“Ainda há muito mais a fazer nos próximos anos. Mas o acordo de hoje é um grande passo em frente e, crucialmente, temos o primeiro acordo internacional para reduzir o carvão e um roteiro para limitar o aquecimento global a 1,5 graus” celsius, disse Boris Johnson num comunicado.

O chefe do governo britânico disse esperar que a 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), realizada sob presidência britânica, seja recordada “como o início do fim das alterações climáticas”.

Decisores políticos e milhares de especialistas e ativistas reuniram-se ao longo de duas semanas para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e aumentar o financiamento para ajudar países afetados a enfrentar a crise climática.

A COP26 adotou formalmente uma declaração final com uma alteração de última hora proposta pela Índia que suaviza o apelo ao fim do uso de carvão.

A alteração foi proposta pelo ministro do Ambiente indiano, Bhupender Yadav, que no plenário de encerramento da COP26 pediu para mudar a formulação de um parágrafo em que se defendia o fim progressivo do uso de carvão para produção de energia sem medidas de redução de emissões.

A proposta acabou por ser aprovada pelo presidente da cimeira, Alok Sharma, que afirmou de voz embargada “lamentar profundamente a forma com este processo decorreu”.

O documento final aprovado, que ficará conhecido como Pacto Climático de Glasgow, preserva a ambição do Acordo de Paris, alcançado em 2015, de conter o aumento da temperatura global em 1,5ºC (graus celsius) acima dos níveis médios da era pré-industrial.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, comentou o acordo alcançado em Glasgow alertando que apesar de “passos em frente que são bem-vindos, a catástrofe climática continua a bater à porta”.