Em causa está um apelo do Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Voluntários (LBP) que aprovou sábado, "por unanimidade e aclamação de pé", suspender toda a informação operacional aos CDOS a partir das 24:00 desse dia.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Federação Distrital de Bombeiros do distrito de Viana do Castelo, José Salgado, afirmou que na região "nenhuma" das 11 corporações de bombeiros voluntários está a transmitir dados ao CDOS".
"Estamos em perfeita sintonia e iremos manter-nos fiéis à decisão da Liga que entendemos ser justa sem nunca perder o sentido de operacionalidade e de socorro às populações. O socorro não está em causa, pelo contrário", frisou.
No Alto Minho existem 12 corporações de bombeiros, sendo que Viana do Castelo é o único concelho a dispor de um corpo profissional na região.
Além da capital do Alto Minho, apenas Caminha possui duas corporações de bombeiros voluntários, uma situada na sede do concelho e a outra em Vila Praia de Âncora.
O presidente da Federação Distrital de Bombeiros do distrito de Viana , que é também presidente da direção dos bombeiros voluntários de Viana do castelo, José Salgado adiantou que as corporações "irão manter o protesto até o Governo se manifestar disponível para dialogar e deixar de maltratar os bombeiros como tem vindo a fazer nos últimos tempos".
Contactada pela agência Lusa, fonte do CDOS de Viana do Castelo afirmou que o protesto "regista uma forte adesão" no Alto Minho, remetendo mais informações para a Autoridade Nacional da Proteção Civil.
O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Viana do Castelo, Miguel Alves disse estar "apreensivo com o pico de tensão entre os bombeiros voluntários e o Governo".
O socialista, que preside à Câmara de Caminha, adiantou que "desde domingo que nenhuma corporação de bombeiros do distrito está a comunicar ocorrências ao CDOS, com exceção dos bombeiros municipais de Viana do Castelo que têm uma natureza diferente", sendo que "mesmo estes, estão a ponderar aderir ao movimento dos colegas".
Miguel Alves garantiu que "não há nenhuma indicação de que o socorro não tenha sido prestado à população, porque se assim fosse, as Câmaras Municipais, o CDOS ou os hospitais já teriam sentido reflexos disso".
"Neste momento o socorro acontece só que quem comanda e coordena não sabe quando, como, em que medida e se é preciso mais mobilização de meios. Para já, as populações parecem estar a salvo do conflito existente, mas seria bom que tudo se resolvesse o mais rápido possível porque esta situação é indesejável para todos, mas, sobretudo para as pessoas que não têm culpa nenhuma do que está a acontecer", sustentou.
Além de Miguel Alves, a nova Comissão Distrital de Proteção Civil de Viana do Castelo integra ainda os autarcas de Monção, António Barbosa, e o de Ponte da Barca, Augusto Marinho, ambos do PSD, um representante de cada ministério, os responsáveis máximos das forças de segurança do distrito, os capitães de porto e representantes do Instituto Nacional de Emergência Médica, a Liga dos Bombeiros Portugueses e a Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais.
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