Na apresentação do programa eleitoral da Aliança Democrática, intitulado “Voz na Europa”, estiveram presentes os líderes dos três partidos que compõem a coligação: Luís Montenegro, presidente do PSD, Nuno Melo, do CDS-PP, e Gonçalo da Câmara Pereira, do PPM, e o militante número um do PSD, Francisco Pinto Balsemão.
Sebastião Bugalho defendeu “bom senso e realismo” nas matérias europeias e apontou como exemplo o pacto europeu de Migração e Asilo, dizendo que o PPE contribuiu para o seu sucesso.
“Mas queremos mais. Queremos reforçar os mecanismos de imigração legal neste pacto, é assim que temos a certeza de que a imigração ilegal diminui e que não fica entregue a redes de tráfico humano”, disse.
Para o candidato da AD às europeias de 9 de junho, “só criando os mecanismos certos para a imigração legal, fortalecendo-a e regulando-a” é que há garantias de combate à imigração ilegal.
“É impossível combater a imigração ilegal sem uma imigração legal que seja levada a sério e nós vamos levá-la a sério”, comprometeu-se.
Numa intervenção de cerca de 25 minutos, a crítica mais direta do cabeça de lista da AD aos anteriores executivos do PS chegou na área da habitação.
“Sabemos que a habitação é uma competência nacional dos Estados e também sabemos quem é que falhou a executar o PRR a tempo de dar resposta a essa crise na habitação ao ritmo que deveria. E não esquecemos”, disse.
Ainda assim, defendeu que a Europa poderá “flexibilizar regras para responder em devido tempo à crise habitacional que se vive no continente”, passando pelo lançamento de projetos-piloto ao incentivo à criação de mecanismos que animem o mercado.
“Simbolicamente, mas com vista a colocar em prática soluções que venham resolver esta crise, quero anunciar aqui que defenderemos a elevação do Direito à Habitação na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, nós vamos mesmo universalizar este direito”, afirmou, numa das medidas que consta do programa hoje apresentado.
Bugalho destacou ainda outra medida que também faz parte do documento: “A criação de um cartão único europeu – a que sugerimos chamar o ‘plus65’ – que dará acesso rápido e privilegiado a todos os cidadãos europeus com mais de 65 anos a serviços públicos, nos aeroportos, em infraestruturas de transporte, museus, espetáculos ou eventos desportivos”, anunciou.
O programa da AD para os mais velhos prevê também a criação de “uma rede de apoio financeiro europeu a lares e comunidades envelhecidas”.
“Nunca mais no século XXI um cidadão europeu terá vergonha de ver lares na televisão, trabalharemos para isso nos próximos cinco anos”, afirmou.
Sebastião Bugalho agradeceu a presença de Pinto Balsemão, a quem elogiou a luta pela liberdade e democracia, e ao seu mandatário nacional, Carlos Moedas, salientando que em 2021 “deu o exemplo” ao não fugir do risco com a candidatura à Câmara Municipal de Lisboa.
Sobre o agora ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que encabeçou a lista do PSD nas três últimas eleições europeias, Bugalho disse ter sido “a voz” de Portugal na Europa nos últimos 15 anos.
“Em 2009, contra um governo que não levou Portugal a bom porto. Em 2014, como primeiro sinal de esperança depois de um resgate financeiro duríssimo. E foi sua a voz em 2019, contra um primeiro-ministro que ameaçava demitir-se a duas semanas das eleições europeias, como se estas não existissem, como se não servissem para nada”, sublinhou.
Ao longo do discurso, o candidato da AD defendeu, em várias áreas, a necessidade de “bom-senso e realismo”, como na transição energética.
“Sem equilíbrio, sem moderação, sem ter as pessoas e as desigualdades entre Estados-membros em conta, será impossível cumprir com uma transição verde sem duas coisas que não interessam a um país como Portugal: ou perder investimento para outros Estados-membros mais ricos ou perder investimento para fora das fronteiras europeias”, alertou.
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