A maioria dos consumidores estava contente com o fim da proibição, mas alguns expressaram desilusão por não conseguir comprar canábis no primeiro dia desde a sua histórica legalização, que fez do Canadá o segundo Estado do mundo a permitir o uso da droga para fins recreativos, depois do Uruguai, em 2013.
Também online o produto rapidamente esgotou e o elevado tráfego causou problemas nos websites. Segundo a BBC, os clientes que conseguiram comprar podem ter de esperar atrasos no envio até cinco dias, já que na próxima semana ocorrerá uma greve dos correios do país.
Houve outros potenciais clientes que se recusaram a pagar os preços relativamente altos - variando entre 5,25 dólares canadianos em Quebec a 18,99 dólares canadianos em Saskatchewan por grama -, em comparação com o mercado negro, que viu o preço médio cair no ano passado para 6,79 dólares canadianos por grama.
Mesmo tendo só passado um dia, a mudança mostrou resultados lucrativos no imediato. Mais de 660.000 dólares canadianos foram gastos na província e Nova Scotia, uma das mais pequenas do Canadá, na droga.
Depois de esperar sete horas na fila numa loja no centro de Montreal na quarta-feira, Alexandre, de 30 anos, disse à AFP que teve de ir embora às 21h (2h em Lisboa), horário de fecho do estabelecimento. A polícia interveio para dispersar a multidão, mas não houve registo de incidentes.
"Foi um inferno, estava frio", contou Alexandre. "Mas divertimos-nos mesmo assim, a conversar entre nós e a partilhar casos".
Tal como o álcool, a canábis passou a ser equiparada a uma substância cujo consumo tem restrições, sendo uma delas a inibição à condução. Por isso mesmo, apenas uma hora depois da legalização já havia um condutor multado em Winnipeg em 672 dólares canadianos por fumar dentro do seu veículo.
A legalização foi resultado de uma promessa de campanha do atual primeiro-ministro, Justin Trudeau, em 2015, avançada com o objectivo de controlar a circulação da droga, mantê-la longe de menores e suplantar as anteriores leis anti-droga, consideradas ineficientes. Contudo, a medida foi criticada pela oposição conservadora no Parlamento de Ottawa e também por muitos especialistas, que a consideraram precipitada e que ignorou uma série de perigos à saúde pública e à segurança.
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