O relatório, com o qual se procurou avaliar o impacto ambiental da tragédia, foi realizado por uma equipa da Fundação SOS Mata Atlântica, que realizou análises sobre a qualidade da água em 22 pontos do rio, numa extensão total de 510 quilómetros, que atravessa o estado de Minas Gerais.
“O resultado foi chocante: em todas as secções analisadas, a equipa não encontrou água em condições de uso”, segundo o relatório.
Na última amostra obtida, a SOS Mata Atlântica constatou que o nível de turbidez foi três vezes superior ao permitido pela legislação brasileira.
O colapso da barragem de mineração, propriedade da empresa Vale, ocorreu no dia 25 de janeiro na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, e causou 166 mortes e 155 desaparecidos, segundo a última contagem da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, que prossegue com as operações de resgate.
A Vale informou também na quinta-feira que também está a monitorizar a qualidade da água em 48 pontos e prometeu tomar todas as medidas possíveis para garantir o abastecimento, tanto para o consumo humano, quanto para as atividades agrícolas.
De acordo com outro cálculo divulgado anteriormente por outra organização não-governamental, o WWF-Brasil, apenas no primeiro dia da tragédia a onda de lama destruiu pelo menos 125 hectares de floresta, o equivalente a 125 campos de futebol.
O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, afirmou numa comissão parlamentar que a empresa é uma joia para o Brasil e que “não pode ser condenada” pela rutura da barragem em Brumadinho.
O Ministério Público sustenta, por sua vez, que a Vale, maior produtora de ferro do mundo, possuía dados desde outubro de 2018 que alertavam para o risco de colapso da estrutura.
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