"Há três que, de facto, se apresentaram hoje, foram encaminhados para o nosso SAAS [Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social], da Câmara Municipal do Porto, e julgo que ainda estão em reunião. E esses três são da nossa competência, e nós naturalmente vamos resolver o problema", disse Rui Moreira à Lusa, por telefone, cerca das 17:00.
O independente que lidera a Câmara do Porto confirmou, assim, que os serviços da autarquia apenas hoje receberam contactos oficiais por parte da Segurança Social, ao contrário do que tinha acontecido até segunda-feira.
Segundo Rui Moreira, do total de 15 pessoas que requereram alojamento na sequência do acidente, "todas são situações diferentes".
"Há seis pessoas que desistiram do processo de acompanhamento, seja porque têm ou familiares ou seja por outra razão qualquer, dizem que não querem qualquer tipo de encaminhamento", explicou o autarca.
Segundo Rui Moreira, sobram nove requerentes que foram acolhidos no Seminário do Bom Pastor, e "desses nove há três que estão a ser acompanhados pelo SAAS de Vila Nova de Gaia" e "três que estão em situação de ilegalidade e são acompanhados pela estrutura apropriada".
O autarca independente disse também à Lusa que quanto aos "três [moradores] que são da competência da Câmara Municipal do Porto, com certeza" que a autarquia "arranjará uma solução alternativa".
"O resto, tudo o resto, aquilo a que nós temos assistido é a uma tentativa de aproveitamento por parte de um grupo de ativistas ligados ao Bloco de Esquerda, e alguma tentativa de condicionar aquilo que é o normal funcionamento dos nossos serviços", bem como da Segurança Social e outras entidades, considerou Rui Moreira.
Rui Moreira disse ainda que a associação Habitação Hoje quis "participar na reunião [com os desalojados], só que não tem representatividade" para o fazer, uma vez que "se trata de assuntos confidenciais que têm de ser tratados em entrevistas com os próprios".
Para hoje está prevista uma concentração às 20:30, nas traseiras da Câmara Municipal, convocada pela Habitação Hoje, em defesa de "respostas de urgência e a longo prazo, estáveis e seguras para os moradores" desalojados, antes de sessões da Assembleia Municipal.
Hoje, a CDU deu também entrada com um requerimento relativamente à situação das pessoas desalojadas, fazendo questões acerca dos bens que ficaram retidos na habitação acidentada na Rua 31 de Janeiro, tendo Rui Moreira afirmado que essa situação não pode ser colocada à Câmara Municipal, já que decorre uma investigação sobre as causas do acidente.
Quanto à questão da CDU acerca de "casas arrendadas em situação semelhante de sobreocupação", Rui Moreira disse que a habitação da Rua 31 de Janeiro não estava sobrelotada, e "havia pessoas que viviam lá legalmente".
Já sobre a entrada em funcionamento do Conselho Consultivo Municipal das Comunidades, também levantada pela CDU, Rui Moreira disse que no Porto "algumas das comunidades não têm representação nem organização".
"Nós queríamos que todas as pessoas estivessem envolvidas. Estamos a fazer esse trabalho e há de ser feito. Mas é uma grande dificuldade", disse à Lusa.
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