“A posição que acordámos no Conselho Europeu foi a de que, neste momento, não há um pedido do Reino Unido para uma extensão. Se, por alguma razão, esse pedido chegar, o presidente do Conselho Europeu consultará individualmente todos os líderes para perceber se concordariam [com uma nova extensão”, elucidou Leo Varadkar após a conclusão da cimeira europeia, em Bruxelas.
Fundamental para desbloquear o impasse nas negociações entre Bruxelas e Londres, o primeiro-ministro irlandês quis, no entanto, lembrar que um novo adiamento do ‘Brexit’, inicialmente agendado para 29 de março e agora marcado para 31 de outubro, dependeria do “sim” unânime dos chefes de Estado e de Governo dos 27.
“Penso que os parlamentares britânicos que vão votar amanhã [sábado] não devem partir do pressuposto que haverá unanimidade em torno de uma extensão. O nosso ponto de vista foi sempre um de abertura, mas seria um erro assumir que [um adiamento] é garantido”, notou.
Embora reconhecendo que a Irlanda estaria disponível para conceder mais tempo à Câmara dos Comuns para aprovar o acordo revisto, firmado na quinta-feira por Bruxelas e o Governo britânico e já endossado pelos líderes dos 27 durante o Conselho Europeu que hoje terminou, Varadkar afirmou que não há “um plano B” caso o parlamento britânico volte a rejeitar, pela quarta vez, o texto.
“O plano B é um ‘no deal’ e estamos todos a preparar-nos para esse cenário”, completou.
O acordo do ‘Brexit’ terá agora de ser ratificado pelo parlamento britânico, que por três vezes ‘chumbou’ o Acordo de Saída firmado em novembro pela anterior primeira-ministra, Theresa May, e também pelo Parlamento Europeu.
A Câmara dos Comuns votará este sábado o texto revisto. Para ganhar a votação no parlamento britânico necessária para se avançar para a ratificação, o Governo precisa de 320 votos, mais do que os 287 deputados atualmente no grupo parlamentar do partido Conservador.
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