A procura é alta, pois o mastigar de coca ("acullico" em língua quechúa) é um costume ancestral nas culturas indígenas andinas, tendo fins religiosos e sociais. Usa-se para mitigar a fome e o cansaço, mas também é costume consumir a folha em festas, juntamente com bebidas alcoólicas.
"O negócio começou há dois meses. Até o momento, estamos a ir bem: as pessoas telefonam e gostam do serviço. Se continuar assim, acho que vamos começar a expandir-nos para outras províncias", explicou o proprietário da empresa, Michel Méndez, à AFP.
O "Bolivery", um jogo de palavras entre Bolívia e delivery (entrega em inglês), é um serviço que leva ao domicílio embalagens com folha de coca. Para isso são usadas quatro motociclos.
Na Bolívia, o consumo e a venda de folha de coca, a matéria-prima da cocaína, é legal. No entanto, ainda não havia um serviço como este.
A ideia surgiu quando o próprio Méndez estava numa festa com amigos que mascavam coca. Quando acabaram as folhas, não conseguiram encontrar uma forma de comprar mais doses do produto durante aquela noite.
"O consumo de folhas de coca está em crescimento em Santa Cruz, onde há muitos postos de venda", comentou Méndez, após explicar que seu o mérito consistiu somente em unir duas realidades já existentes: "a coca sempre esteve aqui e o serviço de delivery também".
O "Bolivery" comercializa folhas de coca parcialmente moídas em bolsas, misturadas com stevia (adoçante natural) ou bicarbonato. Os preços oscilam entre os 3 e 4 dólares.
A empresa atende diariamente entre 80 e 100 pedidos, quantidade que se duplica de quinta-feira a domingo.
A entrega em domicílio é gratuita em algumas áreas de Santa Cruz (leste da Bolívia) ou é cobrado o custo de transporte, dependendo da distância.
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