Bob Dylan, de 75 anos, ainda não atendeu as inúmeras chamadas da Academia Sueca, entidade responsável pelo mais alto galardão da literatura, nem reagiu de alguma forma ao anúncio; tão polémico na esfera pública.
"É mal-educado e arrogante. É isso que ele é", disse o académico Per Wästberg, cujas declarações foram divulgadas pela emissora pública SVT.
Na mesma noite do anúncio, Dylan deu um concerto em Las Vegas limitando-se a cantar, sem dizer nada ao seu público. Terminou o espetáculo a cantar a música de Frank Sinatra "Why try to change me now?" ("Porquê tentar mudar-me agora?"); um possível recado para a imprensa.
A sua conta do Twitter publicou o anúncio da Academia Sueca e as felicitações do Presidente, Barack Obama, e a referência "Laureado com o prémio Nobel da Literatura" surgiu quatro dias depois na sua página da internet, mas hoje já tinha sido retirada.
É uma situação absolutamente inédita, mas ele pode manifestar-se até à festa", destacou Per Wästberg, referindo-se à tradicional cerimónia de entrega do prémio, no próximo 10 de dezembro, em Estocolmo.
No seu blog, Anders Bárány, membro da Real Academia Sueca de Ciências, que dividiu o Nobel de Ciências, contou que Albert Einstein também ignorou os académicos após saber que tinha sido galardoado com prémio da Física em 1921. Em 1964, o escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre recusou o prémio Nobel de Literatura.
Mas uma recusa não muda nada, uma vez que o nome do premiado continua gravado no mármore da lista de vencedores do Nobel, recordou a escritora e editora de Cultura do jornal sueco Aftonbladet, Asa Linderborg, dizendo que na sua opinião que Dylan não comparecerá em Estocolmo.
"A hipótese da sua aparição em Estocolmo no dia 10 de dezembro é cada vez menos plausível, sobretudo depois das declarações de Per Wästberg", escreveu.
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