“Não há memória no país de uma situação destas”, afirmou Nuno Barbosa, durante uma audição na comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa dos Açores, reunida em Ponta Delgada, no âmbito do acompanhamento à situação resultante do incêndio no HDES.
O hospital de Ponta delgada, o maior dos Açores, foi afetado por um incêndio no dia 04 de maio, que obrigou à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde, incluindo para fora da região.
Na audição, o comandante dos Bombeiros de Ponta Delgada disse que o combate às chamas, que se prolongou por sete horas, e a retirada dos doentes foram realizados sob uma coordenação que “roçou o perfeito”, entre “todas as entidades envolvidas, bombeiros, equipas do HDES e outras forças e entidades que colaboraram nesse processo”.
“O sentimento que eu tenho, e acho que o de toda a população, é de que podem ter orgulho no trabalho que foi ali feito”, insistiu Nuno Barbosa, recordando que, além de terem de combater um fogo que deflagrou num posto de transformação do hospital, os bombeiros também foram surpreendidos por uma fuga de gasóleo (que alimentava o posto), o que dificultou o trabalho de extinção das chamas.
Referindo-se às críticas feitas no relatório técnico sobre o incêndio no HDES, elaborado pelo engenheiro João Mota Vieira, que alegou que os bombeiros de Ponta Delgada não tinham “equipamentos, conhecimento e formação” adequadas para aquele tipo de incêndio, Nuno Barbosa contrapôs que foi graças à formação que têm, que não existiram vítimas.
Sem essa formação, disse, os deputados do parlamento açoriano estariam hoje a questionar o comandante como é que tinha deixado morrer “dois ou três bombeiros” no incêndio.
O incêndio no HDES obrigou, numa primeira fase, ao encerramento temporário da unidade de saúde e à transferência de doentes para outros hospitais da região e também do arquipélago da Madeira.
O maior hospital dos Açores já reabriu, entretanto, a sua atividade, embora o serviço de urgência e o bloco operatório estejam a funcionar em módulos provisórios, adquiridos pelo executivo Regional, que já anunciou, entretanto, que o Governo da República vai transferir para a região 20 milhões de euros, para fazer face aos prejuízos no HDES.
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