Em comunicado, o Governo brasileiro indicou que a ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou a “vitória da cultura brasileira” que representa “a importância de reconhecer a obra de uma mulher brasileira”.
“Prado não só eleva a literatura nacional, mas também representa a força e a criatividade das mulheres no cenário cultural, sendo que “este prémio é um tributo à rica tradição literária do Brasil e à capacidade das escritoras brasileiras de capturar a essência da nossa identidade cultural”, lê-se na mesma nota.
Mais tarde, nas redes sociais, a ministra voltou a reagir à vitória da poetisa brasileira, enfatizado que esta representa “um reconhecimento merecido ao seu talento e contribuição à literatura”.
O presidente Fundação Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, também reagiu ao resultado, fazendo uma referência à celebração dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões.
“Adélia Prado vence o Prémio Camões no ano da comemoração do quinto centenário do maior poeta da língua portuguesa. Coincidência ou destino?”, escreveu.
Para Marco Lucchesi, “Adélia não é apenas um dos maiores nomes da poesia do Brasil, mas de toda língua portuguesa, em todos os quadrantes da terra e da grande poesia, uma poesia lírica e metafísica, amorosa e existencial, antiga e moderna”.
O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, também felicitou hoje a poetisa brasileira Adélia Prado por ter sido distinguida com o Prémio Camões.
Numa nota publicada no ‘site’ da Presidência da República, o chefe de Estado português lembrou que Prado “soube unir, de modo pessoal e inconfundível, a mundividência cristã, a condição de mulher e o coloquialismo quotidiano, sempre com uma graça e um lirismo cativantes”.
A poetisa brasileira Adélia Prado venceu o Prémio Camões 2024, anunciou hoje o Ministério português da Cultura, com o júri a considerar que Prado é “há longos anos uma voz inconfundível na literatura de língua portuguesa”.
Adélia Prado, nascida em Minas Gerais em 1935, “é autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética”, justificou o júri, que lhe atribuiu o Prémio Camões por maioria.
A escritora, que completa 89 anos em dezembro, foi professora e estreou-se em 1976, já com 40 anos, com o livro de poesia “Bagagem”, apadrinhada por Carlos Drummond de Andrade.
Esta é a 36.ª edição do Prémio Camões, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988 e que é considerado o prémio de maior prestígio da língua portuguesa.
A intenção do prémio é homenagear um autor ou autora “que, pela sua obra, tenha contribuído para o engrandecimento e projeção da literatura em português”, refere o protocolo.
O júri desta edição do Prémio Camões foi constituído pelos professores universitários Clara Rocha (Portugal), Isabel Cristina Mateus (Portugal), Francisco Noa (Moçambique), Cleber Ribas de Almeida (Brasil), Deonísio da Silva (Brasil) e Dionísio Bahule (Moçambique).
O Prémio Camões, que em 2023 distinguiu o escritor e tradutor português João Barrento, tem o valor monetário de 100 mil euros.
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