Das 44 corporações de bombeiros existentes nos distritos de Beja, Évora e Portalegre, 33 não estão a reportar informações aos respetivos CDOS, segundo um levantamento feito hoje pela agência Lusa junto dos presidentes das federações de bombeiros.
Apenas 11 corporações, dez no distrito de Portalegre e uma no distrito de Évora, continuam a reportar informações operacionais aos CDOS.
No distrito de Beja, todos os 15 corpos de bombeiros existentes não estão a reportar informações ao CDOS, mas "não há constrangimentos e está garantido o socorro a pessoas e bens", disse à Lusa o presidente da federação distrital de bombeiros, Domingos Fabela.
"Nunca esteve, nem estará em causa o socorro a pessoas e bens, porque, efetivamente, a disponibilidade dos bombeiros continua a ser a mesma, o socorro às populações é feito na mesma, a única diferença é a não passagem de dados ao CDOS", frisou Domingos Fabela.
No distrito de Évora, "das 14 corporações de bombeiros, só uma", a do concelho de Reguengos de Monsaraz, "continua a reportar informações" ao CDOS, indicou à Lusa o presidente da federação distrital de bombeiros, Inácio Esperança.
Segundo Inácio Esperança, a corporação de Reguengos de Monsaraz "não aderiu ao protesto" de não reportar informações ao CDOS "não porque não esteja de acordo com as reivindicações" da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), "mas porque ainda não teve tempo para analisar todas as questões e optou por não deixar de emitir informações".
As restantes 13 corporações do distrito de Évora "aderiram ao protesto" de não reportar informações ao CDOS, frisou, referindo que a situação "não está a afetar as ações de socorro" e, até hoje ao início da tarde, "não houve nenhum problema com nenhuma ocorrência no distrito, nem no tempo de resposta, nem na qualidade do serviço".
No distrito de Portalegre, cinco das 15 corporações de bombeiros não estão a reportar informações ao CDOS, ou seja, as dos concelhos de Fronteira, Alter do Chão, Avis, Crato e Arronches, disse à Lusa o presidente da federação distrital de bombeiros.
O comandante distrital de operações de socorro de Portalegre, Rui Conchinha, também disse à Lusa que "em 15 corporações de bombeiros, há cinco que não estão a reportar" informações e que "não há qualquer tipo de constrangimento nas ocorrências a ações de socorro" no distrito.
Contactados pela Lusa, os comandantes distritais de operações de socorro de Beja, Vítor Cabrita, e de Évora, José Ribeiro, remeteram a prestação de informações sobre a situação para o gabinete de imprensa da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
No litoral alentejano, embora integrados no distrito de Setúbal, os bombeiros de Santiago do Cacém, Alvalade Sado, Cercal do Alentejo, Santo André, Alcácer do Sal, Torrão, Grândola e Sines aderiram ao protesto da LBP, segundo indicou à Lusa a federação de bombeiros.
O Conselho Nacional da LBP decidiu suspender toda a informação operacional aos CDOS desde as 00:00 de domingo.
No mesmo dia, o presidente da LBP, Jaime Marta Soares, e a ANPC garantiram que a suspensão de informações operacionais por parte dos bombeiros à ANPC não compromete o socorro à população.
Também no domingo, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, considerou que a suspensão de informações operacionais por parte dos bombeiros à ANPC é ilegal e coloca em causa a segurança das pessoas ao afetar a coordenação de meios de resposta.
A LBP reivindica uma direção de bombeiros autónoma independente e com orçamento próprio, que diminua os custos e aumente a eficácia, um comando autónomo e o cartão social do bombeiro.
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