A Boeing tomou a decisão por considerar que o sindicato dos maquinistas IAM-Distrito 751 fez exigências irrealistas, indica um comunicado interno consultado pela agência de notícias France-Presse.
A decisão foi tomada após uma terceira ronda de negociações de dois dias com a Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM, na sigla em inglês), que terminou na terça-feira.
No comunicado interno, a responsável pela aviação comercial da Boeing, Stephanie Pope, afirma que a empresa apresentou, durante a ronda de discussões, propostas reforçadas de aumento salarial e de contribuições para as pensões de reforma do pessoal.
Os trabalhadores da Boeing na zona de Seattle, na costa oeste dos Estados Unidos, entraram em greve em 13 de setembro, rejeitando uma proposta de contrato que incluía aumentos salariais de 25% em quatro anos.
Os trabalhadores votaram a favor da greve (96%), disse na altura o presidente do sindicato IAM-Distrito 751, Jon Holden.
“Infelizmente, o sindicato não levou a sério estas propostas”, disse Stephanie Pope, preferindo fazer exigências “inegociáveis que ultrapassam em muito os limites do que é aceitável” para manter a competitividade da empresa.
“Portanto, continuar as negociações não faria sentido nesta fase e retirámos a nossa oferta”, concluiu a executiva.
Ainda assim, a Boeing está pronta para novas negociações assim que o IAM estiver pronto “para discutir um acordo que respeite os colaboradores e preserve o futuro da empresa”, referiu Pope.
Num comunicado, a IAM afirmou que a Boeing se recusou “a propor qualquer [novo] aumento salarial”, medidas de progressão na carreira ou contribuições para o fundo de pensões dos empregados.
A paralisação abrange cerca de 33 mil trabalhadores da montagem de aviões, a maioria dos quais na zona de Seattle, levando à suspensão da produção dos aviões mais vendidos da empresa.
A greve não deve causar cancelamentos de voos, nem afetar diretamente os passageiros das companhias aéreas, mas será mais um golpe para a reputação e as finanças da Boeing, num ano marcado por problemas nas operações aéreas, de defesa e espaciais.
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