Em declarações aos jornalistas no parlamento, a deputada Isabel Pires remeteu uma decisão concreta para quando for formalizada a proposta de comissão de inquérito — anunciada primeiro pela IL, depois pelo Chega e admitida pelo PSD.
“À partida não [seremos contra], mas teremos de conhecer pormenores, não sabemos o que se quer avaliar. Quando esse documento existir iremos pronunciar-nos em concreto”, disse.
A deputada frisou que o Bloco vai querer “todos os esclarecimentos”, seja por que forma for, e frisou que se manifestou contra a privatização logo que esta foi incluída como um cenário futuro no decreto de nacionalização.
“Nós estivemos contra, avançámos com uma apreciação parlamentar para que a reprivatização fosse retirada desse decreto, mas na altura foi chumbada pelo PS e por toda a direita, que concordam com essa privatização”, salientou.
Isabel Pires frisou que o partido tem “uma posição clara” desde o início e considera que a Efacec é “uma empresa estratégica para o país, em particular para a Região Norte” e que trabalha numa indústria central, a da transição energética, e emprega milhares de trabalhadores.
“Na próxima segunda-feira, teremos a audição do ministro da Economia, António Costa Silva, no âmbito da discussão orçamental e iremos questioná-lo sobre o processo de privatização e transmitir as nossas posições”, assegurou.
O Estado, através da Parpública, vendeu na terça-feira 100% da Efacec ao fundo alemão Mutares.
A Efacec, empresa que opera nos setores da energia, engenharia e mobilidade, com cerca de 2.000 trabalhadores, tinha sido nacionalizada em 2020, ficando o Estado a deter 71,73% da empresa.
A nacionalização, apresentada como temporária, ocorreu na sequência do arresto judicial de bens da empresária angolana Isabel dos Santos, que detinha a maioria do capital da Efacec.
Na terça-feira, o ministro da Economia disse que o Estado vai injetar mais 160 milhões de euros na Efacec, enquanto o fundo Mutares injetará na empresa 15 milhões de euros em capital e 60 milhões de euros em garantias.
O Estado já injetou 132 milhões de euros na Efacec, a que se somam mais 85 milhões de euros em garantias.
Segundo um comunicado do Governo, a proposta de compra do fundo alemão inclui “um mecanismo de partilha de valor, que vai permitir ao Estado português recuperar o investimento de 132 milhões de euros, a que se somam 85 milhões de euros em garantias”.
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