e balas de borracha, os protestos já resultaram em milhares de detenções, pelo menos um morto e mais de 250 feridos, segundo números oficiais.
Hoje, o Ministério do Interior afirmou que a contestação pós-eleitoral está a “decrescer”, após o terceiro dia de violentos confrontos fortemente reprimidos pela polícia.
“O número de manifestantes foi menor esta noite assim como também se registaram menos manifestações nas várias cidades” do país, disse à France-Presse a porta-voz do Ministério do Interior, Olga Tchemodanova.
Já a polícia bielorrussa disse hoje que, na noite de terça-feira, manifestantes “agressivos”, com bastões de metal, atacaram polícias em Brest, no sul do país.
Após disparos de aviso, “que não fizeram parar” os manifestantes, agentes da polícia “tiveram de disparar armas de fogo” para “protéger a sua vida”, segundo a mesma fonte.
“Um atacante ficou ferido”, acrescenta a polícia em comunicado.
Também na noite de terça-feira para quarta-feira, em Minsk, de acordo com os jornalistas da AFP, testemunhas e publicações da oposição, as forças policiais atacaram de forma violenta pequenos ajuntamentos para impedir a formação de grandes grupos de pessoas.
Muitos condutores que usavam a buzina dos carros em sinal de protesto foram igualmente interpelados pela polícia de choque.
Na terça-feira, o governo de Minsk indicou que 200 pessoas foram hospitalizadas e que se tinham registado cinco mil detenções durante as manifestações dos dois dias anteriores.
Os manifestantes denunciam a reeleição que consideram fraudulenta do presidente Lukachenko no poder na Bielorrússia há 26 anos.
A candidata da oposição Svetlana Tikhanovskaia reivindicou vitória antes de se refugiar na Lituânia, na noite de segunda-feira.
As ligações através da internet que foram cortadas em todo o país foram restabelecidas nas últimas horas mas as atualizações nos portais de grupos de direitos humanos como a organização não-governamental Viasna ainda não dispõem de posições ou comunicados atualizados.
Entretanto, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, anunciou a realização de uma reunião extraordinária de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia na próxima sexta-feira, para discutir questões “urgentes”, como a situação na Bielorrússia.
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