Em fevereiro, em conferência de imprensa, o administrador financeiro do banco, José Brito, já tinha dito que seria proposto um dividendo de 85 milhões de euros relativos aos resultados de 2020.
Já hoje foi divulgado o relatório e contas da CGD de 2020 e a proposta final do Conselho de Administração do banco público para o valor a distribuir em dividendos, que é de 83.638.807 euros.
"O Conselho de Administração da CGD entendeu propor à Assembleia Geral a distribuição de dividendos relativos ao ano de 2020 que correspondem a 0,20% do rácio de CET 1 (Core Equity Tier 1), visto ser esta a restrição ativa decorrente da supra citada recomendação [do BCE]", lê-se no documento.
No dia 15 de dezembro de 2020, o BCE anunciou que os bancos da zona euro podem voltar a pagar dividendos, mas com sujeição a limites, de forma a proteger o seu capital. A distribuição de dividendos não deverá exceder os 15% dos lucros acumulados de 2019 e 2020 ou 20 pontos base do rácio de capital CET1.
Além dos dividendos, será proposto que passem para reserva legal cerca de 81,3 milhões de euros e 241,6 milhões de euros para a rubrica do balanço 'outras reservas e resultados transitados'.
A CGD registou lucros de 492 milhões de euros em 2020, menos 37% que os 776 milhões de euros registados em 2019, divulgou hoje o banco público.
A assembleia geral da CGD deverá realizar-se em maio, mas ainda não tem data marcada. O Estado detém o banco na totalidade.
A CGD está em fase de mudanças na administração, tendo de ser eleita a nova administração para o mandato 2021-2024. Paulo Macedo deverá manter-se como presidente executivo, segundo disse o ministro das Finanças, João Leão, em entrevista em fevereiro ao Jornal de Negócios/Antena 1.
Já o novo presidente não executivo ('chairman') deverá ser António Farinha de Morais, ex-administrador do BPI, de acordo com o Jornal Económico.
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