“O Governo [de Espírito Santo] tem vindo a tratar da segurança com desdém, está a precarizar os serviços, não investe na segurança e não dá valor ao pessoal”, disse, na segunda-feira, o presidente do Sindicato de Polícias Civis estadual, Jorge Emiliano Legal, à agência Efe.
Nos últimos três dias houve um aumento da criminalidade, principalmente de “homicídios, roubos e furtos”, os quais resultaram, até ao momento, em 62 mortes, um recorde histórico para Vitória em fevereiro”, afirmou.
Segundo o dirigente sindical, a cidade vive um “verdadeiro caos” no domínio da segurança e os seus habitantes estão nervosos perante os assaltos que têm ocorrido desde que os agentes decidiram entrar em greve.
Desde sábado que familiares dos polícias militarizados, que exigem um maior investimento para garantir o bom exercício das suas funções assim como um “reajuste salarial”, se têm manifestado e impedindo a saída dos agentes e viaturas dos quartéis.
Os familiares dos polícias militares lideram as ações de protesto porque os agentes têm estatuto de soldados e o Código Penal Militar pune com uma pena de até dois anos de prisão a sua participação em greves ou manifestações.
O Ministério da Defesa autorizou o envio de efetivos das Forças Armadas “para garantir a lei e a ordem” na cidade, respondendo a um pedido do governador César Roberto Colnago à Presidência da República.
“Quero ressaltar a inflexível determinação para restaurar e recuperar a normalidade [por parte do Governo]. Estou certo de que com o apoio das forças locais, estaremos nas ruas para garantir a integridade das pessoas e das propriedades”, afirmou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, em conferência de imprensa.
Raul Jungmann indicou que o exército começou a atuar nas ruas de Vitória, com a presença de 200 militares, esperando-se que, em breve, durante o dia de hoje, cheguem outros mil agentes entre membros da Força Nacional (um corpo de elite da Polícia de caráter federal) e do Exército.
O sindicato considera que a decisão constitui um paliativo que “não vai resolver o problema da insegurança”, já que o combate ao crime apenas pode ser eficaz se se investir na “reestruturação do corpo e em recursos humanos”.
“Vai ser um paliativo porque [o exército] terá que regressar um dia aos quartéis e o crime ficará então livre”, afirmou Legal.
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