Em declarações à agência Lusa, a propósito do 111.º aniversário que a Universidade do Porto (U. Porto) hoje celebra, o reitor salientou os esforços que têm sido desenvolvidos para, no âmbito do PRR, dar resposta a um problema “crónico” na cidade: o alojamento estudantil.
“Nas grandes cidades, a competição do alojamento local é muito grande. Nestes últimos dois anos, a pressão aliviou um pouco, mas agora com o aumento do turismo vai aumentar novamente e vai ser outra vez muito difícil que os estudantes encontrem alojamento a preços razoáveis, daí que tenhamos a obrigação de contribuir para colmatar essa necessidade”, observou.
Além da residência universitária, situada no centro histórico sob a gestão da Federação Académica do Porto (FAP), que terá 20 quartos e deverá estar a funcionar já no próximo ano letivo, a U. Porto tem previstas mais candidaturas ao PRR.
Uma das candidaturas destina-se a reabilitar camas já existentes em diferentes residências espalhadas pela cidade, que devido às restrições da pandemia da covid-19 passaram de 1.100 para 900, com a suspensão dos quartos duplos.
“Parte destas camas tem sido objeto de recuperação, mas algumas residências precisam de intervenção de fundo, que vão desde mudanças de mobiliário, reformulação dos sistemas de circulação da água, melhorias de eficiência energética”, esclareceu o reitor.
A par da reabilitação de camas, a universidade pretende submeter duas candidaturas “exclusivas”, uma das quais para a construção de uma residência universitária na Rua Boa Hora, com cerca de 250 quartos e outra para a construção de uma residência na Asprela com cerca de 150 quartos.
Paralelamente, a U. Porto irá submeter duas candidaturas em parceria com a Câmara do Porto, uma para a construção de uma residência no Monte Pedral, com 200 camas, e outra no Morro da Sé, também com cerca de 200 camas.
“As novas residências a construir não vão ter quartos duplos”, esclareceu o reitor, acrescentando que vão ter alguma oferta para jovens casais ou jovens com família, mas que “na medida do possível” a instituição pretende “acabar com os quartos partilhados”.
“Quando falamos de uma universidade que tem estudantes de mais de 100 países de é importante promover a partilha, mas também a sua privacidade”, destacou António de Sousa Pereira.
Quanto às candidaturas ao PRR, o reitor esclareceu que esta é uma “manifestação de intenções” e que as mesmas ainda não foram submetidas.
“Não foi feita uma candidatura propriamente dita, mas há de haver uma resposta a estas manifestações de intenção e depois, em resposta, os projetos terão de ser desenvolvidos”, esclareceu, acrescentando, no entanto, que os ‘timings’ da execução dos fundos do PRR são “record” e que a atual situação é “difícil”, tanto ao nível das matérias-primas como da mão-de-obra.
A aplicação dos fundos europeus na expansão da U. Porto, a requalificação e o reequipamento do parque residencial universitário são alguns dos temas que vão marcar o último discurso do mandato de quatro anos de António de Sousa Pereira na sessão solene comemorativa do aniversário da instituição.
Na sessão comemorativa vão marcar presença o presidente do Conselho Geral da U. Porto, Fernando Freire de Sousa, a presidente da FAP, Ana Gabriela Cabilhas, o presidente do Conselho de Curadores, Luís Braga da Cruz e a representante dos trabalhadores, Maria de Lurdes Zilhão.
Após a sessão solene, as comemorações prosseguem, a partir das 17:00, com um programa de atividades culturais e desportivas e a partir das 18:30 com uma corrida comemorativa dos 111 anos da U. Porto pela zona histórica da cidade.
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