“Precisamos de apoios efetivos, que cheguem a toda a gente, de serviços de proximidade do ministério da agricultura, de apoiar o acesso a linhas de financiamento e ter um sistema público de seguros que chegue efetivamente aos agricultores”, disse a dirigente bloquista.
Catarina Martins falava aos jornalistas em Reveles, no concelho de Montemor-o-Velho, depois de contactar com agricultores afetados pela tempestade do dia 13 de outubro, que perderam parte da produção de milho.
A líder do BE apelou a que os apoios do Estado “sejam eficazes e possam responder a quem perdeu as colheitas e que não sejam excessivamente burocratizados, apoiando-se as pessoas nas candidaturas”.
Apelou ainda à presença de técnicos do Ministério da Agricultura no terreno, “tanto a ajudar a prevenir estas situações de calamidade como depois a apoiá-los quando acontecem”.
“Precisamos de ter técnicos em todo o território, que façam serviço de proximidade na agricultura”, sublinhou.
A coordenador do BE anunciou ainda uma proposta, que apresentou para o Orçamento de Estado de 2019, para que os agricultores afetados tenham acesso a linhas de financiamento bonificadas, “ou pelo menos com alguma participação pública para garantir que o excesso de juros não impossibilite o apoio”.
“A desgraça dos agricultores não pode ser uma fonte de rendimento para o sistema financeiro, que depois até acaba por ter condições que impede o acesso dos agricultores a esse financiamento de que precisam”, enfatizou.
A dirigente bloquista considerou ainda que é necessário alterar os seguros para a agricultura, para que o seu controlo esteja na esfera pública.
“Há uma parte de financiamento público aos seguros, mas são as seguradoras que controlam, o que quer dizer que tantos os prémios como as coberturas estão nas mãos dos privados”, referiu.
Segundo Catarina Martins, o que o país necessita “é de um serviço de seguros agrícolas que tenha controlo público, para permitir definir os prémios e as coberturas e para garantir que o financiamento público que vai para as seguradoras serve efetivamente a agricultura e não para financiar mais o setor financeiro e das seguradoras”.
Comentários