Falando na 10.ª Cimeira BRICS (Bloco de países emergentes que junta o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), Temer pediu a diminuição das taxas alfandegárias e uma maior cooperação e partilha de saber entre os países.
“Com a 4.ª Revolução Industrial” surge “essa capacidade que traz vantagens competitivas em ciência, tecnologia e inovação. E é essa capacidade que traz crescimento sustentado e empregos de qualidade”, disse.
“Novamente estamos a eliminar barreiras ao invés de erguê-las e retomamos ou abrimos novas frentes de negociação económica e comercial com os países da aliança do Pacífico com quem recentemente assinámos uma declaração conjunta com a Coreia do Sul, com Singapura, com o Canadá e com a Associação Europeia de livre comércio, com Marrocos e com a Tunísia”, afirmou.
“Se nós queremos estar em sintonia com o tempo presente, essa é efetivamente a nossa obrigação, a natureza e as implicações da 4ª revolução industrial” que devem ser “parte relevante da nossa agenda comum”, disse o chefe de Estado brasileiro na África do Sul
“Todos conhecemos a lógica que permeia essa nova revolução. A informação, o conhecimento e a dimensão digital passaram a constituir definitivamente o cerne da atividade económica”, afirmou.
Michel Temer disse que “a primeira resposta” a esses desafios é o investimento em educação, em formação académica e técnica.
“Outra resposta é mais integração. Com os nossos sócios do Mercosul (associação económica de países sul-americanos que inclui o Brasil), resgatámos a ideia do livre mercado que movia o bloco desde a sua origem”, disse.
“Mais do nunca, por detrás de um único produto estão mãos e cérebros das mais diferentes partes do mundo. Hoje, a regra geral é esta: só somos competitivos quando somos abertos a contributos mais sofisticados, a tecnologias mais avançadas, a ideias mais arejadas, abertos a mais investimentos e a mais comércio”, disse.
De acordo com o Presidente Michel Temer, as transformações em curso que alteram profundamente as relações económicas internacionais “têm consequências diretas para o dia-a-dia dos nossos trabalhadores, empresários, consumidores, universidades e governos.”
“Os BRICS, pelo peso dos nossos países nos fluxos globais de comércio e de capitais, é espaço privilegiado para examinarmos o alcance dessa revolução. O fundamental, é que estejamos continuamente atualizados diante de uma realidade em permanente mutação. E aqui, naturalmente, os recursos humanos são decisivos”, sublinhou.
“Nunca chegámos tão perto também de concluir o acordo Mercosul-União Europeia. Procuramos maior abertura e com ela a modernização da nossa economia”, adiantou.
O chefe de Estado brasileiro destacou ainda a importância da disseminação da tecnologia digital como outra das repostas aos desafios que se apresentam às nações emergentes.
“Nessa matéria, temos políticas voltadas principalmente para as micro, pequenas e médias empresas que contribuem com quase 30% do PIB brasileiro. Não é por acaso que o ambiente para as start-ups floresce no Brasil”, precisou.
“E muito mais temos feito para melhor equipar o Brasil diante da 4.ª Revolução Industrial. Temos desenvolvido uma série de programas que colocam o país entre os que mais investem em inovação, especialmente em pesquisa e desenvolvimento”, disse.
“Mais do que seguir participando ativamente das redes económicas ligadas à nova revolução industrial, queremos ajudar a moldar os seus rumos, e queremos fazê-lo em concertação com os nossos parceiros dos quais, sem dúvida, os BRICS tem papel de destaque”, afirmou.
“O objetivo maior do BRICS deve ser o de como partilhar o desenvolvimento. Juntos estaremos melhor posicionados para aproveitar as oportunidades da 4ª Revolução Industrial em nome do bem-estar dos nossos povos”, concluiu o Presidente brasileiro.
A sessão de sexta-feira da cimeira junta parceiros africanos, entre os quais se incluem Moçambique e Angola.
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