A adesão ao protesto de não comunicar as ocorrências à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) foi de 100% nos distritos de Viana do Castelo, Bragança, Aveiro e Beja, sendo superior a 95% em Leiria, Lisboa, Viseu e Évora, de acordo com os dados recolhidos pela Agência Lusa.
Em alguns distritos, a informação aponta para um apoio generalizado ao protesto decidido pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) no domingo, sem que haja uma quantificação.
É o caso de Vila Real, em que a federação veicula que a maioria das 26 corporações aderiu, e da Guarda, em que se aponta para uma adesão de quase 100% dos 23 corpos de bombeiros, ou da “forte adesão” de que dá conta a federação de Setúbal.
No Algarve, os bombeiros não aderiram ao protesto e no distrito de Santarém apenas 5 das 28 corporações estiverem sem reportar ocorrências à ANPC.
Nos distritos de Braga, Porto, Castelo Branco e Coimbra há uma ‘guerra’ de números.
Em Braga, a Comissão Distrital indicou que a adesão ao protesto se situa nos 50%, enquanto a federação disse que só “quatro ou cinco” das 19 corporações de voluntários (existe ainda uma de sapadores) estão a passar informações à ANPC.
No Porto, a federação aponta para uma adesão de 75%, mas o Comando Distrital fala em 29%.
Castelo Branco é o distrito em que esta ‘guerra’ é mais extremada: a federação aponta para mais de 70% das corporações de bombeiros sem transmitir informações, ao passo que o CDOS disse que a maioria das 12 corporações está a comunicar os dados.
Em Coimbra, a adesão é superior a 75%, de acordo com a federação, e de 50% para o Comandante Distrital de Intervenção e Socorro.
Ainda de acordo com os dados recolhidos pela Lusa, no distrito de Portalegre cinco associações, em 15, não comunicaram os dados.
Por seu turno, o presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) afirmou hoje que há situações no país em que o reporte de ocorrências é de 100% e outras em que é quase nulo.
"Poderei dizer, sem estar a tipificar, porque não pretendo entrar em guerra de números. Temos situações em que o reporte é a 100% e temos uma ou outra situação que o reporte é quase nulo. Portanto, temos situações díspares nos vários distritos", afirmou Mourato Nunes.
Para contestar a reforma da Proteção civil aprovada pelo governo, o Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses decidiu suspender todo o encaminhamento de informação operacional aos Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) desde as 00:00 de domingo.
Os bombeiros protestam contra as propostas aprovadas no Conselho de Ministros de 25 de outubro, na área da proteção civil, com a maior contestação centrada nas alterações à lei orgânica da Autoridade Nacional de Emergências e Proteção Civil, futuro nome da atual Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Uma das medidas mais contestada na nova lei orgânica é a área de atuação dos CDOS deixar de corresponder aos distritos e passar a ter a abrangência das comunidades intermunicipais.
A LBP reivindica uma direção de bombeiros autónoma independente e com orçamento próprio, que diminua os custos e aumente a eficácia, um comando autónomo e o cartão social do bombeiro.
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