“Ficou detido no Serviço de Investigação Criminal”, afirmou.
Segundo Salvador Freire, Zecamutchima foi chamado para prestar declarações, tendo ao advogado exigido que fosse notificado para tal.
“Foi difícil passarem a notificação da detenção, só nessa altura nos foi dado a conhecer que havia um mandado de detenção passado pelo Procurador da Lunda Norte”, disse à Lusa.
Salvador Freire adiantou que Zecamutchima é acusado dos crimes de rebelião e associação de malfeitores.
Declarando-se “surpreendido”, o advogado afirmou que está a “fazer tudo para deixar cair os crimes” que constam no mandado.
Em 30 de janeiro, segundo a polícia angolana, cerca de 300 pessoas ligadas ao Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe (MPPLT), que há anos defende a autonomia daquela região, tentaram invadir uma esquadra policial, obrigando as forças de ordem a defender-se, provocando seis mortes.
A versão policial é contrariada pelos dirigentes do MPPLT, partidos políticos na oposição e sociedade civil local, que falam pelo menos 25 mortos e alegam que se tratou de uma tentativa de manifestação, previamente comunicada às autoridades, e que os manifestantes estavam desarmados.
O Movimento Protetorado da Lunda Tchokwe luta pela autonomia da região das Lundas, no Leste-Norte de Angola.
A autonomia da região das Lundas (Lunda Norte e Lunda Sul, no leste angolano), rica em diamantes, é reivindicada por este movimento que se baseia num Acordo de Protetorado celebrado entre nativos Lunda-Tchokwe e Portugal nos anos 1885 e 1894, que daria ao território um estatuto internacionalmente reconhecido.
Portugal teria ignorado a condição do reino quando negociou a independência de Angola entre 1974/1975 apenas com os movimentos de libertação, segundo o movimento.
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