Dados remetidos à agência Lusa por fonte da Comissão Distrital da Proteção Civil do Porto referem que, "às 14:00 horas de hoje, 29% das corporações não tinham feito qualquer reporte", o que equivale a 13 corpos de bombeiros de um total de 47.
Estes dados contrariam as informações dadas à Lusa esta manhã, cerca das 11:30, pelo presidente da Federação de Bombeiros do Porto, que disse que 70% das corporações de bombeiros do distrito aderiram hoje à não divulgação de dados ao Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS).
Em causa está um apelo do Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Voluntários (LBP), que aprovou sábado, "por unanimidade e aclamação de pé", suspender toda a informação operacional aos CDOS a partir das 00:00 de domingo.
No domingo, o presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil do Porto, Marco Martins disse à Lusa, que até às 16:00 horas desse dia, 43 corpos de bombeiros do distrito do Porto estavam a reportar as ocorrências, tendo elogiado o comportamento dos operacionais e comandantes e classificado o apelo da LBP, de suspender as comunicações, de "irresponsável".
Mas esta manhã, a Federação de Bombeiros do Porto disse que a maioria dos bombeiros do Porto tinha aderido ao apelo, desmentindo os dados avançados no dia anterior pela Comissão Distrital da Proteção Civil do Porto.
"O socorro continua a fazer-se na maior normalidade, tudo da mesma forma, só que não transmitimos os dados (…) para o CDOS, de resto está tudo a processar-se", disse o presidente da Federação de Bombeiros do Porto, José Miranda.
Já Marco Martins disse não pôr em causa que tenham de ser feitas correções na legislação, mas frisou que "o papel do CDOS é muito importante para o bem-estar das populações".
O também autarca de Gondomar somou aos argumentos a ideia de que não reportar pode significar "perda de receita" para os corpos de bombeiros, quer por causa dos seguros, quer pela percentagem variável de apoios que é calculada em função do número de ocorrências.
Reportar significa comunicar sempre que sai uma viatura, uma ambulância, um veículo de combate a incêndio ou de desencarceramento, entre outros, bem como quando há situações que o protocolo assim o define ou quando é feito um ponto de situação de cada ocorrência.
A Liga dos Bombeiros Portugueses reivindica uma direção de bombeiros autónoma independente e com orçamento próprio, que diminua os custos e aumente a eficácia, um comando autónomo e o cartão social do bombeiro.
A Liga dos Bombeiros Portugueses tem, no total, 470 associados, distribuídos por corporações de voluntários (435), municipais (19), privativos (9), batalhão de sapadores bombeiros (1), companhias de sapadores bombeiros (5) e regimento de sapadores bombeiros (1) distribuídos por todos os distritos do Continente e Ilhas.
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